terça-feira, outubro 10, 2006

Carta a um historiador de um tempo futuro

"Não acredite, sem questionar, no que está escrito nos livros ou periódicos dessa época, e no que muitos lhe disserem, quase em uníssono. O Partido dos Trabalhadores, ou o atual governo, não é composto por bandidos, não é uma quadrilha. O PT não é nenhuma "gangue partidária" – como disse certa histriônica e intepestiva candidata. Procure estudar a história desse partido, a sua luta incansável na organização dos trabalhadores e dos movimentos sociais, e de massas, nesse país. Essa história eles não podem ter conseguido apagar completamente. Isso ainda deve estar registrado em algum lugar. Eles não conseguirão transformar heróis em bandidos, assim, num piscar de olhos. Não se pode, impunemente, transformar mentiras em verdades.
Quanto ao outro candidato, esse conta com o beneplácito e cumplicidade de toda imprensa. E saiba, meu prezado historiador, se não fosse esse escandaloso e silente beneplácito e cumplicidade da mídia, notadamente a de São Paulo, todo o país saberia que o tal candidato da "oposição" não é apenas um singelo chuchu – esse é o seu apelido. Todo o país saberia que ele é, de fato, um incompetente. Um inepto que destruiu a educação no estado de São Paulo. Que superlotou as Febem de menores. Sendo responsável, portanto, ele e seu partido, pela desgraça de várias famílias e de duas ou três gerações de jovens desse país. Saberia que ele foi responsável pelo crescimento do crime organizado em SP e que amontoou seres humanos em presídios, como se fossem dejetos, farrapos humanos. Todo o país saberia que a polícia, sob seu comando, executou dezenas de criminosos, e também muitos inocentes, nas favelas e bairros periféricos. Não, essa informação o nobre e competente historiador não encontrará nos livros de história ou sequer nos periódicos da época, digo, dos dias de hoje. Pode procurar, certamente não encontrará. Mas pode confiar em mim."

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