segunda-feira, setembro 11, 2006

A bitola do poder alegre

Se na casa de Zoraide conversam e se comportam com afetação e delicadeza, nos ambientes de trabalho podem ser levados na conta de perfeccionistas, excêntricos. Como não aderiram ao "outing", ou seja, se resguardam de revelar publicamente sua orientação sexual, fazem a linha "Susie": aquele rapaz que malha bastante, tem o corpo legal, mas não é grandão, bombado. Não é uma barbie, ainda. Não estando propriamente dentro do "armário", permitem intimidades apenas aos que fazem o seu fechado circulo de amizades.
São, positivamente, contudo, todos eles, gays, homens atraídos amorosamente, fisicamente e espiritualmente por outros homens. Gays não precisam ter tido experiências sexuais com outros homens. Na verdade, não precisam ter tido qualquer experiência sexual para se identificarem como gays. O termo também pode ser usado num sentido coletivo, para descrever toda a comunidade. Como agentes do governo, situados nas esferas mais bem remuneradas do Estado, levam uma vida luxuosa, e que por isto mesmo causa muita inveja e maledicências. Com a cobertura de recursos do Estado, em duplas ou em grupos, vivem em passeios, viagens de conquistas em outros estados, em jogos e festivais eróticos e giros turísticos GLBT, em festas, banquetes, bailes, espetáculos musicais e teatrais, a exibir roupas de grife, casas estonteantemente decoradas. Há delas conhecidas como verdadeiras "label queens" – rainhas das grifes – pela insistência na aquisição de roupas de marcas do nível Dolce & Gabbana, apetrechos Gucci, costumes Prada.
Enquanto aguardavam Zoraide, para acertar o fim de semana em Pipa, dissertavam sobre a "compra" de um michê, escolhido num site da web, e que passou uma semana em Natal, com custos embutidos em alguma rubrica da burocracia. Uma operação perdida num rol de outros saques de rotina. (Foto).

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