Radar Potiguar - Existiria, a seu ver, algum movimento cultural, algum clima cultural, alguma ebulição na capital do RN? Ou mesmo no Estado?Antonio Naud Júnior - Acabei de chegar e o meu tempo tem sido apertado, pois estou envolvido até o pescoço na coordenação da assessoria de comunicação de Jane Alves, candidata a deputada estadual. É a terceira campanha política em que participo. Um trabalho duro, muitas vezes desgastante, que exige total concentração e disposição. No meio disso tudo, houve o lançamento do meu livro "Suave é o Coração Enamorado". Portanto, não está sendo possível observar – e participar – a cultura local com abrangência. Mesmo assim, sem qualquer dúvida, sei que a cultura norte-rio-grandense é admirável, expressiva. Por exemplo, há um movimento musical, além do forró, incrivelmente talentoso. Falo dos encantadores pássaros do Projeto Retrovisor.
Radar Potiguar - O fato de Mossoró ter disputado o título de Capital Brasileira da Cultura demonstra falta de perspectiva histórica, senso de realidade ou o gestor de Mossoró estava certo ao meter a cara e tentar o título?
ANJ - Só estive em Mossoró uma única vez, em 2002. No entanto, pelo que ouço, pelo que leio, terminei por me convencer que o trabalho desenvolvido por Rosalba Ciarlini merece aplausos. Ele atesta a sabedoria e o engenho dessa distinta senhora. Todos os artistas, educadores e formadores de opinião deveriam votar nela. São raros os políticos que se comprometem com arte e cultura. Mergulhados na estupidez, não sabem que estão passando uma borracha na sua própria história. Mossoró tem mais é que tentar o título outras vezes. E merece ganhá-lo, afinal tem cacife e audácia para expandir a voz dos seus artistas.
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