domingo, agosto 19, 2007

Remando na selvageria brasileira

Como funciona o Movimento Social Nossa São Paulo
"Ligada tanto aos Grupos de Trabalho quanto ao Colegiado de Apoio, há uma Secretaria, composta de quatro pessoas que trabalham profissionalmente em período integral. Estão encarregadas das atividades que garantem visibilidade e articulação ao Nossa São Paulo: manter o sítio web do movimento, produzir boletins semanais, organizar a agenda de reuniões, viabilizar locais e logística para elas. São contratadas pelo Instituto São Paulo Sustentável, que empresta personalidade jurídica ao Nossa São Paulo e se mantém por meio de doações.
Informação e capacidade de contato são formas de poder. Ao assumir a responsabilidade de facilitar a ação e articulação dos Grupos de Trabalho, o Colegiado de Apoio do Nossa São Paulo adquire, é claro, condições de dialogar com mais facilidade com o conjunto do movimento. Partiu de lá, por exemplo, a idéia de fazer do Dia Mundial sem Carros a atividade que, na prática, apresentará a nova iniciativa à cidade.
Facilitadores ou dirigentes? Como evitar que o papel indispensável de facilitador se converta no poder não-desejado de dirigente? A questão foi debatida de forma explícita, no período de gestação do Nossa São Paulo. Algumas respostas inovadoras, claramente inspiradas nos Fóruns Sociais, foram adotadas como salvaguardas. Primeira: ao contrário de uma direção de partido, sindicato ou organização tradicional, o Colegiado de Apoio não tem poderes para tomar nenhuma decisão em nome do movimento. Seus membros levam sugestões às plenárias gerais — algo que pode ser feito, aliás, por qualquer pessoa presente a elas. Segunda: a adesão a iniciativas do Nossa São Paulo se dá por convencimento e sedução – nunca por aferição de maiorias. As ações do movimento não comprometem automaticamente nem as organizações, nem as pessoas que dele participam. Cada uma escolhe livremente as iniciativas com as quais deseja se envolver. Terceira: nenhum integrante do Nossa São Paulo atua como seu porta-voz, nem tem o direito, por mais atuante que seja, de capitalizar pessoalmente o trabalho coletivo. Vale a pena observar: a página internet do movimento é a antítese do culto à personalidade. Foram banidos os menus do tipo "quem somos" e qualquer referência destacada a participantes do Nossa São Paulo." (Leia o texto integral de Antonio Martins, Saudável heresia em São Paulo, publicado no Le Monde Diplomatique [Diplô], aqui.)

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