segunda-feira, outubro 02, 2006

Filhotismo, máfias, danação

“No caso de estados miseráveis como o Rio Grande do Norte, onde o aparelho de Estado foi capturado por elites que não conhecem rudimentos de direitos civis e sociais, imagina-se o que a população sofre nas mãos de seus chamados ‘representantes legais’, que agem ao largo das convenções internacionais de direitos humanos.
Para complementar o fio de raciocínio acerca do que se pode aguardar, na rotina de nossas vidas severinas, desta vez não somente nesses fins-de-mundo potiguares, mas numa perspectiva nacional, que alude inclusive a organizações criminosas como o PCC, mas também a singelas e comilonas ONGs e outras tribos que vivem sob o manto da legalidade, faz bem conhecer um pouco das análises do sociólogo e ensaísta alemão Robert Kurz. Ele define o que se passa hoje em dia conosco no livro ‘O Colapso da Modernização’, obra na qual nos alerta e previne, quando se refere à ameaça de desintegração social que paira sobre nós, embora a gente ainda insista em se esbodegar candidamente nas “alegres e lucrativas eleições”, esquecidos que estamos da guerra civil em curso.
Diz Kurz, que também tem no Brasil, entre outros livros, “O Retorno do Potemkim” (Paz e Terra):
“Em toda parte a concorrência econômica e social desenfreada destrói o domínio estatal, sem criar outra forma de vínculo comunitário. Para o século 21, portanto, delineia-se a tendência de uma ‘desestatização negativa’: um número crescente de funções estatais será absorvido por organizações paraestatais sem controle algum. A atual soberania será substituída, de um lado, pelo império dos cartéis transnacionais, pelos fundos de capital financeiro e por rudimentos de uma polícia global, e, de outro, pelo império da máfia, dos warlords e dos grupos terroristas armados. É somente questão de tempo até que essas duas formas decadentes da sociedade capitalista unam esforços para, a ferro e fogo, sujeitar os 5 bilhões de pessoas desta Terra a uma ordem mundial que já está nos estertores.”

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