domingo, agosto 19, 2007

Remando na selvageria brasileira

Como funciona o Movimento Social Nossa São Paulo
"O centro de gravidade de Nossa São Paulo são os Grupos de Trabalho. Já há onze em funcionamento, sete dos quais temáticos (Acompanhamento do Orçamento, Acompanhamento da Câmara Municipal, Cultura, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Segurança Cidadã) e quatro transversais, ligados aos objetivos gerais do movimento (Comunicação, Construção de Indicadores, Educação Cidadã, Mobilização). Abertos tanto a entidades quanto a voluntários, os Grupos têm ampla autonomia para definir seu plano de trabalho, prioridades, forma de organização. Um importante seminário sobre Qualidade do Ar, promovido em 23 de julho, pelo grupo de Meio Ambiente, na ONG Ação Educativa, lançou subsídios fundamentais para o Dia Mundial sem Carros. Em 15 de agosto, o grupo de Orçamento promoveu curso de acompanhamento cidadão das finanças públicas. Educação começou a promover, em escolas da periferia, reuniões com diretores, professores e pais de alunos, para debater a qualidade do ensino.
Ninguém, nos Grupos, tem cargos ou postos. A animação dos trabalhos é redefinida a cada reunião. Uma vez a cada 30 dias, em média, há uma plenária geral para compartilhar informações e planejar iniciativas comuns. É, em geral, nesses momentos que surgem novos Grupos. Sua criação é livre — desde que haja gente interessada e disposta a trabalhar respeitando princípios não-hierárquicos. Em julho, surgiram Cultura, Segurança Cidadã e Saúde. O ritmo tem crescido. Neste momento, estão em formação Esportes, Economia, Gestão Pública, Habitação/Urbanização/Espaços Públicos e Mobilidade Urbana
Dois coletivos de ligação: Como nos Fóruns Sociais, a impressão de caos é superficial. Dois coletivos, concebidos por Oded Grajew na época em que Nossa São Paulo estava se formando, exercem um papel permanente de ligação e contato entre os Grupos de Trabalho. Um Colegiado de Apoio, que se encontra a cada 15 dias, procura sistematizar experiências e lançar idéias para todo o movimento. Reúne 25 pessoas, identificadas por ampla história de participação em iniciativas de mobilização social na cidade, mas de origens sociais e sensibilidades políticas diversas. São figuras como o Padre Jaime Crowe, criador do Fórum de Defesa da Vida, que reúne 200 entidades populares na periferia Sul da cidade; a psicóloga Maria Alice Setúbal, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec); Eduardo Ferreira de Paula, presidente da Coopamare, a primeira cooperativa de catadores do Brasil; José Vicente, presidente da Afrobrás e da UniPalmares; o economista Odilon Guedes."

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