quarta-feira, novembro 08, 2006

O triunfo do macho-jurubeba

"Cera negra ou adesivos-depiladores?
"Os gays merecem todo nosso respeito, claro. Os travecos, operados ou não, idem ibidem. Esses metrossexuais não. Racumin neles, pau neles, como no refrão do delicado José Roberto de Godoy. Uns dissimulados. Vade retro, satanás. O que querem esses rapazes sensíveis? Desfalcar as nossas patroas, óbvio. Pouca vergonha. Onde estão as Senhoras de Santana que não vêem uma coisa dessas?
Para o azar deles, porém, o macho-jurubeba continua firme e rijo no poder. Na cabeça. Da Presidência da República à Liga de Dominó da Bomba do Hemetério, no Recife. Um tosco pra chamar de seu, mesmo que seja eu. Até os supostos escândalos têm batismo de macho: Waldomiro _e aí, vai encarar?
Lounge é um lugar que não existe para os cabróns de verdade. Chill-out só se for no Love Story ou no Minha Deusa, na freguesia da Augusta. Do mundo fashion somente aquelas respeitáveis gurias do sul que não passam na ilusória peneira da Elite ou Ford Models e acabam no Café Photo.
Creminho? O único que o macho-jurubeba admite, e ainda nos primeiros momentos da adolescência, é a velha Minâncora de latinha. Que nem pode ser chamada de creme assim. Desodorante? Avanço, claro. Melhor ainda se deixar o cecê vingar, correr solto no ambiente, o que, via de regra, atrai o faro da fêmea. É assim desde que o velho Hemingway abateu a sua primeira lebre com tiro certeiro.
O macho-jurubeba também tem os seus gostos. Prefere, para irmos direto à zona do agrião, as matas à Claudia Ohana (lembram-se da floresta negra?) àqueles gramadinhos baixos, desenhados como se fosse o campo do Serra Dourada em dia de jogo festivo.
Crise do mundo masculino? O macho-jurubeba nunca perdeu o seu tempo com esses diálogos impertinentes. Está sempre ocupado em mirar a espingarda na próxima lebre, ganhar o sustento da patroa e o leite dos jurubebinhas.
Xico Sá é cronista do Blônicas." (Leia os comentários aqui.)

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