sábado, setembro 23, 2006

Poema de Nathália de Sousa

Devassa
Nathália de Sousa

Eu tenho uma cabeça de condessa
Devassa, decapitada
Dois minutos e meio depois da trepada.
Eu tenho um sexo sem nexo
Que se entrega em doces refregas
No ar, no mar, na lama,
No vão das escadas e, sim, também na cama.
Ah, eu me entrego, não nego,
A cafajestes, religiosos, estrangeiros.
Aos que sorriem e me dizem:
J’ai t’aime, amore, I love you,
Eu dou meus sonhos, dou meu juízo,
Dou o meu cu.

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