domingo, junho 15, 2008

Comunicação encubada, gay interrompido

Radar - E temos também, em termos locais, Djalma Maranhão (27 de novembro de 1915 - 30 de julho de 1971, Foto), que era um homem rico e, no entanto, gostava de se dedicar aos pobres e aos humildes, tinha uma visão socialista da sociedade.
João - Como tem Josué de Castro, que fez "Homens e caranguejos" (Brasiliense, 1967). E Gilberto Freyre, com "Casa Grande e Senzala" (Editora Record, 1998). São livros fundamentais, importantes até para o próprio movimento GLBTT ter conhecimento. Para saber que nós somos os donos do dinheiro. Aquele governante que ali está, está temporariamente, e tem o dever de zelar pelo patrimônio que foi compilado ao longo dos séculos pelo suor de todos. Ali não tem patrimônio de família A nem B, não. Foi acumulado por todos. E é para servir a todos. Não é para ser propriedade de famílias. Não estou falando da riqueza particular das oligarquias Alves, nem Maia, nem Faria, nem Melo. Nós estamos falando dos R$ 2 bilhões da prefeitura (do Natal). Que não é de Wilma e não é de Fátima. É de todos. E, como é de todos, todos devem dar o seu pitaco, todos devem participar, todos devem ter conhecimento.
Preconceito contra o pobre
Agora mesmo não tivemos notícias de que, lá no Maranhão, um promotor disse que não tinha nada demais, ele botar na principal rua da cidade um outdoor, mostrando todas as pessoas que estavam processadas por desvio de dinheiro público. Por improbidade administrativa? E ele alegou que não estava extrapolando a sua competência, porque as ações eram públicas e a população tinha que tomar conhecimento sobre quem foi que desviou o dinheiro da merenda escolar, o dinheiro dos remédios dos doentes, o dinheiro das telhas das casas dos pobres, do leite e etc. Isso no Maranhão, um promotor. Agora, aqui, qualquer um procurador pode fazer isso. Botar aqui no centro da cidade. Quais são os governantes que têm processo. Fulano, fulano e fulano. Está-se pedindo o ressarcimento de quanto? De tantos milhões. Isso aí não tem nada de o promotor ser um herói. Nada disso. Isso é dever dele publicar as ações do Ministério Público.
Radar - É aí quando o Governo será de Todos.
João
- Pronto, aí a pessoa vai ser co-participante. O que é totalmente contrário à ideologia que está predominando nesses 30 anos, de 78 a 2008. Que é uma ideologia excludente, de disseminar a apatia, a indiferença, de promover o preconceito. E olhe que, no caso, lutar contra o preconceito, não é o preconceito só contra um setor. É contra sexo, contra concepções políticas, é contra cor. E, principalmente, contra a condição social. Esse é que é o pior. É contra o pobre.
É a questão de você, como cidadão, entender que você pode e deve buscar o governo. Você tem também o direito de se candidatar. Aliás, não é só para essas famílias nobres que existe a democracia. Não. O cidadão humilde também tem o direito de aspirar a ser um candidato. Eu acho até que falta uma escola de formação. Eles fazem muitas escolas, de balé, de violão. A Petrobras faz, né? Agora, não tem uma dessas que queira produzir uma escola de formação de líderes. Pessoas com pensamento. O problema da política, de conhecer o poder, isto é totalmente fechado. É uma panelinha. Natal é uma cidade de panelinha. Uma panelinha que vem há muitos anos se reproduzindo, porque não querem que o povo aprenda, conheça. A Universidade, as igrejas, os partidos poderiam atentar para esse aspecto da formação. Deveria existir em Natal uma associação de cultura, desinteressada, independente, que não funcionasse nem com o dinheiro de governo nem com dinheiro de empresários, mas que funcionasse através de pequenas doações da população, para trazer o outro lado.

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