domingo, agosto 26, 2007

Petróleo: Bacia Potiguar dominada por Satã

"Preocupante é o futuro dessa região. Hoje, os prefeitos estão destinando a quase totalidade dos recursos para o custeio e não para o investimento. Não há propostas de alternativas para o desenvolvimento local e regional. Não existem políticas estruturais quer seja por parte das prefeituras ou do governo do Estado. Os legisladores tanto municipais, quanto estaduais não vêm discutindo o assunto com a importância que ele merece. Enfim, o dinheiro é mal aplicado e não chega ao cidadão.
Para a grande maioria da população que vive em áreas de exploração de petróleo e gás o saldo não tem sido positivo. Subitamente, aportam na cidade centenas de novos moradores que provocam o aumento dos aluguéis, dos produtos locais e dos serviços e até um estrangulamento dos serviços públicos, como é o caso da saúde. O nível de emprego aumenta, a renda aumenta, o consumo aumenta, há até uma certa euforia no pequeno comércio, mas são muito poucos que vão desfrutar dos benefícios dessa riqueza. E como o Estado não está presente na proteção social, crianças e adolescentes acabam sendo vítimas fáceis das drogas e da prostituição provocados pelo impacto do chamado "desenvolvimento" trazido pelo petróleo e gás.
Nenhuma empresa tem tido a responsabilidade social de criar previamente uma infra-estrutura de forma a reduzir o impacto social e econômico gerado a partir de sua instalação. Eles vêm, se instalam e pronto. O resto é com o Estado. Com a tacanhez de grande parte dos prefeitos e vereadores é possível saber no que vai dar. E já deu. Percorram a região petrolífera do Rio Grande do Norte para constatarem essa "miséria na fartura".
A continuar esse quadro sem alterações, restará um futuro nada promissor, uma vez que o esgotamento da riqueza é a única coisa concreta até agora. Se não houver uma mudança de atitude dos administradores e legisladores o receio é que os recursos finitos não deixarão nada de positivo na região, além do prejuízo que poderá causar às futuras gerações."

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