domingo, agosto 05, 2007

Golpes contra o Rio Grande do Norte

21 de Setembro de 2006
Governo quer ajuda do BNB para concluir a Alcanorte
Macau - O Governo do Estado levou a questão da Alcanorte para o presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Robert Smith. O secretário Wagner Gutemberg, de Planejamento, disse que seria interessante que o BNB, maior credor da Alcanorte, se dispusesse a criar um grupo de trabalho no sentido de reabrir a fábrica no município de Macau, que o Governo Federal investiu mais de 150 milhões de dólares na década de setenta e oitenta, porém nunca funcionou.
A governadora Wilma de Faria demonstrou em reunião com o superintendente Robert Smith que quer "ajuda" do BNB para concluir e colocar em funcionamento a Alcanorte, que se propõe a fabricar barrilha, produto feito a partir do processamento de calcário e sal marinho usado em larga escala pela indústria de plástico, de vidros e de detergentes, entre outras.
Atualmente o Brasil não produz barrilha. A única fabrica existente estava localizada no Rio de Janeiro, porém fechou no início deste ano, porque seu produto não tinha preço para concorrer com a barrilha produzida na Argentina. A barrilha do Rio de Janeiro tinha um custo alto de produção porque o calcário vinha do Estado de Minas Gerais e parte do sal do Rio Grande do Norte.
No caso de Macau, a Alcanorte dispõe de calcário e sal em abundância, além do gás natural para o funcionamento dos geradores. Ocorre que a situação da Alcanorte, em Macau, está sendo investigada, inclusive, pela Polícia Federal, a pedido da Procuradoria Geral da República do Rio Grande do Norte. Os promotores federais querem saber como andam as negociações entre o grupo Fragosos Pires, proprietário da Alcanorte, e o Governo Federal.
A possibilidade de reabrir a unidade de Macau surgiu no início deste ano com o fechamento da unidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro.
Com relação à reunião de anteontem, entre a governadora Wilma de Faria e o presidente do BNB, Roberto Smith, o secretário Wagner Araújo declarou que ‘’se o BNB se dispuser a integrar o grupo para ver o que pode fazer em relação ao passivo da Alcanorte, chamará não apenas a empresa que detém a posse das instalações (Álcalis), mas também novos empreendedores que queiram assumir esse passivo de forma negociada, que queiram concluir as instalações da planta e iniciar a produção’’, disse o secretário após o encontro.
Diante da governadora, o superintendente do BNB pareceu disposto a analisar a "parceria’’. Mas preferiu não entrar em mais detalhes sobre o assunto. A rediscussão em torno da Alcanorte é favorecida porque o País está completamente dependente do mercado externo, sem unidade produtora. O governo entende que é necessário haver essa rediscussão, mas com cautela, sem criar expectativas, de forma até um tanto quanto reservada para evitar determinadas especulações que ocorreram no passado.
O superintendente vê que se trata de uma discussão de médio e longo prazo para o estado. Não é imediatista. A idéia do Estado é integrar o novo grupo ao já existente na Petrobras para fazer uma análise mais completa sobre os projetos que venham desenvolver no Estado. Também participaram do encontro, entre outros, o secretário estadual de Turismo, Renato Garcia, e o superintendente do Banco do Nordeste no Rn, José Maria Vilar. (Jornal De Fato, Mossoró, quinta-feira, 21 de Setembro de 2006 . Economia.)

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