quarta-feira, setembro 27, 2006

Observatório da campanha

E o dinheiro dos impostos da Cosern?
Laurence Bittencourt Leite
Jornalista [laurencebleite@zipmail.com.br]

"Encontrei-me com um amigo que não via fazia tempo, ele que foi eleitor de D. Vilma, como dizem alguns, em 2002. Perguntei como estava vendo as eleições para o estado e se ainda votaria nela? Resposta: nunca vi uma pessoa tão malandra. Não voto mais nela. O governo está sendo um desastre, acrescentou. O nepotismo nunca visto. E ainda me perguntou: você viu a revista "Caros amigos?", mais nova? Está lá o dossiê completo do nepotismo Faria. Deu em alguma coisa? É a rainha da malandragem. Aqui não dá em nada. Se fosse o da família Alves a propaganda "limpa" do PSB já teria estampado na televisão. E os "assessores oficiais" já teriam dado suas notinhas. Política é um jogo sujo. E ele ainda disse mais: no governo finge-se que governa. Mas isso não tem importância. Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena: desviar o dinheiro da ponte, torrar o dinheiro da máquina e comprar votos. Mas antes de nos despedimos ele ainda acrescentou que a máquina pública estava sendo usada de forma violenta e radical em todos os níveis. Esse último dado não precisava dizer. E segundo ele completou, não é o marketing que a faz subir nas pesquisas e sim o uso e o abuso da máquina. A compra de votos em Natal e no interior. O presidente do TRE diz que vai ser uma eleição limpa. Sem sentido de ofensa, lembrei-me do diálogo entre o Rei Lear (da peça de Shakespeare, é preciso explicar isso) e o seu fiel escudeiro Gloucester, onde o último diz: "permita beijar suas mãos", ao que Lear responde: "deixe que eu as limpe primeiro". A diferença é que aqui não há limpeza. Que o diga Lula e o PT. (...)
"Aqui os defensores do uso da máquina e da corrupção política, usam a venda da Cosern como motivo para a "subida" nas pesquisas. Eles sabem que estão jogando com o atraso, mas continuam. São os nossos humanistas. A Cosern era um antro de corrupção, um peso para a sociedade civil. Mas quem diz isso? Os nossos defensores do "capitalismo?". Nunca. A Cosern era deficitária até ser privatizada. Seria preciso investir recursos de mais de 400 milhões para evitar um apagão. O governo não tinha, nem tem recursos. A venda foi um beneficio para a população. A Cosern já investiu mais de 400 milhões nesses quase quatro anos de governo socialista, dando só de impostos quase 800 milhões. Eu falei, quase 800 milhões. Mais do que a venda da empresa. Para onde foram esses recursos? Para a Ponte? Ou seja, a Cosern privatizada nos livrou de um apagão, já investiu mais do que o necessário, e ainda pode levar o governo socialista, Jesus, que tanto critica a privatização, a uma reeleição. Pode? Que democracia é essa, meu deus? É a politicagem irmão." (Laurence Bittencourt Leite, Jornal de Hoje, terça-feira, 26 de setembro de 2006.)

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