sábado, setembro 30, 2006

Vota Brasil!



"Compara-se a um chupim quem se alimenta da miséria do povo. Ou quem desfila sua exuberância eleitoral na passarela do cordão de miseráveis jogados no curral de bolsas e cestas assistencialistas. Um povo subordinado, dependente, tem uma única lógica: votar nos governantes dos quais depende."
Gaudêncio Torquato, jornalista,
professor titular da USP e consultor político. (Foto.)

Como é que pode?

Como é que pode?
Gaudêncio Torquato
Jornalista, professor titular
da USP e consultor político

“Solta Pedro I o grito do Ipiranga. E o caboclo, em cócoras. Vem, com o 13 de Maio, a libertação dos escravos; e o caboclo, de cócoras. Derriba o 15 de Novembro um trono, erguendo uma República; e o caboclo, acocorado. (...) A cada um desses estrondos, soergue o torso, espia, coça a cabeça, ‘magina’, mas volve à modorra e não dá pelo resto”.
“Com esta imagem de Jeca Tatu, Rui Barbosa abria, em 1919, uma conferência no Teatro Lírico do Rio de Janeiro sobre a questão social e política do Brasil. O perfil do capiau que ‘vegeta de cócoras’ fora inicialmente traçado por Monteiro Lobato em dois artigos para este jornal, em 1914. Lobato, fazendeiro em Taubaté, tornou-se escritor, pediu desculpas por ter ofendido Jeca Tatu e escreveu novas histórias dando conta de que aquela figura, sinônimo de ingênuo, curou as doenças, comprou uma fazenda e ficou rico. Infelizmente, o Jeca, que o velho Rui elegeu como símbolo da incúria dos governos, continua impassível e de cócoras. Fez apenas algumas melhorias na casinha de sapé onde guarda migalhas que abastecem o vazio do estômago. (Foto.)

Como é que pode?

"Quanto mais Jecas Tatus, mais fortes as mãos que levam cestas básicas. Por aqui começa a explicação para a recorrente e inquietante pergunta do momento: como é que pode um país conviver com tantos escândalos, com tanta podridão, com tantos achaques, com tanta leniência, e ainda se dar ao luxo de se considerar avançado e pleitear um lugar nos foros ocupados por nações do Primeiro Mundo? Como se explica o fato de o mandatário-mor, acossado mais uma vez por situações rocambolescas e abomináveis, perpetradas por assessores mais chegados, como a compra de dossiês para prejudicar adversários, continuar imune ao repertório de perfídias, conchavos, negociatas, fraudes e mentiras abrigadas em seu governo? Como o candidato à reeleição continua impávido quando a tempestade devasta pessoas que, até há bem pouco, privavam de sua intimidade? Como se explicam “grampos” colocados na sede de nossa maior Corte Eleitoral, no momento em que os magistrados se esforçam para promover um choque de moralidade nos costumes eleitorais? Chegamos à perfeição em matéria de paradoxo: grampear a Justiça.
Mas, no Brasil, isso é fichinha. Do vilão que se transforma em herói ao nome digno que se joga na cesta do lixo, a distinção é imperceptível. O olhar nacional se acostumou à escuridão. Como ensinava Adam Smith, uma vez que nossa visão sobre estética é influenciada por usos e costumes, não se pode esperar que percepções relativas à beleza de conduta estejam inteiramente isentas do domínio desses princípios. Quem enfrenta o infortúnio de ser criado no meio da violência, licenciosidade, falsidade e injustiça se acostuma a aceitar quem pratica tais monstruosidades. Familiarizadas desde a infância com os vícios, as pessoas se predispõem a considerá-los naturais, como se fossem o ‘jeito do mundo’, algo que pode e deve ser por elas praticado. Essa disfunção está por trás do estado de devassidão que toma conta do País. (Foto.)

Como é que pode?

O caboclo espia, coça a cabeça,
‘magina’, volve à modorra
e não dá pelo resto

Que fique bem claro: se ‘a nossa montanha é vítima de um parasita’, como Lobato aludia nas primeiras letras sobre o Jeca Tatu, que considerava inadaptável à civilização, hoje, o parasita é o governo, e não o caboclo que mora numa casa de taipa, tem oito filhos para sustentar, uma roça onde cultiva feijão (quando chove) e uma mulher que requenta restos de comida. Compara-se a um chupim quem se alimenta da miséria do povo. Ou quem desfila sua exuberância eleitoral na passarela do cordão de miseráveis jogados no curral de bolsas e cestas assistencialistas. Um povo subordinado, dependente, tem uma única lógica: votar nos governantes dos quais depende. Chega-se, assim, ao dossiêgate e à inferência: Lula poderá até descer um pouco do lugar onde se encontra, mas continuará firme na rota do segundo mandato.
E as perguntas afloram. Como podem perfis atolados na lama emergir tão depressa? Se eleitos, ganharão status mais confortável para se defender. Como se explica o fato de o PT patrocinar outro escândalo, quando se pensava que a crise do mensalão tivesse dado definitiva lição ao partido? Como se explica a ‘burrice’ da área de ‘mídia e risco’ da campanha, chefiada pelo churrasqueiro-mor da Granja do Torto, não pensar que a compra de um dossiê poderia acabar chamuscada? Mas, no Brasil, o tempo funciona como borracha de catástrofes. Inquietação, incredulidade e perplexidade cairão no limbo. Após o impacto sobre setores médios e formadores de opinião, o tsunami desaguará nas margens sem a força inicial. A cada estrondo, o caboclo soergue o torso, espia, coça a cabeça, ‘magina’, volve à modorra e não dá pelo resto. (Ponto de Vista, Gaudêncio Torquato, O Poti/ Diário de Natal, 01.10.06. Foto.)

sexta-feira, setembro 29, 2006

Os Revoltosos de São Miguel

Capitão Luiz Carlos Prestes, quando comandou a Coluna Prestes, de 1925 a 27, movimento armado que visava derrubar as oligarquias que dominavam o país

"A obra de Raimundo Nonato ‘Os Revoltosos em São Miguel’,fala sobre a presença de Luís Carlos Prestes em São Miguel. Além do registro de um importante fato histórico do Rio Grande do Norte, este livro apresenta orelha escrita por Vingt-un Rosado, em setembro de 2005. Este é o último documento público escrito pelo criador da Coleção Mossoroense, considerada uma das maiores coleções de títulos do país, visto que reúne mais de quatro mil obras."
A informação é dada por Abimael Silva, que promoveu o lançamento do livro "Os Revoltosos em São Miguel", de Raimundo Nonato, durante a VIII Feira dos Sebos de Natal, que aconteceu na última semana de setembro, na praça André de Albuquerque. (Foto.)

Os Revoltosos de São Miguel

Raimundo Nonato é um estudioso do sertão, tendo lançado, na área do Folclore, obras de importância invulgar, sendo um nome obrigatório para os estudiosos da região nordeste. São de sua autoria, “Figuras e tradições do Nordeste” (1958), “Estórias de lobisomem” (1959), “Visões e abusões nordestinos” (1974), “Termos populares do Rio Grande do Norte” (1979). O autor tem ainda, como referência, uma série de ensaios e artigos publicados em revistas especializadas e jornais.
Bacharel em Direito (1955), romancista, pesquisador, professor, magistrado, jornalista, Técnico em Assuntos Educacionais, membro da União Brasileira de Escritores/RN, da Casa Euclides da Cunha, do Instituto Genealógico Brasileiro, da Academia Norte-rio-grandense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes e da Sociedade dos Homens de Letras do Brasil, Raimundo Nonato publicou vários livros.
Em 1966, ele lançou pela editora Pongetti, do Rio de Janeiro, o livro “Os Revoltosos em São Miguel”, que conta a história dos guerreiros que se defrontaram com o coronel João Pessoa, uns defendiam o que o escritor mossoroense Vingt-un Rosado denominava “legalidade arcaica”; enquanto outros acreditavam lutar pela construção de um Brasil mais humano e cristão. Raimundo Nonato faleceu no Rio de Janeiro em 22 de agosto de 1993.

Os Revoltosos de São Miguel

Celso da Silveira, autor de "Glosa Glosarum"

Esta é a obra de número 166 editada pelo Sebo Vermelho, e segundo Abimael Silva faz menção a um fato histórico que aconteceu há exatos 80 anos.
Conta sobre a passagem do capitão Luís Carlos Prestes, líder do movimento revolucionário que teve início em 1924 com objetivo de depor o então presidente da República, Artur Bernardes, pelo Rio Grande do Norte. A Coluna Prestes percorreu diversos municípios brasileiros, entre eles São Miguel, Venha Ver e Luiz Gomes, na região Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Prestes, presidente de honra da Aliança Nacional Libertadora (ANL), criada em 1935, foi também eleito secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e senador pelo Distrito Federal, participando ativamente da formulação da Constituição do país, em 1945.
A Editora Sebo Vermelho lançou na Feira de Sebos, além de "Os Revoltosos de São Miguel", mais três obras de referência: "Glosa Glosarum, de Celso da Silveira; "O Carteiro de Cascudinho", de José Helmut Cândido; e "Temporada de Ingênios & Outros", de João Batista de Morais Neto. "Pretendemos fechar 2006 com 200 livros editados", diz Abimael Silva. (Foto.)

Mossoró e a Coluna Prestes

Geraldo Maia
O Mossoroense, Caderno Universo

Em 29 de janeiro de 1926, num dia de sexta-feira, Mossoró amanhecia em estado de alerta, pois notícias davam conta de que a coluna revolucionária chefiada por Luiz Carlos Prestes havia entrado em território potiguar e invadido a cidade de São Miguel, distante 240 km de Mossoró.
Apesar da distância entre uma cidade e outra, foi grande a confusão gerada com a notícia, resultando num verdadeiro êxodo dos mossoroenses, pois as notícias de maior divulgação diziam dos propósitos dos revolucionários em destruir propriedades privadas, trazendo terror às populações nordestinas. Desse modo a cidade ficou parcialmente deserta com a retirada de autoridades, comerciantes e famílias para Natal e outras localidades distantes.
À frente da Intendência mossoroense estava Rodolfo Fernandes, que havia tomado posse em 1° de janeiro daquele mesmo ano. Pelo impacto da notícia, a Intendência reunida tomou medidas e providências acauteladoras em defesa da cidade. Tudo, porém, não foi além do susto e do tumulto causado pelas notícias, já que os revoltosos, que além da Vila de São Miguel de Pau dos Ferros atacaram também a de Luís Gomes, retiraram-se logo após a invasão, penetrando no vizinho Estado da Paraíba. (Foto.)

Mossoró e a Coluna Prestes

A "Grande Marcha" de 1925 a 27 foi o ponto culminante de um movimento militar, denominado de Tenentismo. Esse movimento armado visava derrubar as oligarquias que dominavam o país e, posterirormente, desenvolver um conjunto de reformas institucionais, com o intuito de eliminar os vícios da República Velha.

A "Coluna Prestes" que, de 1925 a 1927 andou por todo o Brasil, cerca de 25.000 quilômetros, foi o ponto culminante de um movimento militar denominado de Tenentismo. Esse movimento armado visava derrubar as oligarquias que dominavam o país e, posterirormente, desenvolver um conjunto de reformas institucionais, com o intuito de eliminar os vícios da República Velha. Não conseguiu, no entanto, atrair a simpatia da opinião pública; apenas em algumas ocasiões cidades ou grupos de homens apoiaram o movimento e até mesmo passaram a integrá-lo. A idéia de que o movimento cresceria em número e em força ao longo da marcha foi se desfazendo durante o trajeto na região Nordeste. Num meio físico hostil, ilhada pelo latifúndio, não achou nas massas do interior o apoio necessário e alentador. Ao contrário, passou a ser o terror do sertanejo que via na passagem da Coluna apenas prejuízo e desgraça, pior ainda do que os inúmeros grupos de cangaceiros que assolavam o Nordeste, pois a Coluna era composta por centenas de guerreiros bem treinados em batalhas e sob o comando de um mestre em guerrilha. (Foto.)

Mossoró e a Coluna Prestes

"Acontece que além da questão política, estava a sobrevivência da tropa. Afinal, era um batalhão que estava em marcha, necessitando de víveres para seus integrantes. A solução era adquirir de uma maneira ou de outra nos lugares por onde passava, muitas vezes destruindo lavouras e abatendo gado e criações que iam encontrando ao longo do percurso.
A história da passagem da Coluna dos Revoltosos pelos lugares citados está fielmente contada pelo historiador Raimundo Nonato em livro com o título de "Os Revoltosos de São Miguel." Foi também fartamente divulgada pela imprensa local. Este centenário jornal, em sua edição de 16 de fevereiro de 1926, trazia uma matéria intitulada "A Incursão dos Revoltosos", onde tratava de dois fatos: o primeiro, cujo subtítulo era "Um Prisioneiro", referia-se ao Tenente Fragoso, "desertor das hostes rebeldes", que havia procurado as autoridades de Pau dos Ferros para se entregar, pedindo garantia às autoridades. O segundo fato, que trazia o subtítulo de "Êxodo", fazia referência ao despovoamento de Mossoró com a notícia da aproximação dos revoltosos. Segundo a matéria, mais da metade da população havia abandonado a cidade. O jornal "O Nordeste", que circulava em Mossoró naquela época, trazia nas primeiras páginas de sua edição de 20 de fevereiro de 1926, os títulos: "Os Rebeldes no Nordeste - O Rio Grande do Norte invadido - Mossoró ameaçada". Dizia a matéria: "Quem diria fosse a Região Nordeste do Brasil invadida pela onda de rebeldes que se avolumaram no Sul do País, indo acossada pelas forças legalistas, até as fonteiras dos Estados do Prata? Não se esperava por essa odisséia terrível, mas ela aconteceu..."
Não é nossa pretensão discutir aqui o projeto político que originou a Coluna Prestes nem o resultado obtido pela mesma em sua longa marcha. Queremos simplesmente retratar o fato histórico ocorrido aqui na região, mostrando que longe de atingir os seus objetivos, a "Coluna dos Revoltosos", como ficou aqui conhecida, deixou um rastro de medo e destruição.
Para a história, o fato é recente, existindo ainda pessoas nos lugares por onde passou a Coluna, lúcidas o suficiente para depor sobre o ocorrido." (Geraldo Maia, O Mossoroense, Caderno Universo, Mossoró-RN, domingo 12 de fevereiro de 2006.)

quarta-feira, setembro 27, 2006

Campanha: a desventura na reta final

O debate na InterTV/ Cabugi com os quatro candidatos ao Governo do Estado, ocorrido nesta terça-feira, dia 26/09, foi de grande proveito para o eleitorado potiguar. Todos puderam ver, ao vivo e em cores, a presença de, pelo menos, quatro representantes de grupos políticos que tencionam dominar a máquina administrativa do Estado e ter acesso a um montante da ordem de 5,6 bilhões de reais. É esta receita total estimada do Orçamento Geral para o exercício de 2007 nos números apresentados à Assembléia Legislativa, no último dia 22, pelo secretário estadual de Planejamento e Finanças, Vagner Araújo.
Vale ressaltar, antes de tudo, a oportunidade de ouro de se verem sabatinados, entre si, e confrontados, dois representantes das oligarquias mais funestas em termos de usufruto político do Estado. Tudo isto numa emissora de televisão das próprias oligarquias, que jamais abriria espaço para um programa dessa natureza, não fosse as implicações da campanha eleitoral, estabelecidas, e franqueadas à população, por um órgão externo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, com isto, permitiu a criação de uma verdadeira "arapuca" para a exibição dos comandantes das duas organizações mais pronunciadas na política potiguar.
Dos quatro, tem-se plena consciência do que se pode esperar da performance tanto do senador Garibaldi Filho (PMDB) como da governadora Wilma de Faria (PSB), devido ao desempenho já testado no palco da administração pública, no ramo do Executivo, tanto da capital como na gestão na esfera estadual. (Leia aqui.)

Campanha: a desventura na reta final

Por serem dois potentados, representantes das duas maiores oligarquias (Alves-Maia e, em processo, Maia-Faria) que dominam há décadas o espectro da política em nosso território, com proveito e lucro para suas organizações particulares, sabe-se, a priori, que deles pouco sobrará, em termos de crescimento, desenvolvimento e bem-estar, para os que não pertencem a seus grupos de interesse, empresas, congregações e a seus partidos, já que a grande maioria dos habitantes do Rio Grande do Norte é excluída, não integra suas classes sociais ou suas famílias.
Quanto aos outros dois debatedores, o servidor federal Sandro Pimentel (PSOL) e o sargento do Exército Xeque Humberto (PTC), torna-se mais que evidente que dificilmente terão uma votação opulenta, e sequer assustam os dois morubixabas, em razão do poder econômico-financeiro daqueles que ditam, há décadas, as regras e impõem suas vontades sobre o restante dos membros de nossa sociedade. No caso da professora socialista Wilma de Faria, pode-se ressalvar que estaria em fase de processamento seus projetos de criação de um portentoso "império", a partir dos membros familiares e dos aduladores mais aproximados, com planos de permanecer na cena política ainda por muitas décadas, à frente de uma bem-sucedida "dinastia".

Campanha: a desventura na reta final

Para os que assistiram ao debate, oportunidade rara em nossa miseranda democracia (dois outros estavam marcados, mas foram boicotados pelos caciques), foi possível vivenciar dois sentimentos que se alimentam e que contribuem, ambos, para a baixa auto-estima que se verifica em meio à população. São situações vividas na rotina de nosso estado que estimulam um sentimento único e uma postura de abatimento e de aparente impotência diante do quadro político montado e ali tornado visível. Um arranjo que colabora para fortalecer uma espécie de aniquilamento da vontade de enfrentamento e de luta da população.
O primeiro indica as grandes perdas, apesar de constituir uma pseudo-derrota, pois o conflito permanece latente, diante de tudo o que foi subtraído aos potiguares em termos de infra-estrutura para a sua independência econômica e sua autonomia diante das estratégias de domínio.
A contrapartida aponta para as formidáveis dificuldades que são e serão enfrentadas para a tomada do poder pelas forças populares, ali representadas pelos dois candidatos vindos de extratos simples da população - os "descamisados" -, apesar de ser esse mesmo povo, subjugado e mantido na miséria, quem confere toda a força, poder, vigor e energia vital para a permanência de governantes das classes dominantes, alijando, do jogo político, aqueles que poderiam contribuir para desaferrolhar os elos invisíveis que a todos aprisionam.

Campanha: a desventura na reta final

Não será novidade para os que lêem jornais, vêem TVs e freqüentam os blogs políticos, por terem acesso à informação, o que aconteceu em Rondônia, no mês de agosto, durante a Operação Dominó, quando a Polícia Federal desmantelou uma quadrilha com ramificações nos três poderes do Estado.
Na oportunidade, foram presos não apenas os presidentes da Assembléia Legislativa de Rondônia, deputado José Carlos de Oliveira (PSL), e do Tribunal de Justiça, desembargador Sebastião Teixeira Chaves, como também apareceu a ramificação do esquema montado de dominação do Estado, com a detenção do chefe da Casa Civil do governo estadual, Carlos Magno, candidato a vice na chapa do governador Ivo Cassol (PPS) na eleição de outubro, e outras 20 pessoas acusadas de desviar cerca de R$ 70 milhões dos cofres públicos.
As ações da quadrilha vieram a público graças a deslizes de alguns de seus membros, que expuseram à Nação os crimes do grupo. E estes incluíam desde venda de sentenças judiciais e contratação de funcionários fantasmas na Assembléia Legislativa, a salários pagos e embolsados por integrantes do esquema por meio de laranjas, chegando ao ponto de se registrar a mais absoluta inutilidade da Assembléia Legislativa, do ponto de vista dos eleitores de Rondônia, já que, dos 24 deputados estaduais, 23 foram arrolados como suspeitos de envolvimento com a quadrilha. (Leia aqui.)

Campanha: a desventura na reta final

“Meu caro Xeque, o senhor não entende de política, o senhor não tem experiência política para entender a fundamentação de nossas alianças políticas”. A frase, carregada de desdém, foi formulada pelo senador Garibaldi Alves, em resposta ao candidato Xeque Humberto (PTC), que comentara a estranheza da população em torno dos pactos obscuros firmados pelo PMDB com antigo adversário do PFL no Estado, senador José Agripino Maia.
Este passou a colaborar com os Alves, visando apoio para catapultar a campanha do seu filho, Felipe Catalão Maia, candidato a deputado federal, para garantir o futuro da família com rendimentos na política. Já que a política garante um faturamento muito mais em conta e sem as apreensões, riscos e prejuízos da iniciativa privada, área onde o empresário Felipe Maia tem experiência, já que chegou a atuar, com um contrato que garantia, com exclusividade, a venda de combustível da Petrobrás no Aeroporto de Natal, graças à intervenção do seu pai senador e do PFL, partido que controlava o Ministério de Minas e Energia no governo FHC, ao qual a estatal se subordina, conforme trouxe a público o jornalista Solano Nascimento, na edição 197 da revista Época, de 25/02/2002. (Leia aqui.)
Eram legítimas as dúvidas e questionamentos dos candidatos dos “descamisados”, sendo repetidos o mesmo desalinho e negligência sobre suas condutas, na demonstração de arrogância tanto de parte do senador como da governadora com relação aos dois “candidatos populares”. Nada se esclareceu ao eleitor da “salada” a que a política potiguar se viu transformada, em razão da disputa encarniçada pela receita do orçamento.
Restou demonstrada, contudo, de forma cabal, a completa ausência de ética e a distância de princípios que possam evidenciar as verdadeiras intenções das gestões futuras nas mãos desses grupos, com seus potentados como administradores públicos, que possa culminar em prol do bem-estar e da felicidade da população potiguar, pelo menos daqui a muitas e muitas décadas.

Observatório da campanha

E o dinheiro dos impostos da Cosern?
Laurence Bittencourt Leite
Jornalista [laurencebleite@zipmail.com.br]

"Encontrei-me com um amigo que não via fazia tempo, ele que foi eleitor de D. Vilma, como dizem alguns, em 2002. Perguntei como estava vendo as eleições para o estado e se ainda votaria nela? Resposta: nunca vi uma pessoa tão malandra. Não voto mais nela. O governo está sendo um desastre, acrescentou. O nepotismo nunca visto. E ainda me perguntou: você viu a revista "Caros amigos?", mais nova? Está lá o dossiê completo do nepotismo Faria. Deu em alguma coisa? É a rainha da malandragem. Aqui não dá em nada. Se fosse o da família Alves a propaganda "limpa" do PSB já teria estampado na televisão. E os "assessores oficiais" já teriam dado suas notinhas. Política é um jogo sujo. E ele ainda disse mais: no governo finge-se que governa. Mas isso não tem importância. Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena: desviar o dinheiro da ponte, torrar o dinheiro da máquina e comprar votos. Mas antes de nos despedimos ele ainda acrescentou que a máquina pública estava sendo usada de forma violenta e radical em todos os níveis. Esse último dado não precisava dizer. E segundo ele completou, não é o marketing que a faz subir nas pesquisas e sim o uso e o abuso da máquina. A compra de votos em Natal e no interior. O presidente do TRE diz que vai ser uma eleição limpa. Sem sentido de ofensa, lembrei-me do diálogo entre o Rei Lear (da peça de Shakespeare, é preciso explicar isso) e o seu fiel escudeiro Gloucester, onde o último diz: "permita beijar suas mãos", ao que Lear responde: "deixe que eu as limpe primeiro". A diferença é que aqui não há limpeza. Que o diga Lula e o PT. (...)
"Aqui os defensores do uso da máquina e da corrupção política, usam a venda da Cosern como motivo para a "subida" nas pesquisas. Eles sabem que estão jogando com o atraso, mas continuam. São os nossos humanistas. A Cosern era um antro de corrupção, um peso para a sociedade civil. Mas quem diz isso? Os nossos defensores do "capitalismo?". Nunca. A Cosern era deficitária até ser privatizada. Seria preciso investir recursos de mais de 400 milhões para evitar um apagão. O governo não tinha, nem tem recursos. A venda foi um beneficio para a população. A Cosern já investiu mais de 400 milhões nesses quase quatro anos de governo socialista, dando só de impostos quase 800 milhões. Eu falei, quase 800 milhões. Mais do que a venda da empresa. Para onde foram esses recursos? Para a Ponte? Ou seja, a Cosern privatizada nos livrou de um apagão, já investiu mais do que o necessário, e ainda pode levar o governo socialista, Jesus, que tanto critica a privatização, a uma reeleição. Pode? Que democracia é essa, meu deus? É a politicagem irmão." (Laurence Bittencourt Leite, Jornal de Hoje, terça-feira, 26 de setembro de 2006.)

segunda-feira, setembro 25, 2006

Lula, ética e merda...

A consagração da merda
“Compare-se o Lula de hoje com o Lula do seguinte trecho de seu discurso de posse: ‘O combate à corrupção e a defesa da ética no trato da coisa pública serão objetivos centrais e permanentes do meu governo. É preciso enfrentar com determinação e derrotar a verdadeira cultura da impunidade que prevalece em certos setores da vida brasileira’.
Pronto, está demonstrado o estelionato eleitoral praticado em 2002. Vai-se repetir agora, ao que tudo indica, mas já não como estelionato. O eleitor está informado que o presidente botou a mão na merda. Mas não se importa.”
(“A consagração da merda”, Clóvis Rossi,
Folha de São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006. Foto.)

Blogagem coletiva. Voto com ética. Brasil, 25.09.06

Quadrilhas lá, quadrilhas cá...

“Mitos também morrem, é verdade. Mas, no caso do mito Lula, não há sinal do mínimo desgaste. Pelo contrário, sua posição nas pesquisas, num quadro de quase permanente estado de crise no governo, indica que está forte como nunca. Há quem especule com a hipótese de vir a querer um terceiro mandato, por meio de uma reforma constitucional que, à Chávez, revogue o limite de dois mandatos consecutivos. Talvez seja exagero. Mas, se tiver paciência para esperar quatro anos fora do poder, quem diz que não ressurgirá, vigoroso, aos 69 anos, na eleição de 2014? E que, vitorioso, parta para a reeleição em 2018, aos 73? O Brasil é culpado pela criação do mito. Não fossem suas mazelas, a começar pela pobreza e pela desigualdade, ele não encontraria terreno propício para prosperar. Agora, vê-se embrulhado na armadilha que o mito continha.

• • •

“Suponhamos, contra todas as evidências, que Lula não seja eleitoralmente tão forte. Suponhamos, contra o que indicam as passadas experiências, que desta vez o escândalo o engolfe, e que venha a perder a eleição. Ainda assim, o mito será forte o suficiente para fazer nascer um líder da oposição capaz de empalidecer o desempenho de Carlos Lacerda nesse papel. Imagine-se o que pode aprontar Lula, à frente de sua formidável equipe de sabotadores e caçadores de dossiês, contra o ocupante do Planalto que tiver a audácia de derrotá-lo. Imagine-se seu poder de incendiar o país, uma vez restituído ao posto de maestro da CUT e do MST. Vale a pena ver Lula derrotado? Quando se chega a cogitar que, pior do que com ele, pode ser sem ele no poder, aí se tem a idéia do tamanho da arapuca em que o país está enredado.”
(“A armadilha e o mito”, Roberto Pompeu de Toledo, revista Veja, edição 1975 . 27 de setembro de 2006.)

Quadrilhas lá, quadrilhas cá...

“Ruiu, nesta semana, a ponte do entendimento. Decidiram saquear e enfrentar o país, baseados na sua maioria potencial de votos. Como diz a música: quanto mais pesado vierem, mais pesado sairão.
Nosso limite implica em rejeitar atos ilegais e, firmemente, descartar a violência. A partir daí, é reunir as crianças e anunciar que vai começar uma etapa na qual não somos mais donos de nosso futuro.
Acho que eles não matam gente. Há quem afirme o contrário, baseado no caso Celso Daniel. Mantenho, apesar disso, minha posição de que não ultrapassam esse limite.
Vão ameaçar com o povo na rua. Dominam entidades, hoje alimentadas por verbas oficiais, e acreditam que elas possam ser uma correia de transmissão. O povo, às vezes, decide mandar para o ar burocratas e suas organizações. A Hungria, por exemplo, já começou a caça aos mentirosos.
Embora não seja uma guerra, de um ponto de vista formal muitos elementos dela estão em jogo. Não dá mais para conviver fraternalmente com cineastas que justificam o mensalão, escritoras que propõem a imoralidade e atores que atribuem às "Mãos Sujas" de Sartre um sinal verde para desviar dinheiro público.
Essas pessoas são cúmplices de uma quadrilha que domina o governo brasileiro. São peixes do mar de lama. Em vez de revidarem com a sabedoria de Sancho Pança, empurram seus Quixotes para dias imprevisíveis.”
(“Notas sobre uma semana punk”. Fernando Gabeira, Folha de São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2006.)

Dia Nacional do Rádio

A luz e as trevas
combatem na Terra do Sal
Paulo Augusto Silva, 25,09.06.
Dia do Nacional do Rádio (Dia da Radiodifusão)

“A liberdade de comunicação é a mais preciosa das liberdades. Por ela, o homem manifesta e exterioriza sua inteligência – seu dom exclusivo –, pelo qual persegue a sua felicidade individual e, simultaneamente, desenvolve sua missão civilizadora e cultural na terra. De nada valeria a liberdade física, se o indivíduo não pudesse se comunicar com os seus semelhantes. Em sua essência, a liberdade de comunicação incorpora-se direito à informação em sua dimensão dúplice, isto é, o direito de informar e ser informado, ou de, simplesmente, realizar a troca de idéias, ainda que fúteis ou, aparentemente, de valor nenhum. O simples deleite da comunicação, mesmo sem propósito útil algum, justifica a sua garantia perante o Estado, como direito fundamental do indivíduo. Logicamente, inerentes ao direito da livre manifestação da palavra encontram-se as liberdades de reunião e de associação...”
Toda esta introdução, de autoria do Juiz federal aposentado, Dr. Paulo Fernando Silveira, especialista em Direito de Radiodifusão Comunitária, contida no seu livro “Rádios Comunitárias”, Editora Del Rey, serve para uma reflexão acerca da intimação sofrida pelo produtor cultural macauense João Eudes Gomes, que se encontra sob ameaça de ser preso, dependendo de uma audiência preliminar, requerida para a quinta-feira da próxima semana, dia 5 de outubro, por requerimento da Juíza federal Dra. Gisele Maria da Silva Araújo Leite, da Justiça federal de primeira Instância.
Para uma consideração dos leitores, colocamos como epígrafe desta matéria a consideração do Juiz Dr. Paulo Fernando Silveira, que também é escritor, membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM), tendo em vista a necessidade de toda a cautela quando o assunto é espinhoso e carece de toda a prudência.
Na verdade, João Eudes Gomes, no caso em discussão, irá participar da audiência, em presença de um representante legal da Anatel e do Ministério Público Federal, a fim de se retratar diante de “um fato supostamente criminoso, relativo á instalação e funcionamento de rádio comunitária, denominada Rádio Oficina Comunitária Solidariedade FM 93,5, localizada em Macau”, que, de acordo com o Procedimento Administrativo Processo Nº 1.28.000.000255/2005-59, foi posta a funcionar “sem a devida licença ou autorização, expedida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes, de responsabilidade do requerido”.

Dia Nacional do Rádio

Conforme ainda a mesma documentação, foi “constatada a irregularidade da emissora de radiodifusão, que está em funcionamento desde maio de 2005”. Ali se conta, ainda, que “o agente fiscalizador da Anatel foi ao local para lacração dos equipamentos da emissora, em 16 de abril de 2006, quando foi impedido pelo Sr. João Eudes Gomes”. Eis que, após este incidente, de acordo com este documento, foi configurado o crime em que incorreu o produtor cultural macauense, assim descrito no Procedimento:
“A conduta ora narrada configura o crime descrito no art. 70 da lei Nº 4.117/62, in verbis: “Artº. 70 - Constitui crime punível com a pena de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos, aumentada da metade se houver dano a terceiro, a instalação ou utilização de telecomunicações, sem observância do disposto nesta lei e nos regulamentos”.
João Eudes, que acaba de ter declarada extinta a sua punibilidade, num processo ocorrido com igual teor, na Vila de Ponta Negra, em Natal, aguarda com ansiedade a audiência, a fim de ver os desdobramentos da sua punibilidade no atual processo.
No caso da Vila de Ponta Negra, onde o produtor cultural montara uma rádio comunitária, sob a chancela e o patrocínio da Comunidade Norte-rio-grandense de Defesa da Cidadania, uma OSCIP legalizada, com reconhecimento do Ministério da Justiça, possuidora de Certidão Cartorial, podendo, por seu Estatuto, atuar em serviços em defesa da Cidadania, João Eudes teve, contudo, antes de ter sua punibilidade extinta e providenciado o cancelamento dos registros na Polícia Federal acerca daquele processo, que levou o número 2002.84.00.010253-1, sob os auspícios da mesma Juíza Dra. Gisele Maria da Silva Araújo Leite (Fórum Ministro José Augusto Delgado), teve de (pagar) fazer uma “prestação pecuniária em favor do Conselho Penitenciário do Estado do Rio Grande do Norte, mediante doação da quantia de R$ 450,00, de uma só vez, em cartuchos de impressora, e, em favor do Instituto Juvino Barreto, da quantia de R$ 450,00, de uma só vez, em forma de cestas básicas; (procedendo) a apresentação à Secretaria da Vara, até o dia 15 do mês seguinte às doações, para juntada nos autos do recibo de entrega e a nota fiscal de compra dos produtos doados”.

Dia Nacional do Rádio

Portanto, na administração do governo liberal petista, tendo à frente o Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, um ex-sindicalista lutador contra o regime ditatorial, o produtor cultural João Eudes Gomes já foi intimado duas vezes, em duas circunstâncias, caracterizando, a seu ver, uma situação que exige estudo e pesquisa, a fim de se pronunciar sua qualidade de “criminoso”, por ter aberto e colocado para funcionar, em nome da Comunidade Norte-rio-grandense de Defesa da Cidadania, duas emissoras de rádio comunitária.
Para ele, será sempre de bom alvitre invocar o Art. 5º da Constituição Federal que, no seu Inciso XVII, esclarece: “É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter militar”; e o Art. 5º no Inciso XVIII, quando informa: “A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento”.
Na atual situação, João Eudes enxerga uma ação aniquiladora oriunda e protagonizada por agentes de um arco de organismos oficiais, que começa com a Anatel, passa pela polícia federal, o Ministério Público Federal e culmina na Justiça Federal. Cita, então, o Art. 5º da Constituição Federal, no seu Inciso XIX, quando afirma: “As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado”.
Neste momento, João Eudes traz à luz e expõe, para reflexão, uma assertiva e um arrazoado do mesmo Juiz Federal Dr. Paulo Fernando Silveira, especialista em direito da Radiodifusão Comunitária, que contribuem para esclarecer as situações vivenciadas tendo como pano de fundo o escopo jurídico:
“Todavia, recentemente, a Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações – desferiu uma ação aniquiladora das rádios comunitárias, utilizando a presença da Polícia Federal como meio intimidatório, já que esta não assinava o auto de lacração, mas sim os agentes daquela agência federal. Entendo que, agindo dessa forma, a Anatel está ostensivamente violando a decisão do Supremo Tribunal Federal, que lhe retirou o poder de polícia contido na Lei 9.472/97, justamente por violar o devido processo legal. Quando o Governo não respeita a decisão da maior Corte de Justiça do país, significa que não estamos mais num regime democrático, com divisão de poderes, mas numa ditadura disfarçada, imposta pelo ramo do Executivo.” Assertiva contida às págs. 8 do livro “Rádios Comunitárias” (Editora Del Rey).

Dia Nacional do Rádio

João Eudes recorda, a fim de iluminar o processo em andamento, que, no último mês de julho, o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ao Congresso Nacional a devolução de 225 processos de renovação de concessões de rádio e televisão, ameaçados de rejeição pela Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados. “Com esta medida”, diz João Eudes, reportando-se a matéria jornalística, “o presidente impediu o fechamento de emissoras de políticos que estão com concessões vencidas, algumas há mais de 15 anos, e que continuam funcionamento. Neste caso, o Governo agiu a pedido do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), que tem duas rádios e uma TV nesta situação, e se viu ameaçado de perder as emissoras. Além de Jader Barbalho, outros importantes políticos figuram nos processos, como o senador Edison Lobão (PFL-MA), os ex-senadores Hugo Napoleão (PFL-PI) e Freitas Neto (PSDB-PI), e o ex-presidente Fernando Collor”.
Em seguida, o Diário Oficial da União publicou as mensagens do presidente e a relação dos 225 processos. na prática, Lula deu uma segunda chance às empresas da lista, que corriam o risco de perder as concessões.
Para provar que não age na clandestinidade, João Eudes dispõe de 43 documentos que comprovam a existência e utilidade da Rádio Comunitária, desde o Comprovante do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - 05.03.2003; Cópia da Medida Provisória nº 2158-35, de 24.08.2001; Cópia da Medida Provisória nº 66, de 29.08.2002;Certidão Cartorial da Comunidade Norte-rio-grandense de Defesa da Cidadania - 27.11.2001; Cópia de Ata de Fundação da Comunidade Norte-rio-grandense de Defesa da Cidadania; Cópia do Estatuto da Comunidade Norte-rio-grandense de Defesa da Cidadania; Cópia da Declaração da Receita Federal; Cópia de Matéria do Jornal de Hoje, “Lula Salva 225 Rádios e TVs do Fechamento”. Além de ofícios de diversos órgãos e instituições oficiais, solicitando a divulgação de seus trabalhos através dos microfones da Rádio Oficina Comunitária Solidariedade FM 93,5.
Paulo Augusto Silva é jornalista do Jornal de Natal
(Publicado na coluna Radar Potiguar, Caderno Encartes, Jornal de Natal, segunda-feira, 25.09.06.)
25 de Setembro
Dia do Nacional do Rádio
Dia da Radiodifusão

sábado, setembro 23, 2006

A verve libertina de Natal

Fantástica Nathália...
Encartes, Jornal de Natal

Um clarão muito forte e carregado de vitalidade fez sua aparição, este mês, no escuro de breu do céu de Natal. Chegou como uma radiação estimulante, em caráter de resistência, como uma centelha de vida, em meio ao verdadeiro torpor de que a população se fizera vítima. Merece registro essa sensação coriscante, pelo excesso de imaginação, num momento em que as eleições, com sua procissão de mortos-vivos e seus véus de intimidações dissipadoras asfixiavam, com suas mensagens mortiças e desalentadoras, a energia libidinal da urbe.
Seu nome, de mulher, carrega lembranças irremediáveis da cidade de Cascudo – Nathália de Sousa –, na verdade uma cidadã potiguar que estaria radicada há mais de 30 anos na Cidade Maravilhosa, fruindo as licenciosidades do underground carioca, e dali teria se virado, suspendendo o gozo interminável dos volteios libidinosos e exaltações flexuosas do mais imoderado Rio de Janeiro para a pacata e enzoneira Natal, a quem ofereceu, em forma de livro, seu arrebatamento invulgar, na obra "Poemas Devassos e uma canção de amor". O lançamento teve lugar na quinta-feira, dia 14, na Livraria Potilivros do Seaway Shopping, em sarau que marcou a estréia da até então desconhecida poeta entre os admiradores de literatura da província.
O lançamento, que segundo a crônica, teria agitado o meio literário natalense, não chegou a causar o frisson que se aguardava, em razão do potencial inflamável da produção da astuciosa escritora. Sabe-se que o grosso de sua poesia, pelo menos a que chegou aos ávidos olhos da sequiosa e desajuizada platéia, se configura em composições fesceninas, "poucas vezes escrita por uma mulher", segundo a averiguação de críticos a postos para a análise da obra.
Sua produção, elogiadíssima pela qualidade dos versos, apresenta alto teor erótico e que remete à poesia de Bocage, tendo despertado grande interesse de leitores locais para conhecer uma autora da qual nunca se ouvira falar e que apresenta grande ousadia poética, disse a crítica local. (Foto.)

A verve libertina de Natal

Fabulosa Nathália...

Não faltou à estreante escritora os mimos, a pompa e o requinte que seus pares locais primaram em oferecer, tendo aterrisado, no seu regresso às terras potiguares, sob a condução de um editor de prestígio no meio cultural do estado, Abimael Silva, publisher do Sebo Vermelho. O invólucro com que foi obsequiada sua obra de estréia tem as características, pode-se dizer, de uma edição de luxo, trazendo na capa ilustração de Gustav Klimt, sendo as poesias, a cada página, adornadas com ilustrações de Andre Derain, Berthomme Saint-André, Boucher, Picasso, Pierre Louys e Rops, denotando, em tudo, um primoroso processamento, sendo sua apresentação, no lançamento, resultado de uma operação de traços barrocos.
Frustrou, contudo, a cobiçada – e mesmo perseguida – poeta todos aqueles que foram ao lançamento, na sua maioria homens, pois Nathália não compareceu ao extraordinário evento. "Segundo informações de Ricardo Ruiz, agitador cultural que veio do Rio de Janeiro, Nathália sofrera um assalto na véspera, estava hospitalizada e não pudera embarcar, seguindo recomendações médicas", contou a crônica que assinalou o acontecimento.
O erotismo contundente, categórico, que marca seu estilo, faz de Nathália de Sousa uma corajosa escritora, a defender, numa inspiração voluptuosa, um modo de ser que raras mulheres adotaram entre nós, entre elas divas do porte de uma Marize Castro, uma Hilda Hilst, uma Adélia Prado, ou a portuguesa Mariana Alcoforado.
Sua poesia chega, muito a propósito, qual um lenitivo, num momento de horror vivido por seus conterrâneos, molestados pela oratória indecente e a visão de imagens obscenas e constrangedoras das figuras chulas e imorais de candidatos toscos, pela imposição dos programas eleitorais.
Com seu canto lascivo, sua escrita sensual, Nathália, pelo menos, presenteia os norte-rio-grandenses, ao trazer o sexo, seja na volúpia da gratuidade, seja nos inesperados de nossos recônditos desejos, ou na forma elaborada de sua verve, que exalta o ardor e a satisfação plena, para o centro do palco. E empurra para as coxias, para os porões, para o inferno dos espectadores, aqueles que todos desejamos em lugar escondido das vistas do público, onde só eles dominam os atos ilícitos e anti-éticos, a parte escabrosa de nossa vida pública, as vergonhas de nosso viver republicano.
Viva a sexualidade sem peias de Nathália de Sousa.

A verve libertina de Natal

As coirmãs de Nathália

É de cortar coração, mas nunca o tesão, Nathália chegar à sua terra no momento em que Natal é reconhecia como "cidade prostíbulo da Europa" ou "europrostíbulo do Brasil", conforme cantam os estrangeiros, como fazem os espanhóis nas páginas de um dos diários mais importantes da Europa, o espanhol "El Mundo", que define a terra potiguar como "a mais pobre do Brasil". Compreenderá Nathália que são irmãs suas que não dispõem do seleto grupo de admiradores para ler e se embevecer com sua obra devassa. São irmãs que escrevem sua obra nas ruas, obrigadas a partir para a extorsão de turistas, meio de defender a sobrevivência por outras rotas, destituídas de nobreza e de belos ideais. Em rotações vertiginosas, escritas no lado prático da vida, sem compromissos com a leveza do ser, mas com a selvageria da condição humana.
Mais famosas que a poeta devassa, com portfólio divulgado nos principais jornais do estrangeiro, as desairosas de Ponta Negra serão sempre anônimas, e estão a anos-luz da escritura de Nathália. Mesmo com toda a carga erótica, pendendo para o pornográfico, a poesia da misteriosa escritora ganha distância no estilo e no registro de seus reveses de vida, seja pela linguagem de violência seja pela astúcia perversa com que suas coirmãs de cama escrevem suas extravagâncias de rotina.
Como numa luta de classes, mesmo ao se encontrarem e se repelirem, por suas conveniências, acordos e táticas, tanto a poeta sexualmente diletante como as profissionais do mercado do sexo elegem, constituem, nomeiam e desfrutam de um espaço de liberdade, conquistado a muque na ordem machista, dando vazão e desafogo ao imenso, ardente e reprimido desejo da grande maioria de suas conterrâneas, magoadas por uma inconfessável e dissimulada baixa libido. (Foto.)

Poema de Nathália de Sousa

Devassa
Nathália de Sousa

Eu tenho uma cabeça de condessa
Devassa, decapitada
Dois minutos e meio depois da trepada.
Eu tenho um sexo sem nexo
Que se entrega em doces refregas
No ar, no mar, na lama,
No vão das escadas e, sim, também na cama.
Ah, eu me entrego, não nego,
A cafajestes, religiosos, estrangeiros.
Aos que sorriem e me dizem:
J’ai t’aime, amore, I love you,
Eu dou meus sonhos, dou meu juízo,
Dou o meu cu.

Nathália de Sousa é Nei Leandro de Castro

Matéria publicada no Caderno Muito,
do Diário de Natal, deste sábado,
23 de Setembro de 2006.
"Terminou o mistério. O escritor Nei Leandro de Castro ligou ontem pela manhã para a redação do Diário de Natal e confessou:‘‘Eu sou Nathália de Sousa’’, nada menos do que a escritora de versos eróticos que agitou o meio cultural natalense na semana passada com insólito lançamento de Poemas devassos e uma canção de amor. Seria a obra de estréia de uma poeta nascida em Natal, mas radicada há no Rio de Janeiro.
Imediatamente a escritora despertou a curiosidade de intelectuais, poetas e frequentadores do Beco da Lama, ávidos em conhecê-la. Quem seria esta poeta de quem nunca se ouvira falar e escrevia com tamanha qualidade? Começaram a surgir rumores de que a escritora não existia e que era o heterônimo de algum escritor.
Concorria para o fato a notícia de que Nathália fora assaltada no Rio de Janeiro às vésperas de embarcar para Natal. Outro indício era o próprio nome da autora (Nathália de Sousa), que remetia a ‘‘Natal’’ e ‘‘Sousa’’, provavelmente uma homenagem à Auta de Sousa. Críticos e escritores locais teriam também percebido uma dicção masculina nos versos da poeta.
A ‘‘trama’’ teve a importante participação do poeta e agitador cultural Ricardo Ruiz que veio especialmente da capital carioca para representar a autora no lançamento depois do suposto assalto. Ruiz promoveu um sarau na Potilivros do Seaway Shopping em que vários participantes recitaram os poemas eróticos.
O Diário de Natal resolveu repercutir a polêmica e por intermediação de Ruiz, entrevistou por telefone ‘‘Nathália de Souza’’, na verdade a atriz e poeta carioca Andréa Ramos, que respondeu todas as perguntas como se fosse a autora, em matéria publicada na edição da última terça-feira.
Estabelecida a farsa, o escritor Nei Leandro de Castro resolveu assumir a autoria da obra. Em entrevista exclusiva ao DN ele explica porque, como e quem o ajudou nesta trama que acaba de entrar para o folclore literário do Rio Grande do Norte." (Matéria publicada no Caderno Muito, do Diário de Natal, do sábado, 23 de Setembro de 2006.)

Nathália de Sousa é Nei Leandro de Castro

Nei Leandro de Castro nasceu em Caicó-RN, em maio de 1940. É formado em direito, mas dedicou-se à publicidade. Foi um dos fundadores da revista natalense "Cactus". Publicou, entre outras obras, O Pastor e a Flauta, a que se seguiram Voz Geral (1963), Contistas Norte-riograndenses (1967), Universo e Vocabulário do Grande Sertão (1968), Decomposição do Nu (1969), Romance da Cidade do Natal (1975), Feira Livre (1976), Canto contra Canto (1981), O Dia das Moscas, Zona Erógena (1984), Musa de Verão, As Pelejas de Ojuara (1986), Era uma Vez Eros (1993), e As dunas Vermelhas (A.S. Editores, 2004).
O romance As Pelejas de Ojuara será adaptado para o cinema pelo produtor Luiz Carlos Barreto. O filme, orçado em R$ 7,5 milhões, será distribuído no Brasil e no exterior pela Warner Bros. Rodado nas regiões litorânea e Seridó, o filme irá narrar as fantásticas aventuras de Ojuara pelas míticas e lendárias terras nordestinas. Em fase de filmagem. Nei Leandro também ajudou no roteiro. O filme será dirigido por Moacyr Góes. (Foto).

quinta-feira, setembro 21, 2006

Enfim, campanha promocional do turismo

(Coluna Hoje na Economia, Marcos Aurélio de Sá, Jornal de Hoje, Ano IX - Nº 2635 - Quinta-feira, 21 de setembro de 2006. Agradecemos a transcrição. Veja no JH. Veja no El Mundo.)

"Quando alguns milhões de os espanhóis que são leitores do diário madrileno "El Mundo" acordaram na manhã do último domingo, 17 de setembro, e começaram a folhear o jornal, depararam-se - na página 7 do primeiro caderno - com uma destacada reportagem sobre Natal, um destino turístico exótico e ensolarado da América do Sul para onde viajam, todos os anos, centenas de milhares de europeus em férias.
Mas não se tratava de uma matéria favorável à imagem da capital do Rio Grande do Norte, dessas que o "trade" turístico e as autoridades públicas do Turismo conseguem plantar com razoável facilidade nos meios de comunicação de massa pelo mundo a fora, mediante compra de espaços publicitários ou oferta de famtours (viagens e hospedagem gratuitas) a jornalistas especializados na cobertura a este importante setor da economia moderna.
Natal ganhou reportagem de página inteira numa edição de domingo do maior jornal da Espanha para ser denunciada como "ciudad europrostíbulo de Brasil" (cidade-prostíbulo europeu do Brasil) e "una ciudad de Rio Grande do Norte, el más pobre de Brasil" (uma cidade do Rio Grande do Norte, o Estado mais pobre do Brasil) que "se ha convertido en la nueva meca brasileña del turismo sexual europeo" (se converteu numa nova meca brasileira do turismo sexual europeu).
O nosso principal pólo turístico, a praia de Ponta Negra, é assim descrita:
"Su playa de Ponta Negra es, hoy por hoy, el europrostíbulo mas selecto de sulamérica. En burdeles, discotecas y los alrededores de la playa al entardecer, unas 1500 garotas jóvenes ofrecen no solo placer. Tambien pesadillas" (Sua praia de Ponta Negra é, hoje em dia, o euro-prostíbulo mais seleto da América do Sul. Em bordéis, discotecas e nos arredores da praia no começo da noite, umas 1.500 garotas jovens oferecem não só prazer, mas também pesadelos).
O foco da reportagem era, na verdade, a onda de chantagens e outros crimes que o submundo da prostituição em Natal - voltado para o atendimento das carências e das taras sexuais da multidão de homens da Espanha que, desacompanhados de suas mulheres, chegam sozinhos ou em grupos à nossa cidade em busca sexo abundante, barato e sem compromisso - vem eventualmente praticando contra esta classe pouco recomendável de turistas que não se tem como evitar em qualquer parte do subdesenvolvido terceiro-mundo.

Enfim, campanha promocional do turismo

Didaticamente, a matéria jornalística demonstrou como prostitutas e travestis natalenses (em muitas ocasiões apoiadas por policiais corruptos, motoristas de táxis, empregados de hotéis, garçons, etc.) articulam golpes contra europeus incautos que recorrem aos seus serviços.
Golpes que vão desde o "sequestro express" (seqüestro-relâmpago), os assaltos a mão armada, a violência física, até a extorsão pura e simples, à base da ameaça de denúncia da prática de abusos sexuais contra crianças ou adolescentes.
Segundo o "El Mundo", que inclusive entrevistou o cônsul da Espanha em Natal sobre o assunto, são raras as vítimas desses tipos de crimes que prestam queixa à polícia, já que a maioria são homens casados ou bem relacionados no meio onde vivem, que preferem não expor suas identidades nem sujar sua imagem. E, assim, as autoridades policiais, mesmo sabendo que o problema existe, ficam sem poder combatê-lo.
Como a notícia dos perigos a que os turistas sexuais se expõem ao viajar para Natal já vinha correndo à boca pequena entre os espanhóis, o principal jornal de Madri destacou seus repórteres para escrever sobre o assunto, vindo eles a encontrar fontes que, mediante a manutenção de sigilo, revelaram ter passado na capital potiguar por situações constrangedoras e de alto risco, que resultaram em pesados prejuízos financeiros.
Disseram os entrevistados que o golpe mais comum praticado pelas prostitutas jovens contra o turista estrangeiro está sendo ajudado pelas peças da campanha publicitária da Prefeitura de Natal contra o sexo-turismo. Tais anúncios afirmam, em inglês, que praticar sexo com menores de idade no Brasil é crime passível de punição com prisão por dez anos.
Assim, ao concluír uma transa com o turista, a garota lhe mostra que está de posse da camisinha usada, lhe diz que tem apenas 16 ou 17 anos, que irá entregá-lo à polícia e que ele será preso por tê-la violentado. E aí, ela começa uma gritaria para atrair pessoas previamente combinadas para dar suporte à extorsão.
Sozinho num país estranho, sem falar o idioma, desesperado diante do perigo de ser conduzido à polícia e ir para a cadeia, o estrangeiro acaba aceitando entregar todo o dinheiro de que dispõe e até objetos de valor que traga consigo, como forma de se livrar da chantagem.
É esta a imagem de Natal que está prosperando na Europa. Infelizmente, não dá para esconder o sol com uma peneira. Como o nosso turismo está longe de se consolidar!..." (Coluna Hoje na Economia, Marcos Aurélio de Sá, Jornal de Hoje, Ano IX - Nº 2635 - Quinta-feira, 21 de setembro de 2006. Agradecemos a transcrição. Veja aqui.)

Natal: cidade ‘europrostíbulo’ do Brasil

Marcelo Hollanda, Repórter
(Agradecemos a transcrição ao Jornal de Hoje, da edição nº 2635 - Quinta-feira, 21 de setembro de 2006.Veja no JH.)
"Natal, cidade prostíbulo da Europa" ou, para usar a expressão fiel, "europrostíbulo do Brasil". Foi assim, sem maior cerimônia, que um dos diários mais importantes da Europa, o espanhol "El Mundo", define a capital potiguar numa matéria de página inteira, publicada na edição do último domingo, dia 17 de setembro, com um título coloquial: "Soy menor, el condón te saldrá caro". Uma das fontes da reportagem, um barcelonês de 45 anos, aparece como vítima de um golpe - uma das muitas, segundo o jornal - cada vez mais praticado em Natal: a extorsão de turistas "atraídos" por prostitutas menores de idade.
O resto se pode imaginar: com medo da prisão e do constrangimento público imposto aos pedófilos no mundo todo, o turista abre a carteira. O "El Mundo" - a segunda maior tiragem da Espanha, depois do "El Pais" - coleciona casos ao longo do texto, assinado por Héctor Marín. Fala, por exemplo, de um advogado recém-chegado que, abordado por uma jovem atraente, não resistiu aos encantos da moça, sem saber que se tratava de uma "prostituta de 16 anos". Menciona também uns certos Diogo, Andres e Gabriel, vítimas de uma "rede de extorsão", atraídos em troca de indigentes sessões de sexo oral. O prejuízo: 600 euros (R$ 1.500,00) por "por las três faleciones". (Foto.)

Natal: cidade ‘europrostíbulo’ do Brasil

"O texto reproduz vários depoimentos para mostrar as razões pelas quais, literalmente, Natal teria se transformado "num paraíso sexual". E resume a situação nas seguintes linhas: "(...) Natal, uma cidade do estado do Rio Grande do Norte, é a mais pobre do Brasil. Esta cidade de 800 mil habitantes se converteu na nova meca brasileira do turismo sexual europeu. Sua praia de Ponta Negra é, dia-a-dia, o europrostíbulo mais seleto da América do Sul (...) Nas boates, discotecas e arredores, umas 1.500 garotas jovens oferecem prazeres".
A reportagem, que fala de um mundo sórdido de proxenetas, corrução, sexo e de "perigosos e inescrupulosos" travestir menores de idade, cita até declarações do cônsul honorário da Espanha em Natal, Alvaro Darpón, acerca da "situação vergonhosa" que se vive por aqui. Seria dele, segundo a matéria, a conclusão de que "a prostituição é a vida fácil que elegeram muitas brasileiras". O texto do "El Mundo" reproduz vários depoimentos para mostrar as razões pelas quais, literalmente, Natal teria se transformado "num paraíso do sexo".
Hoje, em Pipa, o cônsul Álvaro Darpón, por telefone, desautorizou a reportagem. "Ela exagerou, nunca disse nada disso, esse problema (o sexo-turismo) é mais grave na Europa do que aqui", afirmou. Há 13 anos no Brasil, o espanhol de Bilbao é cônsul honorário, uma distinção conferida pela Embaixada na Espanha no Brasil e pelo Ministério espanhol das Relações Exteriores, há 4 anos. Ao confirmar a conversa com o jornalista, o cônsul honorário viu-se na "saia justa" de negar todas as suas declarações ao diário espanhol. "Ele exagerou", resumiu. O cônsul não comentou os casos de extorsão que seus compatriotas teriam sofrido. Mas deixou transparecer que saberia, ao menos, de um episódio.
Quem primeiro se atendeu ao conteúdo da reportagem foi o secretário executivo do Pólo da Via Costeira, Murilo Felinto. Hoje, durante a reunião mensal em Natal do Conselho Nacional de Turismo, em Ponta Negra, ele considerou "simplismo" apenas condenar a reportagem de uns dos diários mais influentes de um país que desembarca milhares de turistas e milhões de euros anualmente no Brasil. "Temos que averiguar e fazer demonstrações claras de que estamos atentos ao sexo-turismo e, principalmente, à exploração de menores". Para Felinto, "o que não se deve fazer é empurrar o problema para baixo do tapete".
Não é o que pensa a diretora de planejamento e avaliação do turismo do Ministério do Turismo, Annia Ribeiro, que durante anos ocupou o cargo de secretária de Turismo do Ceará. Em Natal para a reunião do Conetur, Annia disse que reportagens desse tipo nem deveriam ser repercutidas no Brasil. Insinuando que esses conteúdos só promovem o turismo sexual europeu para o Brasil, ela confessou ter enfrentando as conseqüências desse tipo de reportagens "inúmeras vezes". E acrescentou: "sou contra que se crie um apavoramento quanto essas campanhas irresponsáveis, que querem, de fato, fazer promoção do sexo-turismo e não o contrário". (Agradecemos a transcrição ao Jornal de Hoje, da edição nº 2635 - Quinta-feira, 21 de setembro de 2006.Veja no JH; Veja no El Mundo.
«SOY MENOR, EL CONDON TE SALDRA CARO»
Coincidencia: 79.44% - Fecha: 17/09/2006
"NATAL, ciudad europrostíbulo de Brasil, se ha convertido en una trampa para turistas confiados y ávidos de sexo. Y ya han caído en ella varios españoles: menores que se hacen pasar por mayores de edad amenazan con denunciar a sus clientes al finalizar la relación. Le sucedió a Diego [http://www.elmundo.es/papel/2006/09/17/cronica/2025143.html]) (E-mail).

Justiça nega a cidadania em Macau

Publicado na coluna de Paulo Augusto, Radar Potiguar,
Caderno Encartes, Jornal de Natal, segunda-feira, 18.09.06.
Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. É o que se lê no inciso XXXIII, do art. 5º, da Constituição Federal, no capítulo Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, no título Dos Direitos e Garantias Fundamentais.
Este é o fundamento do mesmo direito que assiste a qualquer cidadão, independente de credo, cor ou raça, de requerer em qualquer repartição pública, a qualquer autoridade, quaisquer informações, quaisquer certidões ou o que quiser obter, estando a autoridade obrigada a prestar, tendo como única restrição o sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, hipótese, com certeza, remota na grande maioria dos casos.
Tais esclarecimentos, contido no artigo "Embargos à cidadania", da promotora de Justiça no Espírito Santo, Marlusse Pestana Daher, que também é radialista, jornalista e escritora, deveriam ser de amplo conhecimento do Promotor Criminal de Macau, Wilkson Vieira Barbosa Silva, evitando, com suas atitudes "autoritárias", a criação de um caso que, no final das contas, irá apenas prejudicá-lo, na sua carreira como operador do Direito na Comarca de Macau.
Ocorre que o Promotor Wilkson Vieira Barbosa Silva entrou em conflito com o cidadão João Eudes Gomes, produtor cultural mais que conhecido em Macau e no Rio Grande do Norte, ao negar-lhe acesso ao andamento de um processo a que deu entrada na Comarca de Macau, aparentemente, por pura "pirraça", "birra" ou "demonstração de força".
Ocorre que, cansado de esperar por longos 8 (oito) meses sem receber nenhuma comunicação acerca de que providência teria sido adotada pela Comarca de Macau, através do defensor da Promotoria dos Direitos Humanos e da Cidadania, com relação a informações solicitadas, dia 20 de outubro de 2005, a respeito de um conjunto habitacional que estava sendo construído com recursos do município em uma área inadequada, sem infra-estrutura de saneamento, muito próximo da rodovia, sem remissão ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, sem nenhuma publicidade do estudo prévio de impacto ambiental e de vizinhança, numa total afronta ao Estatuto das Cidades (Lei 10.257/2001), João Eudes terminou sendo afrontado pela intolerância do promotor, que, esquecendo "os rituais do cargo", partiu para o confronto, negando-se peremptoriamente a conceder as informações.
"Após diversas idas e vindas à sede do Ministério Público local, sempre sendo informado que o promotor de Justiça não estava ‘atendendo ao público’ naquela data, estava ‘em audiência’, estava ‘viajando para fazer cursos’ etc., finalmente, às 08h30 da quarta-feira dia 09 de agosto de 2006, consegui um contato rápido com o promotor", conta João Eudes, agora no corpo de uma representação que dirigiu ao Procurador Geral de Justiça do estado do Rio Grande do Norte. "Demonstrando bastante pressa para aquele atendimento, interrogou qual era o assunto, e expliquei que era ‘direito de informação’, tendo o mesmo salientado que ‘este problema de informação em Macau era bastante complicado’, explicando que ‘os Poderes Executivo e Legislativo não respondiam sequer as requisições do Ministério Público, quanto mais as do senhor...’. Em seguida, determinou que eu voltasse às 10h30 que ele ‘iria ver’ se dava para me atender", relata João Eudes na representação.

Justiça nega a cidadania em Macau

"No horário aprazado, compareci à Promotoria. E ali mesmo, em pé, sem nenhuma acomodação, na porta da entrada, fui informado pelo digno representante do Ministério Público que havia sido localizada a documentação, só que os documentos ainda não haviam sido devidamente analisados. Então, requeri, oralmente, que o promotor disponibilizasse as cópias xerográficas de toda a documentação já acostada à petição inicial. Tamanha foi a minha decepção! Pois o mesmo, com um ar de indiferença, argumentou não ser possível a disponibilização dos documentos. Tentei contra-argumentar que eu era parte requerente no procedimento, e a documentação era de natureza pública. Foi o bastante para o Dr. Wilkson Vieira revelar a face do profissional de direito que não conhecíamos no atendimento ao público: sem nenhuma fundamentação legal, de forma autoritária, prepotente e arrogante, com um tom de voz descortês, exclamou:
"O Senhor está totalmente equivocado! Não tem o Ministério Público a obrigação, o dever de tutelar o seu direito à informação ambiental. E tem mais: ainda vou analisar os documentos e logo após vou decretar o segredo de Justiça em toda a documentação, sob a alegação de que a mesma está em fase de investigação. Agora, se o Senhor acha que está sendo preterido ou prejudicado nos seus direitos, impetre um mandado de segurança."
Conta João Eudes na representação: "E como toda a documentação fosse propriedade particular sua, com um olhar que expressava ‘O Senhor é muito abusado, está perturbando o serviço, afaste-se dessa Promotoria’, com uma expressão intimidadora encerrou o assunto. Ao sair da sala do digno representante ministerial, eu me pus a refletir sobre o significado e a importância do Estado Democrático de Direito. Eu, filho natural de Macau, potiguar, brasileiro, contribuinte compulsório com a quantia de R$ 110,00 por ano para o pleno e eficiente funcionamento da Justiça, e de uma instituição que tem o poder-dever de proteger os direitos da cidadania, inclusive remunerando muito bem, garantindo a alimentação e hospedagem para o seu representante legal, receber um tratamento tão desrespeitoso e agressivo por parte de um agente público que tem como dever, na teoria e na prática, a obrigação de agir ara garantir a efetivação dos meus direitos fundamentais. Depois, me vieram à lembrança as teorias difundidas em inúmeras publicações pelo Dr. Paulo Afonso Leme Machado que, após mergulhar a fundo nas mais variadas questões relativas ao ‘direito de informação’, preconizou que:
"O exercício contínuo e ampliado desse direito haverá de possibilitar aos grotões do Nordeste e às suas populações desvalidas viverem com equilíbrio ecológico, saúde integral, democracia duradoura, e fruição justa e equânime dos recursos ambientais".
Foi nesse sentido que, com as provas acostadas e ainda podendo testemunhar a ocorrência devido à presença de dois cidadãos que o acompanharam, João Eudes Gomes viu-se obrigado a requerer junto ao Procurador Geral de Justiça do estado do Rio Grande do Norte acolher e examinar o seu pedido, a fim de determinar à Promotoria de Justiça de Macau disponibilizar toda a documentação já acostada à petição inicial para devidos fins de prova, "ad futurum", perante a Justiça.

Justiça nega a cidadania em Macau

Apreensivo com os rumos que as coisas estavam tomando, diante de uma experiência acumulada de sofrimentos, vexames e decepções dentro da Comarca de Macau, por situações humilhantes passadas não apenas por ele, mas por representantes da Imprensa, que ali procuraram informações sobre andamento de processos, João Eudes Gomes fez anexar à representação encaminhada ao procurador geral trechos do livro "Direito de Petição Garantia Constitucional", do Juiz de Direito Artur Cortez Bonifácio, titular da 7.a Vara da Fazenda Pública do Estado do Rio Grande do Norte, especialista em Direito e Cidadania pela UFRN, Mestre e Doutorando pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Professor do curso de graduação da FARN - Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do Rio Grande do Norte e dos cursos de especialização da Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte - ESMARN e da Fundação Escola Superior do Ministério Público do Rio Grande do Norte - FESMP.
João Eudes acredita que será de bom proveito a compreensão pelos operadores da Justiça de que o referido direito foi reconhecido "como um dos canais abertos à aproximação entre o cidadão e o Estado, imprescindível no modelo atual de democracia e exercício do poder (político)", conforme assinala o jurista André Ramos Tavares, ao apreciar a obra do juiz Artur Cortez Bonifácio.
No livro, o juiz potiguar afirma que "(...) O direito de petição é instrumento de garantia do exercício dos demais direitos fundamentais e dos deles decorrentes, constituindo-se em meio de defesa contra o abuso do administrador prepotente ou afeto a práticas autoritárias e ilegais. Daí que este direito tem uma nítida missão de colocar todos os indivíduos em igualdade de condições para fazer valer seus direitos quaisquer que sejam suas capacidades, função que, entre nós, muito bem pode ser auxiliada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO.
Diz ainda o juiz Arthur Cortez: "É com estes predicados que a Constituição Federal garante a liberdade de petição, de sorte que não haja empecilho ao seu exercício por qualquer ente governamental, proibições e dificuldades às vezes encontradas no âmbito das repartições públicas, por exemplo, ao recebimento ou à prática de qualquer ato necessário à efetivação do direito.
Para complementar: "Ainda nesse esteio, é desarrazoada, digamos mesmo inconcebível a admissão de retaliações, prejuízos ou privações de direitos – que costumeiramente ocorrem – em virtude do direito de petição. A prática democrática não se coaduna com tais resquícios de uma cultura autoritária. Falamos em petição como a forma genérica escolhida pelo constituinte para abrigar todo elo de participação do indivíduo relativamente ao Estado. As diferentes formas – ainda que como fundamento constitucional único – geral o dever de recebimento e exame e a comunicação das decisões que foram tomadas. Com isso garante-se o acolhimento". (Publicado na coluna de Paulo Augusto, Radar Potiguar, Caderno Encartes, Jornal de Natal, segunda-feira, 18.09.06.)

quarta-feira, setembro 20, 2006

Desmoralização do Judiciário/RN?

PRE pede cassação da
candidatura de Robinson e Fábio Faria
Assessoria de Imprensa PRE/RN
(Tribuna do Norte, Natal, quarta-feira, 20 de Setembro de 2006.)
Publicada às 17h07
A Procuradoria Regional Eleitoral no RN (PRE/RN) ingressou hoje, 20 de setembro, com uma representação contra os candidatos Robinson Faria e Fábio Faria, além do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), o conselheiro Alcimar Torquato de Almeida.
De acordo com a representação, o presidente do Tribunal e os dois candidatos praticaram conduta vedada em período eleitoral. Acompanhado pelo presidente do TCE/RN, os referidos candidatos utilizaram a aeronave do governo do estado, bem público, para viajar ao distante município de Pau dos Ferros, em pleno período de campanha.
No procedimento administrativo aberto na PRE/RN, ficou comprovado que, no dia 7 julho deste ano, a aeronave PT-FRG, operada pelo governo do estado do RN, decolou do aeroporto Augusto Severo (Natal/RN) às 15h24, vindo pousar no Campo de Pouso do Município de Pau dos Ferros (RN), onde acontecia o carnaval fora de época daquele município, o "Carnapau".
A legislação eleitoral, de forma expressa, proíbe que os agentes públicos, servidores ou não, cedam ou usem, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Desmoralização do Judiciário/RN?

No caso, conforme destacou o procurador eleitoral auxiliar Ronaldo Sérgio Chaves Fernandes, "o uso da aeronave em questão pelos candidatos representados, em detrimento de outros, por se tratar de bem público, afetou seriamente o princípio do tratamento equânime dos candidatos, pelo qual se assegura a igualdade de oportunidades entre os candidados no pleito."
O carnaval fora de época tinha o candidato a deputado federal Fábio Faria como um dos patrocinadores, inclusive com distribuição de banner com fotografia no corredor da folia. Além disso, cobertura jornalística da festa, mostra foto do deputado estadual Raimundo Fernandes, no camarote dele, junto com Alcimar Torquato, Robinson e Fábio Faria.
A representação pede aplicação de multa ao conselheiro e aos candidatos, além da cassação dos registros de candidatura ou dos diplomas dos dois últimos.

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Comentários (10)

drefelipe@... 20/09/2006 - 17h44
E o Ministério Público Eleitoral continua fazendo um ótimo trabalho! Infelizmente é muita coisa suja nessa mar de lama e nem tudo vem à tona! Mesmo assim, parabéns MPE!
george.bezerra@... 20/09/2006 - 19h18
o MP pode até fazer esta denuncia. Mas praticar a justiça isso ele não vai conseguir, pois quem tem dinheiro faz o que quer sem ser punido.
marcosromerocruz@... 20/09/2006 - 19h43
VAMOS MORALIZAR ESTE PAIS...
nduda@... 20/09/2006 - 20h23
isso e o minimo, em relaçao o que esta aconteçendo, nessa campanha, parabens, so acho dificil tal puniçao ser aplicada, se tratando de tal pessoas..
aluizio.ferreira@... 20/09/2006 - 20h58
Acredito na Justiça, O MP deve ir a fundo com isso e punir esses aproveitadores exibicionista com o "BEM PUBLICO", deve servir de exemplo pra muitos que praticam abusos, com o dinheiro do contribuinte.
Justiça seja feita. Espero...
elielrn@... 20/09/2006 - 21h33
Duvido que o Judiciario mova alguma palha para punir estes dois.... O TRE-RN é muito parcial...
poolgreen@... 20/09/2006 - 21h47
esse é o bloco da Vilma!!

Desmoralização do Judiciário/RN?

sales@... 20/09/2006 - 21h59
Talvez ao lerem este meu email apressadamente, algums venham ter a impressao de que sou conivente com corruptos e corrupcao, muito pelo contrario, mas a unica maneira ou jeito de se acabar com esta coisa que ai esta, e tomar a seguintes resolucoes se queremos ser um pais serio.
Primeira resolucao: Acabar com TSE,STJE e outros "T’s" e porque? Aqui vai minha ideia.Moro nos USA ha 33 anos, aqui so existem os tribunais de circuito, federal, e suprema corte.
Uma reforma eleitoral acabaria de uma vez para sempre com esta palhacada, ou seja, acabar o"Programa Eleitoral Gratuito" entao este lixo de sujeiras, e desonestidades etc, se acabariam, como também candidatos sem nenhum preparo, nem mesmo no idioma pátrio, falando besteiras, parecendo mais um programa cômico, do que a seriedade de uma idéia política, eu queria ver que partido político, teria dinheiro para bancar 1/2 hora de propaganda política, para ouvir apenas lama sendo jogada na cara dos eleitores, aqui na América, 1 minuto no horário nobre custa milhares de dollars, então um candidato não tem mais do que 30 segundos, para dizer qual seu programa, e fazer uma crítica do atual governante etc. nada de xingação ou outras patifarias, baixarias etc. então o eleitor americano já sabe em que candidato irá votar, pois os mesmos fazem o corpo a corpo nas universidades, clubes, asociações, sendo convidados de tais organizações, as pessoas que vão assisti-los nao querem ouvir xingações, baixarias etc. querem ver propostas, e estas terão que ser consistentes com a realidade socio-economica da região etc. em outras palavras, fazendo somente isto, já daríamos uma peneirada 98% nos pretensos candidatos. aqui um candidato a governador ou presidente da república não precisa renunciar ou ter uma série de coisas que não pode fazer, pois estaria usando a "Máquina" do estado etc. Aqui é normal o uso de tais coisas, DESDE QUE CONTIBUIÇÕES PARTIDÁRIAS, EMPRESARIAS ETC., totalmente declaradas e contabilizadas, justifiquem os gastos. se o candidato burlar tais regras estabelecidas, ja renuncia o cargo, é indiciado, julgado e, ser for condenado, é AALLLLGGGEEEMMMAAADDDOOOO em frente das câmeras etc. seu futuro político foi-se pela PRIVADA para o resto da vida, pois o público americano não esquece quem mente ou é desonesto, e esta preterindo um cargo público, ou seja representar os eleitores que o elegeriam. vejam bem, amigos, aqui democracia FUNCIONA, lugar de corruptos não é no congresso, mas no XXAAADDDREEZZZ.
Todos aqueles que lerem este meu email podem perceber quão longe estamos de ser uma nação democrática. isto para o mundo civilizado chama-se "FAZ DE CONTA"
Dinarte
cpinheirorosa@... 20/09/2006 - 22h05
se eu acreditasse em papai noel, eu teria alguma esperança de que estes dois seriam punidos mas...
andsonsamarony@... 20/09/2006 - 23h10
D U V I D O que pai e filho sejam cassados!
E S T A M O S no Brasil!
Quem tem dinheiro M A N D A e o resto O B E D E C E, fingindo que está tomando as providêncis!
(Tribuna do Norte, Natal, quarta-feira, 20 de Setembro de 2006. TN.)

terça-feira, setembro 19, 2006

Self sexo no boom da província

Prostituta é tão cidadã quanto um jornalista,
um empresário, um deputado ou um juiz
Coluna PortFólio, de Alex Medeiros,
Jornal de Hoje, 19 de setembro de 2006

"Aviso aos moralistas da taba de Ailton. A prostituição no Brasil não é crime se envolve adultos donos de seus narizes e outros órgãos. Basta ler a Constituição ou o Código Civil. Uma prostituta é tão cidadã quanto um jornalista, um empresário, um deputado ou um juiz. O direito de ir e vir é como sexo solitário, pertence a todos sem discriminação.
Assim como nunca entenderam de capitalismo, coisa que não combina com relações promíscuas com o Estado, setores do mercado local também jamais entenderam da indústria do turismo, uma das molas propulsoras de capital em todo o mundo, até em países ditos anti-capitalistas.
Há uma equação que nossos comerciantes não sacam: turismo traz dinheiro, dinheiro cria negócios, negócios geram lucros, que promovem desenvolvimento e também mazelas. É como o poema de Augusto dos Anjos, "a mão que afaga é a mesma que apedreja". Turismo também atrai prostituição, drogas e piratarias fiscais.
Invertendo o ditado popular, no mundo do capital não há bem que não traga um mal. Hoteleiro que quer hóspede precisa medir o percentual de hóspedes que querem prazer. E que eu saiba, de tantos prazeres existentes, entre sexo e uma subida em dunas o turista prefere a primeira opção. Aliás, quem não tem no sexo a primeira opção de entretenimento que atire uma pedra no próprio quengo. (Foto.)

Self sexo no boom da província

Li logo cedo nas páginas uma matéria onde o redator encontrou um argumento para justificar a preocupação de alguns comerciantes de Ponta Negra. Frisou que prostituição não é crime, mas salientou que a concentração de putas num só lugar seria um "campo fértil" para a criminalidade. Santa Maria da Minha Pinta!, diria o Cristovão Colombo olhando as índias nuas na América prestes a ser católica.
Qualquer concentração está sujeita a gerar problemas. O governo Lula inchou a máquina com cargos de confiança só do PT e olha no que deu; a concentração de 513 deputados na Câmara Federal escorreu lama; faça um campeonato de futebol com muitos clubes e veja a quadrilha formada pelos dirigentes; vejam o que dá a concentração de fiéis em igrejas e templos.
Se as prostitutas não podem se concentrar, proíba-se então os comícios, as religiões e os shoppings centers. Natal vive um boom na indústria do turismo, graças às suas belezas naturais e alguns esforços concentrados em parcerias público-privadas. Mas ainda estamos zerados em entretenimento, qualidade de serviços e curiosidades históricas ou científicas. A concentração de bares e pousadas só tinha que dar nisso.
A noite de Natal é um espaço aberto, não apenas literalmente, para a diversão de visitantes e nativos. E a madrugada, então, é um vácuo. Turista ou fica a ver estrela ou então vai dormir, com o cônjuge ou a companhia de aluguel. Empresário que hoje vomita moralismo por causa das prostitutas, não tem idéia do que ainda vem por aí. No futuro, quando operar por aqui os grandes esquemas de máfias e tráficos de drogas, irão para os jornais pedir a volta dos tranqüilos dias de sexo fácil. (AM)" (Coluna PortFólio, de Alex Medeiros, Jornal de Hoje, Terça-feira, 19 de setembro de 2006. Foto.)

Portal cidadão

Portal permite que o cidadão
tenha acesso a informações
sobre seu município

"O 3º Seminário Nacional de Gestão Pública, realizado no último dia 12, em Brasília (DF), marcou o lançamento do Portal de Transparência Pública Municipal, acessível pelo site [http://www.rededom.com.br/].
Neste endereço eletrônico, qualquer cidadão pode buscar pelo seu município e consultar informações sobre receitas; investimentos; despesas; transferências de recursos; convênios entre a União, estados e prefeituras; informações de licitações e contratos; despesas com pessoal, além do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
As informações serão organizadas pela Rede Brasileira de Diários Oficiais do Município. Cerca de 1,3 mil municípios já têm as informações no site. A Associação Brasileira de Municípios (ABM) espera que em um ano esse número dobre. Para isso acontecer os municípios devem ter interesse em disponibilizar suas informações.
Segundo o presidente executivo da entidade, José Carlos Rassier, o encontro foi relevante para chegar à transparência na administração do dinheiro público. E essa transparência virá com a consulta de todas as publicações da administração pública. (Foto.)

Portal cidadão

Portal permite que o cidadão
tenha acesso a informações
sobre seu município

http://www.rededom.com.br/

"No encontro, cerca de 250 pessoas de todo o país, entre técnicos, servidores e gestores municipais, receberam capacitação, orientação e treinamento. O objetivo era orientar esses agentes a lidarem de forma adequada com os recursos liberados pelos governos federal e municipal.
"O seminário está entre as atividades nacionais da ANM e outros seminários de capacitação estão ocorrendo em outros estados brasileiros. Essas atividades recebem o apoio da Controladoria Geral da União, da Associação Nacional dos Tribunais de Contas, da Associação Nacional do Ministério Público e da Caixa Econômica Federal." (Jornal O Mossoroense, Mossoró - Terça-feira, 19 de setembro de 2006. Foto.)

A cultura do QI no interior

Procura-se

"Há muito se pergunta, onde andará o diretor da Casa de Cultura da cidade de Macau, que não aparece para dar expediente. A casa está com sua infra-estrutura comprometida e a população reclama da falta de programação. Para se ter uma idéia, nem o aniversário de segundo ano foi comemorado, como mostrado antes aqui por esta coluna. O ‘bon vivant’ pode ser encontrado cursando faculdade na cidade de Natal, enquanto isso a casa está lá se deteriorando. (Coluna de Maxwel Almeida, O Mossoroense, Mossoró - Domingo, 17 de setembro de 2006. Foto.)

segunda-feira, setembro 18, 2006

Blogagem coletiva sobre ética

Alô todos os carros: o Radar acha legal e está engajado na Blogagem Coletiva sobre ética, marcada para segunda-feira, dia 25, pela laura, de quem transcrevo a seguir o que botou no blog dela.
"Voto com ética.
Meus caros está na hora de pensar nas eleições.
Você pode ajudar a eleger gente de bem.
Como? Participe da blogagem coletiva sobre Ética - O que podemos fazer para mudar a política?
Blogs de todo o Brasil estarão envolvidos nesta blogagem, chamando a atenção para a questão da ética, dando sugestões e esclarecendo posições. Tudo para que tenhamos políticos éticos, honestos e responsáveis.
Participe! Você estará ajudando a melhorar nossa política, a melhorar nossos políticos e a melhorar o Brasil.
A data para a blogagem coletiva é 25 de setembro.
Você pode, também, ajudar na divulgação da blogagem coletiva: conte para seus amigos, espalhe nos blogs que você lê, coloque nas listas que participa.
Vamos mostrar que os blogueiros querem mudar os políticos e o país. Vamos fazer a nossa parte. Cada um escreve o que quiser, não necessariamente sobre política, pode ser sobre ética em geral. Obrigada a todos e vamos em frente, vamos nos mexer por um Brasil melhor para nossos filhos." Foto.

domingo, setembro 17, 2006

Política e desencanto

"A anorexia da vida pública
encolhe os sentidos da vida pessoal,
pois faltam esperança, justiça,
força para estar inteiro na realidade turva."

("Ausências", editorial,
Luiz Fernando Vianna, Rio de Janeiro,
Folha de São Paulo, sábado,
16 de setembro de 2006. Foto.)

Pensar com muletas de reflexão

Ausências
Luiz Fernando Vianna

RIO DE JANEIRO - Questionado sobre as motivações dos seminários "O Silêncio dos Intelectuais", realizado em 2005, e "O Esquecimento da Política", que está acontecendo agora, Adauto Novaes sempre explicou que não estava organizando eventos para se falar do Brasil de hoje, mas para se pensar um mundo em profunda transformação, do qual as antigas muletas de reflexão já não dão conta.
"Já se disse que a imagem de um caos é um caos, e que, ao voltarmos o olhar para essa imagem, muitas vezes nossa reflexão tende a tornar-se mais perturbadora ainda", escreveu ele na apresentação de "O Esquecimento da Política".
Olhar o mundo de hoje é sofrer com uma paisagem turva. Não só as frases feitas das ideologias de cabeceira se esfarelaram como as palavras em geral perderam a credibilidade. Se o presidente da maior potência do planeta manda invadir outro país com base em uma mentira, de que servem os discursos?
A ausência de pensamentos políticos, econômicos e filosóficos, substituídos por modelos de discutível eficiência técnica, fere nossos projetos de cidadão e nossa condição de animais racionais. Sem mais saber como mudar o mundo ou mesmo reformá-lo, basta-nos não sermos esmagados.
Há aves emplumadas que enchem o bico para reclamar que Lula será reeleito pelos "desinformados", os assistidos pelo Bolsa-Família, os miseráveis, mas não vêem como contribuem para que o jogo sociopolítico se limite a um prato de comida. Antes ele cheio do que um tacho de idéias vazias.
E a anorexia da vida pública encolhe os sentidos da vida pessoal, pois faltam esperança, justiça, força para estar inteiro na realidade turva. Se é perdoável a digressão, há ausência maior do que passar o aniversário do filho, num sábado, a três oceanos de distância dele? (Editorial, Folha de São Paulo, sábado, 16 de setembro de 2006.) Foto.

Curtas potiguares no TCP

Palmas para o curta de Ricardo Granito
e para os outros vencedores do festival


O título do curta vencedor do 6º Festival do Vídeo Potiguar, "Carpideira", remete, nos dicionários de língua portuguesa, à mulher paga para chorar em velórios e enterros. O curta-metragem vencedor, de Ricardo Granito (na foto à direita), foi rodado em Patu, tendo se destacado pela movimentação de câmera, a bela fotografia, a atuação do elenco e pelo inusitado do roteiro. No anúncio dos vencedores, no Versailles, a solenidade contou com homenagens a Eva Wilma, Ruth de Souza e Raul Cortez - in memorian. (Fonte).

Curtas potiguares no TCP

Carlos Tourinho, 3º lugar, com o documentário
"Rua Chile", no 6º Festival do Vídeo Potiguar

"A Carpideira", de Ricardo Granito, "Marrom", de Emanuel Grilo, "Rua Chile", de Carlos Tourinho, "Da terra do barro batido nasceu o Baião. De Timbaúba dos Batistas, o forró de Elino Julião", de Diogo Moreno, e "Primeiro Amor", de Demirtes Custódio de Oliveira, saídos do 6º Festival do Vídeo Potiguar, integram a II Mostra do Curta Nordestino, promovida pelo Festnatal, que começa nesta segunda-feira (18/09) e será realizada em três dias consecutivos, sempre às 19h, no Teatro de Cultura Popular, da Fundação José Augusto.
Ao preço simbólico de R$ 1,00, o espectador participa da programação oficial da 16ª edição do Festival de Cinema de Natal, que tem apoio da Prefeitura Municipal do Natal. O Júri Oficial é formado por Racine Santos, Josenilton Tavares, Cinthia Lopes, o crítico Arnóbio Fernandes e Valério Andrade, representando o FestNatal.
Na mostra, aparecem mais representantes da produção pernambucana, já que, dos 30 curtas concorrentes, 12 vêm da terra de Ariano Suassuna - a maioria de diretores de Olinda e Recife. O Rio Grande do Norte aparece em seguida com nove produções. Inscritos paralelamente estão "Coração de Maria", de Haroldo Mota; "Faces da Rua", de Luís Perez; "Luzes da Idade", de Jairo Vieira; e "Céu de Papel", de Milton Duarte.
Serão exibidos dez curtas a cada dia. O melhor curta nordestino, escolhido pelo Júri Oficial, receberá o Troféu Estrela do Mar e o Prêmio BNB Cinema, no valor de R$ 5 mil, patrocinado pelo Banco do Nordeste. O vídeo escolhido pelo público recebrá o troféu.
Contatos
FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO
Rua Jundiaí, 641 - Tirol - CEP 59020-120
Fone/fax: (84) 3232-5327 - (84) 3232-5323 - E-mail.