sábado, agosto 12, 2006

Cleptocracia, ou o governo dos ladrões

Lucros exorbitantes...

A cleptocracia traz males e prejuízos de cálculo extremamente difícil. Em razão dela crianças ficam sem escolas, a população é pessimamente servida de saúde, a segurança é prestada com as mais diversas falhas. A carga tributária é sempre crescente, já que o governo tem que saciar a fome sem fim dos ladrões e dos seus cúmplices. Para eles, todo dinheiro é pouco. Por isso, permitem ainda que certos grupos econômicos, que com eles contribuem com constância e valores elevados, atuem com liberdade inconcebível, obtendo lucros exorbitantes, à custa do sacrifício da população. Citemos, por exemplo, os bancos, que em uma cleptocracia exercem as práticas que melhor lhes convém, sem a menor preocupação em serem tolhidos pelo governo, que, ao contrário, os estimula a cobrar mais e mais juros, taxas e mais taxas e, ainda por cima, buscam o beneplácito do Judiciário para que não sejam submetidos às leis de defesa do consumidor – e o pior é que conseguem isso que buscam.
Esse mal, que corrói, corrompe, desgasta, entristece, empobrece e revolta só pode ser combatido com armas como a informação, a mobilização, o exercício consciente da cidadania e o voto. Abaixo a cleptocracia, o governo dos ladrões! Viva o governo do povo! Viva a democracia!
José Augusto Peres Filho, Promotor de Justiça de Defesa do Consumidor em Natal/RN, é professor de Direito do Consumidor na Escola Superior da Magistratura do RN e da Universidade Potiguar (UnP). Publicado em O Poti / Diário de Natal, domingo, 16.04.06. (Foto)

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