segunda-feira, outubro 02, 2006

Filhotismo, máfias, danação

“Seria o caso de se perguntar, em particular, a esses caras que compõem os diversos grupos e estamentos que se beneficiam dos escombros da desordem sociopolítica e econômica do Estado – políticos, empresários, juízes –, o que pensam da vida. Que lições eles deixam para seus próprios filhos, para seus parentes mais novos, para os estudantes do nosso Estado, enfim, para as gerações que nos irão suceder. Será felicidade o que eles, em particular, mais anseiam? A realidade diz que não.
“Falando sobre o tipo de felicidade que é perseguido em nossa sociedade, o filósofo Mário Sérgio Cortella adverte, de olho na guerra que está nas ruas: “O capitalismo é sustentado na ganância. A pobreza não é um defeito eventual, é a essência. Para que alguém possa acumular, alguém não pode ter. A ganância não é um deslize, é essência. Há um impulso homicida no modo como o capitalismo está organizado. As energias da frustração são a mola central do consumo desvairado, e a frustração vai parar em grande parte no gatilho, e não na caixa registradora. Uma divindade chamada mercado é geradora de frustração, e não de felicidade. Por quê? Porque anuncia o simulacro como verdadeiro, a representação como apresentação. Aquilo não está presente, está representado e produz ansiedade, frustração e desespero.”
Como não há no horizonte esperança de qualquer mudança, na certa haverá alterações a partir de algum momento, algum transtorno, diante do nosso insensível e extremamente injusto mundinho fashion. É pagar pra ver?” (Paulo Augusto, Encartes, Jornal de Natal, 16.12.2002. Foto.)

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