sábado, setembro 16, 2006

Entrevista: Antonio Naud Júnior

Radar Potiguar - Por fim, o público, a população, o segmento dos intelectuais, por seu turno, merecem a cidade que têm? Merecem o universo cultural que respiram? Você vê alguma ebulição de contestação no Estado do RN?
ANJ - O Rio Grande do Norte não é lugar ideal para artistas contestadores. Há regras ocultas que exigem certa sobriedade e adaptação aos costumes generalizados. Conheço artistas e jornalistas, fora dos padrões vigentes, que sofrem muito, são descartados, se sentem incomodados, vivem à margem da sociedade. É triste. O mais importante aqui não é talento, mas a forma como o mesmo é conduzido ou representado publicamente. A melhor maneira de sobreviver dignamente em Natal é ficar em cima do muro: não abdicar da nossa personalidade, mas tampouco cuspir arte selvagem na cara dos conservadores. Acho que todos merecem a cidade que têm. Natal tem suas virtudes e suas limitações. Luz e sombra, sedução e espiritualidade. Basta abrir os olhos para a beleza das coisas simples e tudo estará bacana. [Foto: Fahda Maron - dez.05].

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