quarta-feira, setembro 27, 2006

Campanha: a desventura na reta final

Para os que assistiram ao debate, oportunidade rara em nossa miseranda democracia (dois outros estavam marcados, mas foram boicotados pelos caciques), foi possível vivenciar dois sentimentos que se alimentam e que contribuem, ambos, para a baixa auto-estima que se verifica em meio à população. São situações vividas na rotina de nosso estado que estimulam um sentimento único e uma postura de abatimento e de aparente impotência diante do quadro político montado e ali tornado visível. Um arranjo que colabora para fortalecer uma espécie de aniquilamento da vontade de enfrentamento e de luta da população.
O primeiro indica as grandes perdas, apesar de constituir uma pseudo-derrota, pois o conflito permanece latente, diante de tudo o que foi subtraído aos potiguares em termos de infra-estrutura para a sua independência econômica e sua autonomia diante das estratégias de domínio.
A contrapartida aponta para as formidáveis dificuldades que são e serão enfrentadas para a tomada do poder pelas forças populares, ali representadas pelos dois candidatos vindos de extratos simples da população - os "descamisados" -, apesar de ser esse mesmo povo, subjugado e mantido na miséria, quem confere toda a força, poder, vigor e energia vital para a permanência de governantes das classes dominantes, alijando, do jogo político, aqueles que poderiam contribuir para desaferrolhar os elos invisíveis que a todos aprisionam.

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