segunda-feira, outubro 16, 2006

Tô saindo pra matar, Prefeito!

"No tráfico é assim, você tem que ser sincero.
Se você for entrar no tráfico, você tem que dá sua vida. Se vim polícia, você tem que matar polícia. Você tem que trocar tiro. É tudo ou nada. Ali é ali".
Meus dois camaradinhas foram mortos na frente do colégio. E a rua nem era de pobre assim. Era de família classe média, perto da vila militar. Foi uma execução sumária, premeditada. O matador nem se ligou de ser reconhecido, se tinha testemunhas. "Senta no meio-fio, cacete!", falou. E mandou chumbo no bestunto.
Um primo meu, que correu pra Zona Norte, fugindo dos home da Semurb, que aplicavam multas nos favelados do Baldo, entrou pro tráfico. Pra nós, bala. Mas ele não gosta de onde mora, apesar do ambiente ser de grife para a Zona Norte, a avenida das Fronteiras, em Panatis. Mas lá ocorre uma situação nojenta, ele não gostou: esgoto a céu aberto, escancarado, na cara dos caras, escorrendo do rego e descendo pra rua. A água fede como os seiscentos diabos. Os moradores só passam pelo lugar jogando soda cáustica para aliviar a pestilência.
Fedor ou inhaca, a catinga tá em todo canto. Seremos nós a reclamar, nós da "geração enrascada", da "escumalha"? Temos nos "herdeiros" a salvação de nossa lavoura. Podes crer! Por Jesus, agora chegaram os homens e mulheres que haverão de acabar com a nossa má sorte. Vade-retro! (Foto)

Nenhum comentário: