quinta-feira, setembro 21, 2006

Enfim, campanha promocional do turismo

Didaticamente, a matéria jornalística demonstrou como prostitutas e travestis natalenses (em muitas ocasiões apoiadas por policiais corruptos, motoristas de táxis, empregados de hotéis, garçons, etc.) articulam golpes contra europeus incautos que recorrem aos seus serviços.
Golpes que vão desde o "sequestro express" (seqüestro-relâmpago), os assaltos a mão armada, a violência física, até a extorsão pura e simples, à base da ameaça de denúncia da prática de abusos sexuais contra crianças ou adolescentes.
Segundo o "El Mundo", que inclusive entrevistou o cônsul da Espanha em Natal sobre o assunto, são raras as vítimas desses tipos de crimes que prestam queixa à polícia, já que a maioria são homens casados ou bem relacionados no meio onde vivem, que preferem não expor suas identidades nem sujar sua imagem. E, assim, as autoridades policiais, mesmo sabendo que o problema existe, ficam sem poder combatê-lo.
Como a notícia dos perigos a que os turistas sexuais se expõem ao viajar para Natal já vinha correndo à boca pequena entre os espanhóis, o principal jornal de Madri destacou seus repórteres para escrever sobre o assunto, vindo eles a encontrar fontes que, mediante a manutenção de sigilo, revelaram ter passado na capital potiguar por situações constrangedoras e de alto risco, que resultaram em pesados prejuízos financeiros.
Disseram os entrevistados que o golpe mais comum praticado pelas prostitutas jovens contra o turista estrangeiro está sendo ajudado pelas peças da campanha publicitária da Prefeitura de Natal contra o sexo-turismo. Tais anúncios afirmam, em inglês, que praticar sexo com menores de idade no Brasil é crime passível de punição com prisão por dez anos.
Assim, ao concluír uma transa com o turista, a garota lhe mostra que está de posse da camisinha usada, lhe diz que tem apenas 16 ou 17 anos, que irá entregá-lo à polícia e que ele será preso por tê-la violentado. E aí, ela começa uma gritaria para atrair pessoas previamente combinadas para dar suporte à extorsão.
Sozinho num país estranho, sem falar o idioma, desesperado diante do perigo de ser conduzido à polícia e ir para a cadeia, o estrangeiro acaba aceitando entregar todo o dinheiro de que dispõe e até objetos de valor que traga consigo, como forma de se livrar da chantagem.
É esta a imagem de Natal que está prosperando na Europa. Infelizmente, não dá para esconder o sol com uma peneira. Como o nosso turismo está longe de se consolidar!..." (Coluna Hoje na Economia, Marcos Aurélio de Sá, Jornal de Hoje, Ano IX - Nº 2635 - Quinta-feira, 21 de setembro de 2006. Agradecemos a transcrição. Veja aqui.)

Nenhum comentário: