segunda-feira, setembro 11, 2006

A bitola do poder alegre

– Foi à casa da deputada?
– Foi ao Termas de Mossoró, a Diogo Lopes, em Macau, às Grutas do Lajedo de Soledade, em Apodi, à Casa de Pedra, em Martins. A Tibau do Sul, ao Marco de Touros. O bofe andou. E muito. Sempre com duas ou três bibas no seu encalço. Quando não dirigia, era transportado a bordo de BMW, Ford Ranger, Hyundai, KIA, Mazda, Mitsubishi, Nissan, Daewoo, Hilux, Toyota, Land Rover. Carne fresca, você sabe, deixa todas elas enrabichadas. Mas deixe eu lhe contar da homenagem. Vamos mudar a sintonia.
– Homenagem? E eu perdi, mona?
– Sim, uma homenagem a Adalberto. Um almoço, no La Mamma Scala Fiorino. Fechamos o restaurante somente pra elas. Adalberto merecia, pois sempre viveu em sociedade, e era sabido ser seu forte a gastronomia. Sabe-se que conhecia todas as comidas, todos os vinhos. E principalmente sabia combiná-los à perfeição. Um perfeito gourmet e gourmand, dizem que era capaz de consumir, com gosto, as iguarias mais sensacionais. E assim fizemos. Convidamos todas as monas do governo, mas principalmente as que não desmunhecam em excesso. O La Mamma ficou literalmente tomado. Todas as turmas marcaram presença. Foi um almoço inesquecível. Inicialmente, degustamos uma razoável quantidade de presunto cru de Bayonne com figos frescos, seguidos de um strudel de salsichão, um filé de lúcio (peixe semelhante à perca) coberto por um saboroso molho Nantua, um pernil de cordeiro lardeado com anchovas, alcachofras num pedestal de foie gras e quatro ou cinco tipos de queijos, com garrafas de bordeaux e de champanhe. Tudo isso arrematado com uma despudorada dose de Armagnac. A conta? Já sabe, a viúva encara, nêga... (Publicado no Caderno Encartes do Jornal de Natal de 01.05.06.) Foto.

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