domingo, janeiro 16, 2011

A verdade ganhará sempre


A verdade ganhará sempre

A WikiLeaks cunhou um novo tipo do jornalismo: o jornalismo científico. Trabalhamos com outros serviços informativos para trazer as notícias às pessoas, mas também para provar que é verdade.
Por Julian Assange, publicado no The Australian
Artigo | 7 Dezembro, 2010 - 19:00
Foto dos senadores do RN Garibaldi Alves Filho, José Agripino Maia e Rosalba Ciarlini, fonte.

Em 1958 o jovem Rupert Murdoch, então proprietário e editor de The News de Adelaide, escreveu: “na corrida entre segredo e verdade, parece inevitável que a verdade ganhe sempre”.

A sua observação talvez reflectisse a revelação do seu pai, Keith Murdoch, de que as tropas australianas estavam a ser sacrificadas desnecessariamente nas costas de Gallipoli por comandantes britânicos incompetentes. Os britânicos tentaram calá-lo, mas Keith Murdoch não se deixou silenciar e os seus esforços levaram ao fim da campanha desastrosa de Gallipoli.

Quase um século depois, a WikiLeaks está também a publicar destemidamente factos que precisam de ser publicados.





Cresci numa cidade rural de Queensland, onde as pessoas diziam o que lhes ia na alma de forma franca. Desconfiavam dum governo grande, como algo que pode ser corrompido se não for vigiado cuidadosamente. Os dias negros da corrupção no governo de Queensland, antes do inquérito Fitzgerald, são testemunho do que acontece quando os políticos amordaçam os meios de comunicação para não informarem a verdade.

Essas coisas calaram-me fundo. A WikiLeaks foi criada em torno desses valores centrais. A ideia, concebida na Austrália, era usar tecnologias Internet em novas formas de informar a verdade.

A WikiLeaks cunhou um novo tipo do jornalismo: o jornalismo científico. Trabalhamos com outros serviços informativos para trazer as notícias às pessoas, mas também para provar que é verdade. O jornalismo científico permite-nos ler uma história nas notícias, a seguir clicar online para ver o documento original em que é baseada. Dessa forma podemos ajuizar por nós mesmos: a história é verdadeira? O jornalista informou-nos com precisão?

As sociedades democráticas precisam de meios de comunicação fortes e a WikiLeaks é uma parte desses meios. Os meios de comunicação ajudam a que o governo se mantenha honesto. A WikiLeaks revelou algumas verdades difíceis sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão e sobre histórias incompletas da corrupção corporativa.

Houve quem dissesse que sou anti-guerra: para que conste, não sou. Às vezes as nações têm de ir à guerra, e há guerras justas. Mas não há nada mais errado do que um governo mentir ao seu povo sobre essas guerras e depois pedir a esses mesmos cidadãos e cidadãs que arrisquem as suas vidas e os seus impostos com essas mentiras. Se uma guerra for justificada, então digam a verdade e as pessoas decidirão se a apoiam.

Se você tiver lido alguns dos diários de guerra do Afeganistão ou do Iraque, algum dos telegramas da embaixada dos Estados Unidos ou alguma das histórias sobre as coisas que a WikiLeaks reportou, pondere como é importante para todos os meios de comunicação serem capazes de informar estas coisas livremente.

A WikiLeaks não é o único editor dos telegramas da embaixada dos Estados Unidos. Outros serviços informativos, incluindo o britânico The Guardian, o The New York Times, o El Pais em Espanha e a Der Spiegel da Alemanha publicaram os mesmos telegramas editados.

Mas é a WikiLeaks, como coordenador desses outros grupos, que apanhou com os ataques e acusações mais maldosos do governo dos Estados Unidos e dos seus acólitos. Fui acusado de traição, embora seja australiano, não um cidadão dos EUA. Houve dúzias de apelos graves nos EUA para que eu fosse "retirado" por forças especiais dos Estados Unidos. Sarah Palin diz que devo ser “acossado como Osama bin Laden”, um projecto de lei republicano apresenta-se ao Senado dos Estados Unidos tentando que me declarem “uma ameaça transnacional” e se desembaracem de mim consequentemente. Um conselheiro do gabinete do Primeiro-Ministro canadiano apelou à televisão nacional para que eu fosse assassinado. Um blogger americano pediu que o meu filho de 20 anos, aqui na Austrália, fosse raptado e mal-tratado por mais nenhuma razão senão para apanharem-me.

E os australianos devem observar sem qualquer orgulho a alcoviteirice ignominiosa desses sentimentos pela Primeira-Ministra Gillard e pela Secretária de Estado dos Estados Unidos Hillary Clinton, que não tiveram uma palavra de crítica para com os outros meios de comunicação. Isto acontece porque o The Guardian, o The New York Times e a Der Spiegel são antigos e grandes, enquanto a WikiLeaks é ainda jovem e pequena.

Somos os da mó de baixo. O governo de Gillard está a tentar matar o mensageiro porque não quer a verdade revelada, incluindo a informação dos seu próprios feitos diplomáticos e políticos.

Houve alguma resposta do governo australiano às numerosas ameaças públicas de violência contra mim e outro pessoal da WikiLeaks? Poder-se-ia ter pensado que um primeiro-ministro australiano iria defendendo os seus cidadãos contra tais coisas, mas houve apenas reclamações não inteiramente genuínas de ilegalidade. Da Primeira-Ministra, e especialmente do Procurador-Geral, espera-se que tratem os seus deveres com dignidade e acima das querelas. Fiquem descansados, esses dois vão tratar de salvar a sua própria pele. Não o farão.

Sempre que a WikiLeaks publica a verdade sobre abusos cometidos por agências dos Estados Unidos, os políticos australianos entoam um coro provavelmente falso com o Departamento de Estado: “Vai arriscar vidas! Segurança nacional! Vai pôr as tropas em perigo!” Depois dizem que não há nada importante no que a WikiLeaks publica. Não podem ser verdade ambas as coisas. Qual delas é?

Não é nenhuma. A WikiLeaks tem uma história de publicação com quatro anos. Durante esse tempo mudámos governos inteiros, mas nem uma pessoa, que se saiba, foi mal-tratada. Mas os EUA, com a conivência do governo australiano, mataram milhares só nestes últimos meses.

O Secretário da Defesa dos Estados Unidos Robert Gates admitiu numa carta ao Congresso dos EUA que nenhuma fonte de informação ou métodos sensíveis tinham ficado comprometidos pela revelação dos diários de guerra afegãos. O Pentágono afirmou que não houve nenhuma prova de que os relatórios da WikiLeaks tinham levado alguém a ser mal-tratado no Afeganistão. A NATO em Cabul disse à CNN que não pôde encontrar nem uma pessoa que precisasse de protecção. O Departamento Australiano de Defesa disse o mesmo. Nenhuma tropa australiana ou fontes foram prejudicadas por nada que tivéssemos publicado.

Mas as nossas publicações estão longe de não ser importantes. Os telegramas diplomáticos dos Estados Unidos revelam alguns factos alarmantes:

– Os EUA pediram aos seus diplomatas que roubassem material humano pessoal e informação a funcionários da ONU e a grupos de direitos humanos, incluindo ADN, impressões digitais, exames de íris, números de cartão de crédito, senhas de Internet e fotos de identificação numa violação de tratados internacionais. Os diplomatas australianos da ONU presumivelmente podem ser visados também.

– O rei Abdullah da Arábia Saudita pediu que os representantes dos Estados Unidos na Jordânia e no Bahrain exigissem que o programa nuclear do Irão fosse detido por qualquer meio disponível.

– O inquérito britânico sobre o Iraque foi ajustado para proteger os “interesses dos Estados Unidos”.

– A Suécia é um membro encoberto da NATO e a partilha de informação de espionagem é escondida do parlamento.

– Os EUA estão a jogar duro para conseguir que outros países recebam detidos libertados da Baía Guantánamo. Barack Obama aceitou encontrar-se com o Presidente Esloveno apenas se a Eslovénia recebesse um preso. Ao nosso vizinho do Pacífico Kiribati foram oferecidos milhões de dólares para aceitar detidos.

Na sentença que se tornou um marco sobre o caso dos Documentos do Pentágono, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos disse que “só uma imprensa livre e sem restrições pode expor eficazmente as fraudes do governo”. A tempestade que gira hoje em volta da WikiLeaks reforça a necessidade de defender o direito de todos os meios de comunicação a revelar a verdade.

7/12/2010

Julian Assange é redactor-chefe da WikiLeaks.

Tradução de Paula Sequeiros para o Esquerda.net

WikiLeaks: Terramoto sacode embaixadas dos EUA

Atacado pelo escândalo que a cada dia parece gerar nova fornada de embaraços e incómodos, o governo dos EUA está a ser forçado a uma reforma em todos os seus cargos diplomáticos, pessoal militar e agentes de inteligência. Por Guy Adams e Kim Sengupta, The Independent.
Artigo | 6 Dezembro, 2010 - 18:56
Foto: fonte
WikiLeaks: Terramoto sacode as embaixada dos EUA em todo o mundo
O presidente Dmitry Medvedev da Rússia é descrito num dos telegramas como “o Robin do Batman [primeiro-ministro da Rússia Vladimir] Putin”.

Atacado pelo escândalo que a cada dia parece gerar nova fornada de embaraços e incómodos, o governo dos EUA está a ser forçado a empreender ampla reforma em todos os seus cargos diplomáticos, pessoal militar e agentes de inteligência, cujo trabalho afinal está exposto aos olhos do mundo, depois das fugas, pela página WikiLeaks, dos telegramas diplomáticos dos EUA.

Ontem, o governo Obama enfrentava grave crise no seu serviço diplomático, entre ondas sucessivas de provas de que a continuada publicação de comunicados pressupostamente confidenciais e protegidos tornará impossível – se não perigoso – o trabalho diplomático, tal como tem sido feito até aqui por funcionários do Departamento de Estado em todo o mundo.

Apenas 1.100 dos cerca de 250 mil documentos secretos que a WikiLeaks recebeu e divulgou já foram publicados. Portanto, aumenta o medo de que prosseguirá, nos próximos meses, a divulgação de revelações que podem desestabilizar as relações dos EUA com praticamente todos os seus aliados-chave, inflamando as tensões com governos já hostis no Oriente Médio, no Extremo Oriente e em outras regiões.

“No curto prazo, já estamos paralisados, sem poder dar um passo” – disse à Agência Reuters um diplomata sénior dos EUA. Para a mesma fonte, serão necessários no mínimo cinco anos para reconstruir relações de confiança em todo o mundo. “A situação está péssima. Dificilmente poderia estar pior. Não há exagero algum no que lhe digo. Falando claramente, ninguém quer falar connosco. (...) Há gente que continua obrigada a falar connosco, sobretudo governos e representantes oficiais. Mas mesmo esses perguntam antes de qualquer contacto: “Vocês vão escrever sobre o que discutirmos aqui?”

Há informações de que o Pentágono, a CIA e o Departamento de Estado estão a listar todos os funcionários do serviço diplomático que assinaram os telegramas mais comprometedores e que mais problemas criaram, de entre os que já foram publicados por WikiLeaks. Todos esses terão de ser removidos dos postos em que estão, em todos os casos os postos mais estrategicamente importantes da diplomacia norte-americana.

Entre os diplomatas cujas opiniões privadas foram divulgadas para o mundo, para grande embaraço dos EUA, está Gene Cretz – embaixador dos EUA na Líbia, que, em 2009, escreveu o hoje já famosíssimo telegrama no qual informa ao governo dos EUA que Muammar Kaddafi não viaja sem a companhia de “uma voluptuosa loura”, sua enfermeira ucraniana.

O actual enviado dos EUA à ONU também tem sido criticado, depois da revelação de que Hillary Clinton o instruiu a coleccionar números de cartões de crédito, de passes para viagens aéreas, números de telefones móveis, endereços de e-mails, senhas e outros dados de diplomatas estrangeiros e altos funcionários da ONU, inclusive do secretário-geral Ban Ki-moon.

A dificuldade para o serviço diplomático dos EUA é que os autores de vários dos mais importantes telegramas divulgados pela organização WikiLeaks são os mais experientes do corpo diplomático norte-americano, e será difícil, se não impossível, substituí-los.

Até agora, nenhum dos países afectados pelas fugas solicitou a remoção de qualquer diplomata ou funcionário do serviço diplomático dos EUA.

“Essa é outra face dessa tragédia”, disse alto funcionário da segurança nacional ao blogue The Daily Beast que, na sexta-feira, detalhou a extensão da crise nas embaixadas dos EUA e noticiou que a re-alocação dos diplomatas afectados já está planeada e acontecerá ao longo dos próximos meses. “Teremos de deslocar alguns dos nossos melhores servidores, que sempre representaram muito bem os EUA, capazes das melhores análises –, só porque se atreveram a escrever a verdade sobre países nos quais servem.”

Entre os governos estrangeiros que já se manifestaram ofendidos pelo conteúdo de um ou outro dos telegramas divulgados estão supostos aliados como França, Itália e Turquia, cujo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan ameaçou processar o ex-embaixador dos EUA Eric Edelman por telegrama no qual o embaixador sugere que Erdogan teria dinheiro em bancos suíços.

Velhos inimigos dos EUA também estão gravemente incomodados. O presidente Dmitry Medvedev da Rússia é descrito num dos telegramas como “o Robin do Batman [primeiro-ministro da Rússia Vladimir] Putin”. Cuba e Venezuela são reunidas num “Eixo da Falsidade” em documento divulgado no fim de semana.

Quando os primeiros telegramas foram divulgados, a Casa Branca condenou a divulgação, sob o argumento de que “poria em risco os nossos diplomatas, profissionais de segurança e todos os que, em todo o mundo, se aproximam dos EUA para promover a democracia e governos mais transparentes”.

Apesar de até agora nenhum país ter requerido a expulsão dos diplomatas responsáveis pelos telegramas que mais incómodo provocaram, espera-se que comece em breve um movimento para declará-los “Persona Non Grata” – os governos declaram que um ou outro funcionário estrangeiro não é bem-vindo a um ou outro país; é acção que, na prática, leva à remoção. “Pela nossa avaliação, é só uma questão de tempo”, disse um funcionário do Departamento de Estado ao blogue The Daily Beast.

Fontes diplomáticas disseram ao The Independent que não há planos para deslocar pessoal diplomático, porque a deslocação sugeriria que tivessem cometido algum erro e comprometeria a carreira dos diplomatas.

Tensões com os Estados árabes

Um dos telegramas recentemente divulgados revela que Hillary Clinton criticou o governo saudita, dizendo que o país é a principal fonte de financiamento para grupos militantes islâmicos, e que os políticos sauditas não se decidem a interromper o fluxo de dinheiro. Num telegrama de Dezembro de 2009, a secretária de Estado diz a diplomatas norte-americanos que “a acção de Riad tem sido limitada” [para interromper os fluxos de dinheiro para os Talibãs e outros grupos que atacam no Afeganistão, no Paquistão e na Índia]. E acrescentou que o Hamas conseguiu milhões na Arábia Saudita, sobretudo de peregrinos que vêm para o Hajj e o Ramadã. A nota também fala do Qatar, do Kuwait e dos Emirados Árabes Unidos como fonte de dinheiro para os militantes; com destaque para o Qatar – “o pior da região” – por não cooperar com Washington.

Artigo de Guy Adams e Kim Sengupta, publicado no The Independent, traduzido pelo colectivo Vila Vudu/Rede Castorphoto. Traduzido e Publicado em www.esquerda.net

Julian Assange: impossível travar 'Cablegate'

Porta voz do Wikileaks assegura que o arquivo de 250 mil telegramas foi espalhado por mais de 100 mil pessoas, num formato encriptado. “Se alguma coisa nos acontecer, as partes mais importantes do arquivo serão divulgadas automaticamente”.
Artigo | 3 Dezembro, 2010 - 20:01
Julian Assange. Foto de bbwbryant, FlickR
Fonte do texto:www.esquerda.net

Julian Assange, porta voz do Wikileaks, assegurou esta sexta-feira que não há a menor possibilidade de impedir a divulgação do Cablegate, o arquivo de 250 mil telegramas da diplomacia norte-americana. Isto porque, explicou, “o arquivo Cablegate foi espalhado, junto com material significativo dos EUA e de outros países, por mais de 100 mil pessoas, num formato encriptado. Se alguma coisa nos acontecer, as partes mais importantes do arquivo serão divulgadas automaticamente”.

Assange, que de um momento para o outro se tornou um dos homens mais procurados do mundo, deu esta sexta-feira uma conferência de imprensa aos cibernautas através do site do diário britânico Guardian. “Além disso”, completou, “os arquivos do Cablegate estão nas mãos de várias organizações de média. A História vai vencer. O mundo será elevado a um lugar melhor. Sobreviveremos? Isso depende de vós”.

Ciberguerra

Os responsáveis do Wikileaks travam uma verdadeira ciberguerra para se manterem online. Na quinta-feira, a Amazon.com, que hospedava o site num dos seus servidores comerciais, expulsou-o com o argumento mirabolante de que a organização “não detém os direitos de autor sobre todo o material”.

Nesta sexta-feira, o site foi tirado do ar, supostamente após um ataque cibernético de origem desconhecida. No mesmo dia, a empresa EveryDNS.net, que fizera o registo do site wikileaks.org, cancelou esse registo com o argumento ainda mais mirabolante de que a estrutura dos outros sites que lá se registaram estava a ser posta em risco pelos ataques sofridos pelo Wikileaks – uma alegação totalmente disparatada do ponto de vista técnico.

Assim, o Wikileaks neste momento está registado e hospedado na Suíça, com o endereço wikileaks.ch, mas tem inúmeras cópias noutros países (a lista dessas cópias está aqui).

Caça ao homem

Entretanto, o cerco em torno de Assange está aparentemente a apertar-se, depois de a Interpol ter emitido um mandato de captura internacional por uma acusação de violação que pesa sobre ele na Suécia. Segundo o advogado do fundador do Wikileaks, ele nunca foi formalmente acusado nem recebeu uma única nota escrita sobre essas acusações.

Segundo os média britânicos, Assange estaria na Grã-Bretanha desde Outubro, e teria dado os seus contactos e a sua morada à polícia quando chegou.

Um porta-voz da Polícia Nacional Sueca afirmou à BBC que o primeiro mandato de prisão internacional contra ele foi rejeitado pelas autoridades britânicas, por não especificar as penas máximas às quais estaria sujeito pelas acusações.

Com o cerco a fechar-se, a família disse-se preocupada com a segurança de Assange.

A sua mãe, Christine Assange, disse que “as forças que ele está a enfrentar são grandes demais”, depois de a direita americana ter sugerido o seu assassinato.

“As ameaças contra as nossas vidas são do domínio público, mas estamos a tomar as precauções adequadas dentro do que nos é possível, tendo em conta que estamos a lidar com uma superpotência”, afirmou Assange na entrevista no site do Guardian.

O pára-raios do Wikileaks

Perguntado se não teria sido melhor que o Wikileaks não tivesse uma face pública, Assange respondeu que inicialmente, os fundadores pensaram que o site não devia ter rosto e que ele deveria permanecer anónimo. “Mas isto provocou uma curiosidade enorme sobre quem éramos e muita distracção, com indivíduos que aleatoriamente reclamavam representar-nos. Percebi que alguém tem de ser responsável perante o público, e que só uma liderança que está disposta a ser corajosa pode sugerir genuinamente que as fontes se arrisquem”, explica. “Neste processo, tornei-me no pára-raios. Recebo ataques indevidos sobre cada aspecto da minha vida, mas também recebo crédito indevido, para contrabalançar.”

As respostas de Assange podem ser lidas aqui (em inglês).