segunda-feira, julho 24, 2006

Um estadista temporão

Lavô fez, então, o pedido extremo à mulher: que ela lhe ajudasse a reconquistar seu posto na Assembléia Legislativa. Mas não era só isso:
– Queria que você me ajudasse na construção da minha efígie, esculpida na rocha, a exemplo da dos presidentes norte-americanos George Washington (1732-1799), Thomas Jefferson (1743-1826), Theodore Roosevelt (1858- 1919) e Abraham Lincoln (1809-1865), no Monte Rushmore, em Dakota do Sul, nos Estados Unidos. Quero ver-me retratado na rocha do Pico do Cabugi. Mas não quero brigar com ex-governadores. Longe de mim entreveros com a família de Aluízio Alves, não quero celeuma com Geraldo Melo. E, quanto a Agripino Maia, é um parente nosso, a coisa fica em família. Quero preservar minha memória e ter um funeral à altura de um estadista. E que minha história fique eternizada no granito. E tem mais: até já escolhi quem vai talhar na rocha a minha imagem, tendo de cada lado um anjo barroco, com feições femininas”, determinou, cheio de salamaleques, continuando na sua explanação.
– Quero para assinar a obra o escultor Jordão, artista genuinamente potiguar. Ele fez a escultura de Iemanjá na praia do Meio, monumento reverenciado todo final de ano, por incontáveis cultores das artes e cativos fiéis em suas contrições. No meu caso, o projeto se assemelha ao do historiador oficial do Estado americano de Dakota do Sul que, em 1923, teve uma genial idéia para atrair mais turistas ao seu estado. E não foi botando meninas seminuas nas ruas. Partiu para construir a maior escultura do mundo”, disse, adiantando que ainda tinha outra coisa a lhe propor. E que ela iria aceitar. Foto.

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