domingo, junho 15, 2008

Comunicação encubada, gay interrompido

Inimigas do povo
Radar - A gente vê como a comunicação é importante. E a gente não tem comunicação no Estado.

João - Toda essa celeuma, todo esse frisson que a notícia causou na cabeça das pessoas está intimamente relacionado com o monopólio das comunicações. Aqui são cinco famílias que se apropriaram do espectro eletroeletrônico e da mídia, em geral. Só elas é que têm direito de falar, de expressar a sua versão. E são inimigas do povo. Devem ser tratadas como inimigas do povo. O povo deve conhecer a sua metodologia de manipulação, como é que eles fazem para alienar essa maioria. Como é que eles procedem para dominar. Quem são seus pensadores. Porque você sabe que eles não param. Eles não param de pensar como dominar.
Radar - Eles não querem perder a boquinha.
João - Não. Eles estão pensando 24 horas por dia como dominar essa grande massa ignara. Essa grande massa de gente amorfa. Levando em consideração que toda prática política, de 1970 até agora, tem sido para abater o ânimo da população, para afastar a população, para não dar nenhuma chance de a população se organizar e reivindicar os seus direitos independentemente. Quando surge qualquer liderança, seja na zona Sul, na zona Norte, na zona Leste ou na zona Oeste, imediatamente o Estado vai fazer a cooptação. Para que aquele ali não faça semente. Essa cooptação se dá através da corrupção. Com vantagens para a pessoa. A mídia começa a botar a pessoa naquele pedestal. A pessoa já vai se achando que é mais do que os outros. E aí se desvia completamente. Quando isso falha, quando isso não acontece, eles mandam exterminar. Matam.
Fenômeno Raniere Barbosa
Radar - Uma coisa que ficou muito evidente, por último, no aspecto político-administrativo da cidade, foi o "Fenômeno Raniere", ocorrido com o servidor Raniere Barbosa, ex-titular da Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos). O que ele fez na Semsur era uma coisa para ser normal, diária, uma pessoa num cargo executivo funcionar, como ele demonstrou. E, no entanto, ele se tornou um fenômeno, como se fosse uma coisa fora do comum. Chamou a atenção da população por cuidar, como deve ser, dos cemitérios, das praças, dos logradouros públicos, das feiras populares. Uma coisa que é função do governante, se tornou uma coisa extraordinária. Então, ele fugiu do comum. E ganhou uma "moeda política", com a sua eficiência, que agora vai negociar nas eleições.
João - Aqui tem um costume, por exemplo, de a pessoa ir dar uma entrevista e, como ela é tão humilhada, ela diz assim: "Eu agradeço ao Diário, agradeço à Tribuna, agradeço ao Jornal de Hoje por ter me dado esse espaço". Me dado. Não é? Então não é o povo? Ele não tem nada que agradecer. Você pode reparar, quando a pessoa vai para a televisão, ela diz: "Eu agradeço a você que me deu esse espaço". Me deu. A auto-estima dela está tão lá embaixo, que não acha que a televisão ali está até sugando ela. E Raniere estava cumprindo o dever dele. Ele é remunerado para isso. Isso aí não é programa de governo. Isso não é proposta. Isso é dever do governante. Zelar pelo patrimônio. Por fora disso, ele vai responder criminalmente, administrativamente.
Radar - Quero chamar a atenção para outro fato. Quando cheguei aqui de São Paulo, em 82, a cidade estava comemorando o fato de José Agripino Maia (prefeito biônico, 1979-1982) ter colocado luz na praia do Meio. A grande novidade, comentada nos quatro cantos, era isso. Ter botado luz, uns holofotes coloridos, na praia do Meio. Hoje, a praia está praticamente às escuras. Mas aquilo era uma besteira. (Charge)

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