terça-feira, janeiro 30, 2007

Manda Bala leva prêmio em Sundance

Filme sobre corrupção
de políticos
brasileiros ganha
Festival de Sundance (EUA)

O filme Manda Bala, sobre a corrupção e a violência no Brasil, ganhou o prêmio do júri de melhor documentário do Festival de Sundance, no último sábado. O filme é dirigido por Jason Kohn, filho de uma brasileira. A fotografia é da paranaense Heloisa Passos, também premiada. Manda Bala acompanha um político que usa suafazenda para lavar dinheiro, um milionário que investe uma pequena fortuna para blindar seus carros e um cirurgião que reconstrói orelhas de vítimas de seqüestro mutiladas, para mostrar os efeitos da criminalidade no Brasil.
(Foto: Divulgação)

Manda Bala leva prêmio em Sundance

FILME AMERICANO SOBRE CRIMES
NO BRASIL ESTRÉIA EM SUNDANCE
"Manda bala" pretende mostrar ligação entre corrupção e violência.
Cineasta, que morou no país, teme reação dos brasileiros.
Matéria no site g1.globo.com/Noticias/PopArte
Seqüestrador em cena do documentário ‘’Manda bala’’ PARK CITY - O vínculo existente no Brasil entre corrupção política e cirurgias de reconstrução de orelhas está longe de ser evidente, mas um jovem cineasta americano atravessou o país para estabelecer essa conexão num documentário.
Em "Manda Bala", que concorre no Festival de Cinema de Sundance deste ano, Jason Kohn argumenta que a corrupção deslavada de políticos poderosos no norte pobre do Brasil alimenta uma espiral de criminalidade violenta no rico sul.
São Paulo, com seus 20 milhões de habitantes, é a capital brasileira dos seqüestros. Quadrilhas das favelas freqüentemente decepam as orelhas de suas vítimas para pressionar as famílias a pagar resgates, e as vítimas muitas vezes procuram cirurgiões plásticos para restaurar sua aparência.
Como diz a Kohn um seqüestrador, a maioria dos moradores de sua favela veio a São Paulo do norte e nordeste, movida pela falta de comida e trabalho.
Para Kohn, as coisas não seriam assim se os políticos não tivessem roubado tanto dinheiro.
"Fazer a ligação entre essas duas histórias foi basicamente um trabalho de cinco anos, e, num primeiro momento, a conexão não era nada óbvia", disse à Reuters o diretor de 28 anos depois da estréia de seu primeiro filme, feito com orçamento restrito.
O trabalho de Kohn está competindo com 15 outros documentários no maior festival americano do cinema independente, que termina em 28 de janeiro. O diretor espera fechar um contrato de distribuição esta semana.

Manda Bala leva prêmio em Sundance

VÍTIMAS E HERÓIS
"Manda Bala" conta histórias capazes de chocar até mesmo o público brasileiro.
O filme começa com uma visita à maior fazenda mundial de criação de rãs, onde Kohn discute com o dono um escândalo de corrupção que envolveu o desvio de dinheiro do governo que seria destinado a uma criação de rãs que nunca se concretizou.
O dono da fazenda se mostra extremamente incomodado ao falar do ex-governador do Pará e deputado federal eleito Jader Barbalho, acusado no escândalo da fazenda-fantasma.
Barbalho já foi acusado mais de uma vez de desvio de dinheiro público. Os promotores que o acusam dizem que não têm dúvidas quanto ao histórico de Barbalho de desvio de recursos, mas os tribunais não o condenaram. Em entrevista separada a Kohn, o próprio Barbalho abandona o local quando perguntado sobre o escândalo da criação de rãs.
Kohn também conduz o espectador para conhecer o trauma dos seqüestros, quando uma jovem vítima conta como teve sua orelha cortada e enviada à sua família com um pedido de resgate. Um vídeo mostra um seqüestrador cortando a orelha de um homem, obrigando-o a implorar para que sua família o salve.
Um jovem empresário fala das medidas de segurança que toma para evitar seqüestros, tais como usar carros blindados e direção tática. Ele diz que espera implantar um microchip debaixo de sua pele para rastrear seus movimentos.
Mas Kohn também identifica heróis. Um deles é um policial corajoso que localiza e resgata vítimas de seqüestros. Outro é um cirurgião plástico que convida a câmera a filmar uma reconstrução de orelha.
Kohn utilizou uma equipe técnica em sua maioria brasileira e empregou seu pai, que vive no Brasil. Mas ele prevê que os brasileiros se dividam em relação à visão que ele mostra do país.
"Uma brasileira que assistiu ao filme na sessão de ontem o elogiou muito", disse ele. "Mas existe uma reação brasileira muito típica que encontrei nos últimos cinco anos, enquanto fazia o filme: ‘Por que você está falando mal de meu país?"’.
Matéria do site g1.globo.com/Noticias/PopArte, disponível aqui.

Manda Bala leva prêmio em Sundance

Manda Bala!, documentário de Jason Kohn, aborda violência e corrupção no País
Flávia Guerra
Arte e Lazer, O Estadão, 29.01.07
SÃO PAULO - "Esse filme não é para ser exibido no Brasil". É com este aviso nada ortodoxo que começa Manda Bala! (Send a Bullet), documentário dirigido pelo americano Jason Kohn, que venceu o Grande Prêmio do Júri do Festival de Cinema de Sundance, o mais importante festival de cinema independente do mundo, que foi encerrado no domingo em Park City, Utah, EUA.
Kohn se recusa a falar com jornalistas brasileiros. E, a julgar pelo aviso, não pretende exibir seu filme no país onde nasceu a idéia de seu filme, que, como antecipou o Estado, já está fazendo barulho por botar o dedo na ferida escancarada da corrupção e da impunidade brasileira.
No debate que se seguiu ao filme, o diretor foi questionado por Helvécio Marins Jr, cineasta mineiro e produtor de Acidente, que concorria no festival: Por que, diante da coragem de tratar da corrupção no Brasil, não sobra vontade para exibir este filme no País? "Porque meu pai mora no Brasil e seria perigoso", respondeu o diretor americano, que é filho de pai americano e mãe brasileira e fala português fluentemente. (Foto: Divulgação)

Manda Bala leva prêmio em Sundance

Equipe brasileira
Além do conteúdo polêmico, Kohn, que tem apenas 23 anos e se mudou para o Brasil durante as filmagens, fez questão de trabalhar com equipe brasileira em seu filme. A diretora de fotografia Heloísa Passos levou por Manda Bala! o Prêmio de Excelência em Cinematografia para Documentários. Os brasileiros que concorreram em Sundance e assistiram ao filme levantam prós e contras Manda Bala!. "Mesmo diante da justificativa, acho questionável. O filme consegue até criar situações e personagens bem interessantes. Mas começar assim não é nada bom", declarou Marins, que nesta semana participa do festival de Roterdã com seu curta Trecho.
Até ser exibido no festival, Kohn pouco falava de seu filme. As informações oficiais se restringiam a uma breve sinopse. Manda Bala! investiga a corrupção no Brasil, acompanhando três personagens-chave. Um deles é um político que, para lavar bilhões de dólares, abre uma fazenda de fachada. O outro personagem é um empresário que gasta milhões para blindar seus carros. Os depoimentos deste e de outros personagens que já foram seqüestrados revelam como a indústria do seqüestro é um ramo rentável no Brasil. O terceiro, ironicamente, é um cirurgião plástico, que reconstrói orelhas de vítimas de seqüestro.

Manda Bala leva prêmio em Sundance

Entrevista no YouTube
Em entrevista disponível no site YouTube, o diretor afirma que produziu Manda Bala! com foco principal em um escândalo político e conta histórias de corrupção. Não por acaso, Kohn ensina o beabá da lavagem de dinheiro no Brasil. E o exemplo dado é o caso do ranário (the frog farm) de Jader Barbalho, que foi acusado de desviar US$ 9 milhões da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), operando um orçamento de R$ 300 mil. "O "crime organizado chegou ao centro do poder" no Brasil. Jader fez o que queria na Sudam. Aprovava o que queria pelo valor que queria", declara o diretor. Em uma outra cena, surge um entrevistado brasileiro, não identificado, que fala em português e diz: "Sempre recebendo propina, sempre recebendo suborno".
"De fato. É um filme chocante. Grotesco. E não só pelo lado político, que é sórdido. Mas também pelas cenas de seqüestro. Mas é real. Kohn conseguiu vídeos caseiros feitos pelos seqüestradores. Há cenas de criança implorando para não ter a orelha decepada", conta Fellipe Gamarano Barbosa, jovem diretor brasileiro, que concorria no festival com seu curta Beijo de Sal.
"É totalmente estúpido decidir fazer um filme como esse, porque é difícil de realizar, difícil de vender", disse Kohn em entrevista ao site do Sundance Festival. "Quando negociamos com pessoas de uma sociedade tão injusta, que se beneficiam do desequilíbrio, é muito difícil contar a história, ninguém quer falar sobre isso. Eu pessoalmente gostaria de ter capacidade de continuar a fazer isso", diz o diretor.
"O Konh conversa com pessoas da fazenda de rãs e chega a entrevistar o Barbalho que, no momento em que é questionado sobre o ranário, levanta-se e vai embora dizendo que ‘eles teriam de conversar horas sobre aquele assunto’. É impressionante. E é baseado na impunidade que o Kohn fundamenta seu filme. No fato de que, tanto na corrupção quanto na indústria da violência, os crimes continuam sendo cometidos porque ninguém é punido no Brasil. O Barbalho foi preso e reeleito", completa Fellipe, que, assim como Kohn, mora e estudou cinema em Nova York. Outro entrevistado, também brasileiro, fala em inglês da violência nos grandes centros urbanos brasileiros. Diz que já teve um sócio e pessoas próximas seqüestradas na cidade de São Paulo. "Uma pessoa é seqüestrada todo dia em São Paulo. A situação está totalmente fora de controle".

Manda Bala leva prêmio em Sundance

Trilha desconcertante
A trilha sonora do filme também é totalmente brasileira, mas mesmo assim incomodou os diretores brasileiros. Como fundo das cenas que investigam a contradições do País, há Caetano, Mutantes, Tim Maia Racional, Jorge Mautner, Lo Borges, Jorge Ben...
“Mas, no final, o que se sente é que, mesmo ótimas, as músicas não têm nada a ver com o filme, ficam presentes full time... Ele deveria ter pesquisado Racionais, Chico Science e outras coisas mais modernas e que batessem mais com a proposta”, completa Marins.
“Talvez seja uma ironia. O fato de exibir imagens tão grotescas e se ouvir uma música tão maravilhosa de um mesmo país. Mas, assim como a primeira e a última cena, nunca saberemos se ele era um punk kid querendo chocar que acabou fazendo um belo filme ou um diretor sério que queria fazer um filme que conscientizasse”, comenta Gamarano.
A tal última cena é a bandeira do Brasil tremulando. “Eu disse a ele que a primeira cena era sensacionalismo e ele disse que iria cortar. Mas a última ele disse que vai manter porque é para alertar, não só brasileiros, mas estrangeiros, de que o que está escrito ali é, ironicamente, “Ordem e Progresso”, finaliza Gamarano Barbosa.
O Estadão, veja página aqui.
(Veja abaixo o vídeo do YouTube)

Sundance - Jason Kohn's MANDA BALA - A Brilliant New Film

sábado, janeiro 27, 2007

Quem criou Marcos Valério?

O operador,
de Lucas Figueiredo,

252 pp., Editora Record,

Rio de Janeiro, 2006; R$ 42,90
[do release da editora]
Quem é Marcos Valério? Como um modesto funcionário do Banco do Estado de Minas Gerais se transformaria em milionário em apenas sete anos, com uma fortuna visível de mais de 14 milhões de reais? Em O operador, o jornalista Lucas Figueiredo investiga os primeiros passos de Marcos Valério no mundo da corrupção e tráfico de influência, revelando que o valerioduto, na verdade, é uma criação do PSDB mineiro, que utilizou os "serviços" do operador para gerenciar os caixas dois de suas campanhas. E, mais surpreendente, Figueiredo mostra como o publicitário se reinventou no governo PT e conseguiu permanecer até hoje solto e milionário.

Quem criou Marcos Valério?


Repórter Lucas Figueiredo (foto)
O Operador
Como um modesto funcionário do Banco do Estado de Minas Gerais se transformaria em milionário em apenas sete anos, com uma fortuna visível de mais de 14 milhões de reais? Em O operador, o jornalista Lucas Figueiredo investiga os primeiros passos de Marcos Valério no mundo da corrupção e tráfico de influência, revelando que o valerioduto é uma criação do PSDB mineiro, que utilizou os "serviços" do Operador para gerenciar os caixas dois de suas campanhas. No livro, Lucas Figueiredo conta como o Marcos Valério conseguiu se recriar com a mudança de rumos na política brasileira e se aproximar da cúpula do governo PT, mantendo o seu esquema de lavagem de dinheiro. Por que o PT rasgaria sua história e cederia à corrupção? Que falcatruas do partido não foram investigadas? Por que só 18 parlamentares foram identificados se havia mais de 100 envolvidos no escândalo do mensalão? Quem são os grandes corruptores dessa história? Por que, mais uma vez, foram poupados? Por que Valério não foi preso? Por que continua milionário?

Quem criou Marcos Valério?

Repórter especial do Estado de Minas e acostumado a investigar os episódios escusos da história brasileira recente – é autor também de Morcegos negros, onde esmiúça o Esquema PC; e de Ministério do silêncio, sobre o serviço secreto nacional –, Lucas revela informações exclusivas, esmiúça fatos, traça históricos e perfis de personagens e, assim, vai encaixando um a um os elos da trama. Após toda a pesquisa, ele não se diz otimista a respeito dos desdobramentos judiciais do caso: "Houve muito calor e pouca luz. Levantaram-se poucas provas legais. Por falta de uma investigação séria na CPI, você vai ter uma enxurrada de absolvições". É um livro fundamental para entender a corrupção que impera em diversos níveis da política brasileira.
O autor
Lucas Figueiredo nasceu em Belo Horizonte em 1968. Foi repórter da Folha de S.Paulo e colaborador de O Estado de S.Paulo, Caros Amigos, Playboy, Superinteressante, Nossa História, Revista MTV e Defue Sud (Bélgica), entre outras publicações. Também realizou coberturas no Peru para o serviço brasileiro da rádio BBC de Londres. Figueiredo recebeu duas vezes o Prêmio Esso de jornalismo, além dos prêmios Embratel, Folha e BDMG. Publicou pela Record os livros-reportagens Morcegos Negros (2000) e Ministério do Silêncio (2005), este último agraciado com a menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog. Atualmente é repórter especial do jornal Estado de Minas.
Veja entrevista imperdível com Lucas Figueiredo no site novae, aqui.

sábado, janeiro 13, 2007

O que acometeu e sofre o RN?

Os sonhos dos adolescentes
Contardo Calligaris
Ilustrada, Folha de São Paulo,
Quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
"Por que os adolescentes sonham com um futuro acomodado e razoável, que nem a nossa vida?
Na Folha de domingo passado, uma reportagem de Antônio Gois e Luciana Constantino trouxe os dados de uma pesquisa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais: em 2005, 16% dos adolescentes entre 15 e 17 anos de idade não freqüentaram a escola. Trata-se de 1,7 milhão de jovens. Alguns desistiram por falta de meios, de vaga ou de transporte escolar, outros adoeceram, mas, em sua maioria (40,4%), eles abandonaram os estudos por falta de interesse. Como disse uma entrevistada, "os professores eram muito chatos".
Os comentadores, na própria reportagem, acusam a pouca qualificação ou motivação de muitos professores e um sistema de avaliação que produz repetências. Concordo, mas talvez haja mais.
Ao longo de 30 anos de clínica, encontrei várias gerações de adolescentes (a maioria, mas não todos, de classe média) e, se tivesse que comparar os jovens de hoje com os de dez ou 20 anos atrás, resumiria assim: eles sonham pequeno.
É curioso, pois, pelo exemplo de pais, parentes e vizinhos, os jovens de hoje sabem que sua origem não fecha seu destino: sua vida não tem que acontecer necessariamente no lugar onde nasceram, sua profissão não tem que ser a continuação da de seus pais. Pelo acesso a uma proliferação extraordinária de ficções e informações, eles conhecem uma pluralidade inédita de vidas possíveis.
Apesar disso, em regra, os adolescentes e os pré-adolescentes de hoje têm devaneios sobre seu futuro muito parecidos com a vida da gente: eles sonham com um dia-a-dia que, para nós, adultos, não é sonho algum, mas o resultado (mais ou menos resignado) de compromissos e frustrações."

O que acometeu e sofre o RN?

Os sonhos dos adolescentes
"Um exemplo. Todos os jovens sabem que Greenpeace é uma ONG que pratica ações duras e aventurosas em defesa do meio ambiente. Alguns acham muito legal assistir, no noticiário, à intrépida abordagem de um baleeiro por um barco inflável de ativistas. Mas, entre eles, não encontro ninguém (nem de 12 ou 13 anos) que sonhe em ser militante do Greenpeace. Os mais entusiastas se propõem a estudar oceanografia ou veterinária, mas é para ser professor, funcionário ou profissional liberal. Eles são "razoáveis": seu sonho é um ajuste entre suas aspirações heróico-ecológicas e as "necessidades" concretas (segurança do emprego, plano de saúde e aposentadoria).
Alguém dirá: melhor lidar com adolescentes tranqüilos do que com rebeldes sem causa, não é? Pode ser, mas, seja qual for a qualidade dos professores, a escola desperta interesse quando carrega consigo uma promessa de futuro: estudem para ter uma vida mais próxima de seus sonhos.
Aparte: por isso, aliás, é bom que a escola não responda apenas à "dura realidade" do mercado de trabalho, mas também (talvez, sobretudo) aos devaneios de seus estudantes; sem isso, qual seria sua promessa? "Estude para se conformar"?
Conseqüência: a escola é sempre desinteressante para quem pára de sonhar.
Em princípio, os jovens interpretam o desejo (inconsciente) dos pais e herdam os sonhos reprimidos atrás das vidas (fracassadas ou bem-sucedidas, tanto faz) dos adultos. Aquela fala chata dos pais, que evocam as renúncias que foram necessárias para conseguir criar os filhos, aponta o caminho de aventuras menos sacrificadas. Há uma guitarra empoeirada no sótão do comerciante ou do profissional cujo filho quer ser roqueiro. O que mudou? Duas hipóteses.
É possível que, por sua própria presença maciça em nossas telas, as ficções tenham perdido sua função essencial e sejam contempladas não como um repertório arrebatador de vidas possíveis, mas como um caleidoscópio para alegrar os olhos, um simples entretenimento. Os heróis percorrem o mundo matando dragões, defendendo causas e encontrando amores solares, mas eles não nos inspiram: eles nos divertem, enquanto, comportadamente, aspiramos a um churrasco no domingo e a uma cerveja com os amigos.
É também possível (sem contradizer a hipótese anterior) que os adultos não saibam mais sonhar muito além de seu nariz. Ora, a capacidade de os adolescentes inventarem seu futuro depende dos sonhos aos quais nós renunciamos. Pode ser que, quando eles procuram, nas entrelinhas de nossas falas, as aspirações das quais desistimos, eles se deparem apenas com versões melhoradas da mesma vida acomodada que, mal ou bem, conseguimos arrumar. Cada época tem os adolescentes que merece."
ccalligari@uol.com.br (Ilustrada, Folha de São Paulo, Quinta-feira, 11 de janeiro de 2007.)

Fausto Wolff joga luz sobre o RN

Guerra civil
Fausto Wolff
Diário de Bordo do Comandante, por Fausto Wolff
"As favelas cariocas não deveriam existir, mas existem e só deixarão de existir depois de uma guerra civil.
Existem por culpa da nossa elite política e econômica, corrupta desde os tempos da Colônia. Quando não se dá ao camponês terra para ele plantar, a solução é o pau-de-arara-Rio-São Paulo-favela. As valas negras jamais foram românticas, mas conheci os morros dos compositores e de sua gente trabalhadora. Os bandidos eram poucos e conhecidos de todos. O detetive Perpétuo, um gaúcho com cara de índio e bigode fumanchu, andava desarmado e costumava arrastar vagabundo pela orelha favela abaixo.
Algumas coisas aconteceram, entre elas, o golpe de 64. Entre 64 e 70 o tráfico estabeleceu-se na favela. Certamente não se estabeleceu como o maquidonaldis, com uma franquia em morro. Começou humildemente e a polícia poderia ter acabado com ele, se quisesse. Mas não quis. Ordens superiores.
Quando voltei da Europa em 78, depois de dez anos, o tráfico já estava instaladíssimo. Devo dizer que jamais se meteu com a população urbana do bairro. Durante quase uma década, fui um dos editores do Pasquim, na Rua Saint Roman, em Copacabana, e jamais houve um roubo ou assalto na região. Certa vez, Ulysses Guimarães foi até a redação dar uma entrevista. Uma hora depois, alguém informou que haviam roubado sua mala do carro. A informação espalhou-se pelo morro do Pavãozinho e pouco depois a mala reapareceu, com o seu conteúdo."

Fausto Wolff joga luz sobre o RN

Guerra civil
"Aparentemente havia algum entendimento entre a população das favelas e o tráfico, pois quando um chefe do fumo e do pó era morto pela polícia a favela ficava de luto. Mas alguma coisa aconteceu. Precisamos descobrir o que foi. Não será fácil, pois o repórter que tentar pode ser assassinado. Só podemos fazer algumas suposições. Peço a Sérgio Cabral que preste atenção antes de tentar acabar com o crime à força, pois há muita gente trabalhadora entre os bandidos. E os mocinhos, hoje em dia, são difíceis de diferenciar um do outro. Lembre-se que, de repente, os presídios começaram a se rebelar e tragédias aconteceram.
De repente, por ordem vinda de dentro dos presídios, cidades como Rio e São Paulo param para que bandidos matem à vontade, passando a impressão de que atiram a esmo enquanto queimam ônibus covardemente. A questão que merece reflexão é a seguinte: quem do lado de fora dá ordens ao pessoal do lado de dentro para dar ordens aos criminosos do lado de fora?
Quase ao mesmo tempo, a Polícia Federal descobre que 78 policiais estão envolvidos com o tráfico, inclusive o ex-secretário de Segurança do governo conjugal, Álvaro Lins, que se elegeu deputado com a ajuda de criminosos oficiais. Em São Paulo, tudo indica que o trabalho de Álvaro foi executado pelo ex-secretário de Segurança de Alckmin, Saulo de Castro. Antes de ir ao morro, talvez o governador pudesse perguntar à Garosinha por que Álvaro Lins foi nomeado."

Fausto Wolff joga luz sobre o RN

Guerra civil
"Creio que Marcola, PCC e os chefões de Bangu servem para desviar a atenção dos verdadeiros culpados: os que sempre foram sócios do tráfico e agora querem desalojar os criminosos oficiais e ocupar tudo como simples operação comercial. Palavras de Marcola na CPI das Armas: "Fui criado pra bode expiatório. Quando as coisas saíam do controle havia sempre um Marcola para culpar. Se eu fosse político, governador, iria arrumar um Marcola para mim".
O gravíssimo é que os traficantes passaram a ser verdugos da população favelada e surgiram os milicianos, ex-policiais que expulsam traficantes de dezenas de morros. A imprensa parece ter recebido bem esta novidade. Que novidade? As favelas estão nas mãos dos milicianos, como o comércio varejista de Nova York estava nas da máfia. Há interesses contrariados. Os traficantes quererão voltar. A população terá que escolher um dos lados, haverá delação, vingança e, finalmente, tais como sérvios e croatas, hutus e tutsis, a guerra civil, que logo descerá o morro. A coisa é bem mais complexa do que se pensa. Dia desses voltarei ao assunto."
Leia Fausto Wolff todos os dias no Jornal do Brasil.
Leia este e outros artigos no site de Fausto, aqui.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Se liga no papo, maluco, é o terror!

Era só o que faltava!
Se liga no papo, maluco, é o terror!

Nesta terça-feira, dia 09 de janeiro de 2007, a notícia caiu como uma bomba, plantada no blog da Thaísa Galvão:
"Wilma convida o jornalista Marcos Aurélio de Sá para ser secretário de Desenvolvimento Econômico"
Depois do choque, coçamos ainda os olhos várias vezes, para ver se o que ali estava postado era o que líamos. Sim. Era. Continuava a postagem da jornalista, que, aliás, trabalha para o jornalista Marcos Aurélio de Sá, no Jornal de Hoje. Dizia:
"A governadora Wilma de Faria já vinha sondando o nome do jornalista Marcos Aurélio de Sá, dono do Jornal de Hoje e JH Primeira Edição, para compor o seu secretariado. Agora há pouco, após presidir a solenidade de posse do diretor do Sebrae, Sérgio Freire, Wilma conversou com Marcos. E foi mais explícita. Disse que gostaria de contar com a colaboração dele na pasta do Desenvolvimento Econômico. Marcos justificou que sua atuação seria incompatível com os veículos de comunicação. Mas se dispõe a colaborar. Ninguém bateu o martelo. Uma conversa foi marcada para o final da semana." Basta ver aqui.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Se liga no papo, maluco, é o terror!

Ufa! Ainda bem que ele tem até o final de semana para pensar. E, nós, leitores e admiradores de sua coluna (Hoje na Economia) e de seus jornais, teremos igualmente tempo para tentar convencê-lo de que é "bronca".
Todos sabemos que Marcos Aurélio é professor do Curso de Jornalismo na UFRN, na cadeira de Ética, um mestre da maior responsa. Forma e formou levas e levas de estudantes de jornalismo, colocando no mercado uma rapaziada do conceito. E se nas suas aulas não aprenderam que Sócrates, no seu tempo, já sinalizava para seus discípulos que "os maus não podem amar uns aos outros", que esse tipo de vínculo só pode existir entre homens de bem e entre homens dedicados à sabedoria, pelo menos saíram da escola sabendo que a maior palavra da língua portuguesa não é Anticonstitucionalissimamente, como durante muito tempo se falou, mas Pneumoultramicroscopicossilico-vulvcanoconiotico, com 46 letras, que significa estado de quem é acometido de uma doença rara provocada pela aspiração de cinzas vulcânicas.

Se liga no papo, maluco, é o terror!

Sabemos também que ele não precisa dessa boquinha. Já ganha um pichulé maneiro, suficiente para ter uma vida boa de montão. Não é merreca que ele está atrás. Não é mané para formar no bonde. É um sujeito homem que não irá se perder nesse tipo de conchavo.
Seus leitores do JH 1a Edição dificilmente saberão desse tipo de lombra sinistra, essa formação de bonde, e não irão acreditar, quando tomarem tenência, dessa jogada pra cima de um cavalheiro que não carece dessa vacilação. Ele não tem por que tirar essa onda, de virar almofadinha pra pegar consideração na Bruzundanga. Tem que evitar esse preju para a comunidade, desconjurar essa proposta indecorosa, vinda na maciota da parte da professora socialista.
A nota foi dada num blog que, se acredita, seja muito mais acessado pelos incluídos digitais, e decerto por frações da rapeize da periferia. Ele mais do que ninguém sabe que há mais de 6 mil e 800 línguas no mundo; 240 línguas são faladas por 96% dos seres humanos; acredita-se que daqui a l00 anos restarão 100 línguas; mas em todas, e qualquer das línguas, todo mundo sabe que esse tipo de convite não se faz a um homem decente. Principalmente os que se expressam em nosso idioma, o português, que é falado em sete países, espalhados por cinco continentes, por mais de 230 milhões de pessoas.
Neguinho não vai acreditar se ele aceitar. Ele não tem caô nem lero lero, não está com a moléstia dos cachorros pra justificar este convite. A rapaziada do contexto não vai engolir essa sem fazer esporro. Sabe que ele vai evitar esse vexame, de pisar na bola, caindo numa conversa fiada da mais pura malandragem. Não vai cair nessa roubada.

Se liga no papo, maluco, é o terror!

Quem vai acreditar que ele aceitou o convite na moita, logo ele, que ensina que a imprensa brasileira é um ator político? E um ator político que tem lado, o lado das classes dominantes? E que seus dois jornais cumprem seu compromisso profissional de ser interlocutores entre a sociedade e os fatos que envolvem os interesses dos que a integram?
Marcos Aurélio tá ligado na fita, tá sarado, sabe que agora, que a comunidade está num preju, arrimo de pai e mãe, ele não pode dar sopa. Sob pena da mundiça meter bronca nessas malas sem alça que tá de sacanagem com essa idéia morgada. Principalmente num momento destes, quando não mais existe militância petista, está mais do que na hora de todos os otários indignados saírem às ruas e protestar contra a gozação que vem sendo feita com a opinião pública. E anunciar: ‘Se liga malandro, o causo é o seguinte: o couro vai comer’.
A gente vê que a sociedade perdida entre dois vexames, sem pode piar na parada: De um lado, órgãos do governo que nada fiscalizam. De outro uma imprensa vendida e comprometida e, no quadrilhão, as oligarquias que desejam manter seus privilégios na base do toma-lá-dá-cá.
A não ser que, no lugar de sair de pinote, a gente lhe escreva dizendo que a população vai desfilar nas ruas com nariz de palhaço, pois é esta a imagem que os ‘poderosos’, coronéis e manda-chuvas, têm dos lacaios bajuladores.

Se liga no papo, maluco, é o terror!

Que raio de democracia é esta, Marcos Aurélio, onde se compra a imprensa? As instituições? E onde se mantém o povo alienado, por ter sonegadas as informações?
Calar a imprensa a preço de um pichulé tem sido a marca daqueles que intentam nesse convite babado de gozo encantado, apatacados com dinheiro, com vistas a quebrar as pernas e os braços da liberdade e jogar areia nos olhos da cidadania.
O maior perigo para qualquer profissional de imprensa, certo, é claro, pode ser ter em seu caminho um dedo no gatilho apontado para o cerceamento da informação, mas também é letal outro tipo de atentado, que você também conhece, que é ver os macanudos despoticamente ‘sanguessugarem’ contra a cidadania, ‘mensalarem’ contra a liberdade democrática, sacanearem contra a soberania dos povos, e que representa um trompaço mortal para qualquer sociedade ter o trabalho da imprensa obstruído por situações forjadas nos porões dos desmandos, da corrupção, do crime organizado e da opressão.
Curiosamente, Marcos Aurélio nada comentou nesta terça-feira (09/01) sobre o caso na sua coluna “Hoje na Economia”.
Por artes do demônio, caiu como uma luva o artigo “Corrupção, plenipotência e Ministério Público”, que ele reproduziu no seu espaço (que reproduzimos abaixo), encaminhado pelo Procurador Regional da República no Rio Grande do Norte, Edílson França, “no qual ele aborda as periódicas campanhas que determinadas figuras da vida pública brasileira, diretamente ou por meio de terceiros, têm desencadeado ultimamente, através dos meios de comunicação, contra o trabalho do Ministério Público no combate à corrupção em nossa sociedade, especialmente nos meios que detêm o controle político, econômico e administrativo do país.”
Pense muito bem no caso, Marcos Aurélio, antes de dar sua resposta. Tamos paradão na tua. Tu sabes que a parada tá sinistra. Não vá nos decepcionar, por dez-mil réis de mel coado. O Rio Grande ainda espera muito de ti. Evite sair dos píncaros da glória para o esculacho e se estabacar feio como um balão apagado. O bicho vai pegar!

Se liga no papo, maluco, é o terror!

Corrupção, plenipotência e Ministério Público
Edilson França
Procurador Regional da República
“No seu livro “A República dos Apadrinhados”, o jornalista Gilberto Dimenstein já chamava atenção para uma certa estratégia de defesa, desdobrada em três flancos primários, utilizada por alguns dos envolvidos em atos de corrupção. Num primeiro passo, o investigado questiona a legalidade ou regularidade formal do procedimento apuratório. Depois, num segundo ato da encenação, procura estabelecer uma vinculação entre a investigação e um hipotético interesse inidôneo, de preferência político. Numa terceira etapa, carrega toda a munição disponível nas costas do denunciante ou do investigante, procurando desconsiderá-los perante a opinião pública.
“Evidente que, para obter sucesso nessa maquinação, o corrupto se valerá da imprensa. É também através dela, por intermédio de notícias plantadas, artigos ludibriosos ou notas pagas que ele tentará trazer para o banco dos réus, caseiros, motoristas, aderentes, secretárias e, até mesmo, policiais encarregados da investigação respectiva. Mais recentemente, como se não bastasse o alcance nefasto dessa odiosa hipocrisia, bem marcada pela falta de compostura, certos indivíduos, direta ou indiretamente interessados no desfecho proveitosos de tramas escusas, têm ocupado as páginas de jornais para tentar desqualificar a atuação do Ministério Público. Esgoelam-se, desvairadamente, sem notar que a velhacaria escrita volta-se contra o próprio detrator, quase sempre identificado como lacaio ou como o próprio interessado na pantomina. Esquecem-se de que, invariavelmente, os que atacam o Ministério Público o fazem por ignorância ou por serem velhos atores passivos de suas peças criminais.
“Penso que duas orientações devem ser adotadas pelos membros da instituição diante dessa esperteza pré-processual. A primeira delas deve ser no sentido de que não arrefeçam o entusiasmo nem percam o estímulo que brota das suas ações em favor da sociedade. Devemos manter a esperança de que, um dia, a dignidade e a ética ocupem o vazio moral então reinante. A tarefa é árdua, porém, possível. A segunda orientação, que acredito acertada, recomenda mais trabalho e menos preocupação com respostas que possam sugerir certa importância aos ofensores de hoje e, certamente, réus de ontem ou de amanhã.”

Se liga no papo, maluco, é o terror!

Corrupção, plenipotência e Ministério Público
“Não devemos esquecer a lição do incomparável Rui Barbosa, posta no sentido de que certas imputações, por ridículas e ignóbeis, sequer merecem ser debatidas. Deveriam, segundo ele, serem expostas em um simbólico pelourinho moral, tão somente, para receber o castigo da reprovação pública. Aliás, bem antes, Sêneca já havia advertido que o melhor remédio para as afrontas ardilosas ou pervertidas é o desprezo.
“O Ministério Público precisa preocupar-se com o seu futuro. Com nosso país, esquartejado pelas investidas indecorosas de lobos famintos que disputam, segundo lamento de Clóvis Bevilacqua, “... as migalhas de um poder degenerado (...), abatido pela exaltação da mediocridade bem-sucedida de charlatões e pusilânimes da coisa pública”. O que não pode nem deve acontecer é o desânimo diante das ofensas à instituição ou a seus membros, sobretudo quando postas a serviço da corrupção ou quando buscam alargar o horizonte da impunidade e da desesperança.
“Essa, por atual, deve ser a nossa preocupação cívica e institucional. O Ministério Público não precisa ser “formidável paladino” como ironicamente sugerido há poucos dias. Também não tem do que se defender. Sua atuação, seu trabalho, sua integridade, independência e vocação democrática afloram de suas ações cotidianas. Estão estampadas nas revistas de jurisprudência, nos livros de doutrina e nas reveladoras obras que tratam do fenômeno da corrupção no Brasil. A última delas, sugestivamente intitulada “Um Brasil Canalha”, bem pontifica a posição do Ministério Público em relação às quarenta e cinco mil canalhices ali apontadas. Do escândalo da mandioca aos sanguessugas, o Ministério Público sempre esteve em lado oposto ao dos corruptos. Deles, conseqüentemente, não espera elogios.”
Edilson França
Procurador Regional da República
(Coluna Hoje na Economia, Marcos Aurélio de Sá, Jornal de Hoje, Terça-feira, 9 de janeiro de 2007.)

segunda-feira, janeiro 08, 2007

A percepção da Política...

Bandidos
"Peço licença aos leitores desta coluna Cartas para, mais uma vez, ferir os seus olhos com o que escrevo. Ocorre que é da minha índole a vontade de luta contra as sacanagens, os abusos e verdadeiros estupros que grande parte da corja de políticos, que atuam no país, vem comentendo contra o povo brasileiro.
"Sei que erramos ao votar. Mas, votar em quem? Eu pergunto. Quantos de nós não votamos nos mais variados partidos e políticos que povoam e enojam esta nação? Acredito que somente os xiítas mantêm o seu voto radical, e assim mesmo se vêem perdidos no meio da multidão de bandidos que formam esta classe.
"A meu ver, quase tudo está perdido no que se refere à política. Votar nos velhos e continuar sofrendo os desmandos que aprenderam com o correr do tempo? Votar no novo que, logo ao assumir, aprende a canalhice dos velhos? Não sei. Não sei. Não sei. Tome-se, por exemplo, o ano que findou e o arremate final com o pagamento de quase R$ 100.000,00 (cem mil reais) aos suplentes, que não precisam trabalhar nem sequer um mês para embolsar esta polpuda quantia.
"Esperar que os milicos retornem com a tortura, o sadismo, a corrupção ativa e a morte de inocentes? Não! Neste ponto eu sou radical. Melhor uma democracia imunda do que uma ditadura podre.
"Acho que a saída é continuarmos orando e pedindo que Deus, dos céus, sinta pena de nós, pobres mortais, e nos livre da sanha destas bestas-feras que são os políticos brasileiros, ou lhes dê o entendimento para que reflitam e passem a sentir, nas suas consciências, o peso dos crimes que impunemente cometem.
"Falei! Ronaldo Macedo" (JH 1ª Edição, segunda-feira, 08 de janeiro de 2007.)

Nova geração... Em Cuba

Crianças caracterizadas como Che Guevara e Fidel Castro participam na localidade cubana de El Cotorro de encenação da chegada dos revolucionários a Havana, na comemoração dos 48 anos dos eventos (Segunda-feira, 8 de janeiro de 2007. Foto EFE)