sexta-feira, junho 13, 2008

Isso vai dar em quê?

Escândalo na CPI das ong´s
bate à porta de Larissa Rosado
Correio da Tarde
Edição Número 0645 - Ano II -
Natal e Mossoró, Quinta-feira, 12 de Junho de 2008.

Pedro Carlos
Foto de Larissa: Alberto Leandro
Deputada estadual Larissa Rosado tem período em que dirigiu Apamim investigado por senadoresA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Não-Governamentais (ONGs), instalada no Senado Federal, promete trazer dissabores à deputada estadual Larissa Rosado (PSB). A quebra do sigilo bancário da Fundação Vingt Rosado e da Associação de Proteção e Assistência à Infância e à Maternidade de Mossoró (APAMIM) pode trazer ainda mais complicações para ela e o seu ex-marido da deputada, o empresário Francisco Andrade Silva Filho. O período solicitado pela CPI coincide com a época em que Larissa foi diretora da Apamim, bem como com o perído em que o ex-marido foi presidente das duas instituições investigadas.
A CPI está em busca de saber como foram gastos R$ 12,08 milhões no período de janeiro de 2000 até dezembro de 2007. Segundo levantamento feito pela comissão, nesse tempo, a partir de emendas parlamentares apresentadas pela deputada federal Sandra Rosado e pelo ex-deputado Laíre Rosado, pais da deputada, foram feitos sucessivos convênios com o Ministério da Saúde.
O problema maior para Larissa não será exatamente o período em que foi diretora-administrativa. Apesar de ter sido a responsável pelo setor financeiro da instituição durante quatro anos (1998 a 2002, quando saiu para ser candidata a deputado estadual), a deputada não respondia legalmente na condição de presidente da associação, portanto no máximo pode ser responsabilizada e não acusada por isso.
A situação é diferente, no entanto, quando o assunto é o seu ex-marido, com quem foi casada até o início do ano passado. Ele é acusado em processo por improbidade administrativa em Mossoró por supostamente ter recebido em sua conta um depósito no ano de 2002 no valor de R$ 9 mil. Esse dinheiro teria sido enviado para a sua conta por uma das empresas do grupo Planam, o principal pivô da Máfia das Sanguessugas.
Andrade está com suas contas bloqueadas e seus bens foram tornados indisponíveis pela Justiça de Mossoró no dia 14 de novembro de 2007, por decisão do juiz Tércius Maia Gondim, da 8ª Vara Federal. O magistrado se baseou nas investigações do Ministério Público Federal de Mossoró que se debruçou sobre dois convênios realizados pela fundação e a Apamim em 2002 - quando Larissa ainda era diretora-administrativa da entidade. Os convênios fruto do pedido do bloqueio de contas somaram ao todo R$ 1,2 milhão e deveriam ter sido usados para a compra de medicamentos.
Segundo a denúncia apresentada pelo MPF e acatada pela Justiça Federal de Mossoró, teria havido apenas uma troca de papéis, aonde a empresa Frontal - do grupo Planam - teria repassado a título de propina parte desse dinheiro para Laíre, Andrade e o grupo político do qual eles fazem parte.

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