sábado, novembro 04, 2006

Desemprego: deboche oficial

Excesso de interferência na questão trabalhista
Senão, vejamos: o governo federal criou o Fórum Nacional do Trabalho, as centrais sindicais o Fórum Sindical do Trabalho e a JT entrou meio que periférica na discussão, e, através de representação no Fórum Nacional, integra o grupo, mas tem suas próprias agruras, juízes priorizam questões de política interna e querem no topo da lista a eleição dos dirigentes dos TRTs, com o voto de todos os magistrados, inclusive do primeiro grau.
Enquanto cada qual vê seu lado, a reforma fica à deriva, mesmo que técnicos do governo federal façam trabalho paralelo importando modelos de trabalho de outros países, entre os quais França e Itália. Este formato europeu reformista é complexo para adaptação a nossa cultura e por outro está cheio de injunções, só serve para mostrar para a sociedade que estão discutindo a reforma trabalhista em alto nível (mera ilusão), temos como proposta básica a questão da jornada de trabalho e a flexibilização de direitos, importado do paradigma franco/italiano, o resto, o governo é capaz de aprovar sem depender de negociação no Congresso.
Na verdade os números são claros, a informação oficial do governo de que foram criados novos postos de trabalho é ilusória, o mapa estatístico (regado à chancela da FGV) tem como base 10 anos, e neste período pelo menos 15 milhões de jovens que atingiram a idade de 18 anos estão à deriva em busca do primeiro emprego. Portanto, nesta equação o desemprego cresceu, conseqüentemente existe crise, e a reforma contribui para isso, mais pela falta de seriedade política do que propriamente pela incompetência demonstrada pelos integrantes da reforma trabalhista. (Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro, sábado e domingo, 04 e 05 de novembro de 2006.) (Fonte)

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