sábado, junho 21, 2008

Edson Faustino encarcerado

Ex-secretário de turismo
é preso em São Paulo
Jornal de Hoje
Sexta-feira, 20.06.08
Mandado de busca e apreensão foi em Natal Operação investiga desvio de dinheiro destinado a obras do PAC e possível envolvimento de Edson Faustino (Foto: Célio Azevedo, Tribuna do Norte) como lobista no esquema.
A Polícia Federal de Minas Gerais deflagrou, na manhã de hoje, a Operação João-de-Barro, com emissão de mandados de busca e apreensão para serem cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. Um dos mandados emitidos foi contra o advogado Edson Faustino, filho do ex-deputado federal potiguar e então subsecretário da Casa Civil do Governo de São Paulo, João Faustino.
Edson Faustino, que também foi secretário de turismo no governo de Fernando Freire, estava em sua residência, em São Paulo, quando foi encontrado pelos agentes da Polícia Federal e levado à sede da instituição, onde prestou depoimento durante toda a manhã. O pai de Edson, o ex-deputado João Faustino, disse por telefone, que o filho não havia sido detido ou algemado, nem houve exagero dos agentes, que cumpriam mandados de busca e apreensão em São Paulo e no apartamento dele, em Natal. " Edson foi convocado e se apresentou espontaneamente. Meu filho está aberto e colabora com a investigação. Não sei informar o que foi levado do apartamento em São Paulo, mas em Natal sei que nada foi apreendido", disse João Faustino.
O ex-deputado afirma que não sabe os motivos da convocação do filho, mesmo tendo acompanhado parte do depoimento, na manhã de hoje. " Não sei ao certo do que se trata, mas parece que é algo anterior a 2003, quando o governador era Fernando Freire. Assim que o depoimento acabar, ele será liberado e poderemos saber mais", disse João.
No entanto, apesar da afirmação de João Faustino, de que o filho apenas teria sido convocado, a assessoria de imprensa da PF, em Brasília, afirma a existência de um mandado de prisão temporária para Edson, obrigando-o a permanecer preso, após o depoimento ou determinação judicial.
MAIOR OPERAÇÃO DO ANO
A operação é a maior deflagrada pela Polícia Federal este ano no Brasil, com o envolvimento de mil policiais, cumprindo 231 mandados de busca e apreensão e 38 mandados de prisão, em sete estados. Os pedidos de busca e apreensão foram cumpridos em 121 prefeituras, sendo 114 apenas em Minas Gerais e as demais no Rio de Janeiro - quatro -, Tocantins e Goiás. A investigação foi motivada após denúncias veiculadas pela imprensa e apuradas numa auditoria do Tribunal de Contas da União, em 29 municípios do leste de Minas Gerais, revelando indícios de fraude na execução de obras.
Em seguida, a investigação policial resultou na desarticulação de um esquema criminoso de desvio de verbas públicas destinadas, principalmente, à construção de casas populares e estações de tratamento de esgoto em vários municípios. O desfalque atingia as chamadas Transferências Voluntárias, que compreendem recursos financeiros repassados pela União aos Estados, Distrito Federal e municípios devido à celebração de convênios ou empréstimos cedidos pela Caixa Econômica Federal e BNDES.
Parte significativa dessas transferências se destinam a custear obras que integram o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC. Com menos dinheiro para a execução, as obras não apresentaram o padrão de qualidade e quantidade previsto no projeto original como emprego de material de qualidade inferior, extensão da obra entregue menor que a estabelecida no projeto ou não realização da obra. Até o momento, os projetos apresentados pelo esquema receberam o repasse de 700 milhões de reais. A operação pode impedir que mais 2 bilhões de reais tenham o mesmo destino.
Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, pelo Juiz Hermes Gomes da 2ª Vara de Governador Valadares/MG. Repórter: Leonardo Dantas.

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