sábado, setembro 16, 2006

Entrevista: Antonio Naud Júnior

Radar Potiguar - Você toparia dar uma oficina de literatura, livre das amarras oficiais para que todo mundo discutisse tudo sem restrições? Ou mesmo com as amarras oficiais, que garantem a infra-estrutura e acesso dos que não podem pagar?
ANJ - Já ministrei oficinas de literatura, sendo que a última delas aconteceu em março deste ano, na Universidade da Bahia, de Valença. Estudamos a nova poesia baiana. Antes, tive tal experiência na portuguesa Sintra e numa vila italiana na Toscana. Foi animador trocar idéias sobre escritores viajantes ou supostamente malditos. Em 2002, convidado por Ângela Almeida, na época do NAC, apresentei um projeto para o Circo da Luz, mas infelizmente não se concretizou. Adoraria voltar a dar oficinas de literatura, com ou sem amarras oficiais.
Radar Potiguar - O movimento editorial na Bahia e em outros Estados é diferente do que você viu aqui? A publicação de seus livros é financiada por você, ou recorre a leis de incentivo?
ANJ - Suponho que o movimento literário nordestino se destaca principalmente no Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Na Bahia, muitos escrevem, porém poucos publicam. Não estamos passando por um bom momento editorial. Eu tive sorte, só financiei meu primeiro livro, "O Aprendiz do Amor" (1993). Todos os outros surgiram através de convites de pequenas editoras. Já estou à espera de mais dois novos livros meus que surgirão até o final do ano, "Livro de Imagens", pela editora da Fundação Cultural da Bahia, e "Pequenas Histórias do Delírio Peculiar Humano", repetindo a parceria com a Via Litterarum, que publicou "Suave é um Coração Enamorado". Nunca enviei originais para qualquer editora, grande ou pequena. Creio que já é tempo de iniciar tal prática.

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