terça-feira, outubro 31, 2006

Erro de Garibaldi: aliar-se ao PFL

"Na performance de Garibaldi, vê-se que ele cometeu um erro estratégico", explica Evangelista. "Ele valorizou excessivamente o PFL, deu a vice-governadoria ao PFL, deu a vaga de senador para o PFL, e quebrou a aliança com o ex-governador Geraldo Melo. Então, esse foi um erro capital, que explica, em grande medida, essa derrota de Garibaldi numa eleição que se iniciou como absolutamente certa da sua vitória. Eu diria com isso que, confirmado o quadro na vitória eleitoral de Wilma, esse resultado vai ter uma implicação muito imediata: o enfraquecimento muito contundente do PFL e da liderança do senador José Agripino. Isso num quadro também paradoxal. Porque, pela primeira vez, José Agripino se projeta como liderança nacional, durante o governo Lula, sendo a principal voz de oposição ao governo Lula. Só que ele faz isso descolado do quadro político do Estado, onde ele está enfraquecido. E agora, com a derrota no segundo turno, esse enfraquecimento vai ser cada vez mais evidente. Esse enfraquecimento do PFL, inclusive, se materializa no fato de que o PFL tinha dois deputados federais, e agora só tem um, que é exatamente o filho de José Agripino, o Felipe Maia. Mas na verdade, Felipe não é uma força nova. É uma continuidade do "maísmo" no Estado. E a conseqüência imediata disso é também o enfraquecimento do PMDB. Um enfraquecimento do grupo Alves que, com a morte de Aluízio Alves, já tinha sofrido um revés forte. Porque Aluízio, apesar da situação precária de saúde, ainda era a voz, ainda era a última palavra a ser dada no grupo Alves. E, mesmo assim, ele não conseguia evitar o racha que houve, com a saída de Carlos Eduardo e Agnelo para apoiarem Wilma. Agora, Agnelo fez um movimento de reaproximação com Garibaldi, mas o grupo Alves provavelmente vai sofrer um processo de fragmentação. Esse processo de fragmentação do grupo, me parece que, com a derrota de Garibaldi, vai continuar se acentuando."

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