segunda-feira, outubro 16, 2006

Tô saindo pra matar, Prefeito!

Uma mana, que cedo se perdeu, também desponta. Ela trabalhou de bedel com Marinalva, líder das prostitutas. Está na frente de batalha, em Ponta Negra. Ali o pixo é grosso. Programas de 400 a 800 real por rodada de negociação. Diga aí. Fico me roendo de inveja, mas não quero pra mim.
Fiquei cabreiro, mas orgulhoso. Pelo menos tá ocupada. A mana faz parte das minas que, no Brasil, chega a 100 mil crianças e adolescentes nas frentes de trabalho sexual do turismo. Ajudam o governo a fazer receita. Números do UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância e Juventude), do relatório Lucrando com o Abuso. No meu sonho, professora Dalvinha alertou que não haverá jeito. "Vai carregar o estigma e as conseqüências da violência pelo resto da vida". Caiu na malha que é beleza para incentivar a prática do sexo pago: aliciadores, clientes, agenciadores. Ali, é como o mercado negro. Ou o tráfico. Acorda na rede de silêncio, conivência, omissão, impunidade e violência. Mas o lucro grita. A mana é mais uma de um milhão de crianças no mundo que todos os anos entram para o multibilionário mercado do sexo. Computação da organização tailandesa End Child Prostituition in Asian Tourism, citada pelo UNICEF.
Aqui, eu soube, é como na Grécia Antiga: garotas exploradas desde os cinco anos, escravas comercializadas para a prostituição. Seus "donos" arranjam serviços sexuais desde pequenas para compensar os gastos com seu sustento. Aqui tudo é em Ponta Negra. São grandes negócios do crime organizado, com ramificações no tráfico de drogas, de armas, de pessoas. (Foto)

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