quinta-feira, outubro 12, 2006

Por que os blogs de jornalistas não funcionam

Jornalistas não estão acostumados a ter resposta
A dependência jornalística dos governos no Brasil é histórica (e até folclórica). Quantos governos não montaram seu próprio jornal apenas para apoiar seus atos? Quantas revistas, até hoje, não foram criadas pela oposição (que era governo antes e que perdeu seu pedaço do bolo)? Então, nenhuma opinião, jornalisticamente falando, é 100% firme no Brasil – jornalista que é jornalista, dança conforme a música. As bravatas, quando as há, estão sempre a serviço de alguém (de algum lado ou de algum grupo). Como se ordenasse a um matador desses de aluguel, o editor aponta uma pessoa na rua e resume: "Nesta semana, vamos meter o pau naquele lá – senta aí e manda brasa!"
Como é a bravata pela bravata, quase nunca é contestada. Até porque, na comunidade jornalística, todo mundo sabe que é infundada... E quando o é, o contestador apela para a honra, desqualifica a moral do adversário – mas nunca responde nada. E fica cada um pro seu lado, xingando a mãe do outro – até cansar (os leitores geralmente cansam antes). Nunca foi discussão séria, de verdade. De vez em quando, algum presidente se mata (ou "é matado") – mas, aí, não é por causa de nenhum jornalista ou jornal...
Os jornalistas, então, caem na internet e ficam horrorizados... Como alguém tem o desplante de contestá-los? E com fatos! Onde é que já se viu isso? Golpe baixo! Morrem de raiva mas não conseguem, eles próprios, contestar. "Travam" naquele mandamento que, justamente, os impedem de citar os outros (e de lincar). Por isso, os blogs dos jornalistas são aquele negócio moroso, morno, morto, sem links... (Quando os jornais de papel acabarem e a dependência governamental não fizer mais sentido, aí, talvez, os blogs dos jornalistas vão melhorar...)

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