domingo, agosto 19, 2007

Macau, como o diabo gosta...

Município recebe milhões e vive o caos
CÉZAR ALVES
Jornal De Fato, Mossoró, RN, Domingo, 19/08/2007
Da Redação
Macau – Os números da arrecadação no município de Macau nos últimos 16 meses apontam um quadro privilegiado, entre os demais 166 municípios do Rio Grande do Norte. São quase R$ 80 milhões. Entretanto, na prática, o quadro é desolador. O teatro caiu e a praia de Camapum está destruída. A Prefeitura também não construiu a escola do Valadão, o hospital, o Posto de Saúde e o galpão das marisqueiras.
A Escola Modelo do Valadão, considerada fundamental para a educação no município, deveria ter sido concluída no mês de novembro de 2006. No entanto, quando Flávio Veras assumiu, em janeiro do mesmo ano, suspendeu a obra do colégio. Hoje existem somente um monte de ferro e algumas tábuas e arame farpado protegendo o local, que sempre é usado por usuários de drogas.
Os pacientes também não tiveram acesso a serviços de saúde eficiente. O Hospital Modelo e o Pronto Socorro, que estavam previstos na proposta orçamentária de 2006, não foram feitos pelo Poder Executivo. Outra ação do prefeito Flávio Veras também merece ser recordada. Assim que assumiu o governo, Veras pessoalmente derrubou os barracões das marisqueiras.
A justificativa para seu ato grosseiro foi que a Prefeitura Municipal iria dar um salário para cada marisqueira, e, ainda, construir um galpão com toda a estrutura necessária para melhorar as condições de trabalho daqueles profissionais.
O salário só foi pago um dia antes da eleição do mês de outubro de 2006 e um dia antes do segundo turno da eleição de 2006. Depois, o prefeito não mais pagou as marisqueiras e nem construiu o galpão. Hoje, estão passando por dificuldades.
O Teatro Municipal é o reflexo de um governo que se importa com o patrimônio público. Em julho de 2006, o prefeito e seus assessores foram informados que o Teatro estava ameaçando cair. O prédio foi interditado. Porém as obras não foram feitas. No mês de outubro, o teto do teatro caiu. Em novembro, quase R$ 300 mil em equipamentos foram roubados do teatro.
Os oito quilômetros de obras prometidos pelo prefeito no início da gestão, pelas características deixadas, não passavam de uma simulação. O prédio da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), incorporado no patrimônio da Prefeitura, virou um depósito de carros velhos e de criação de ovelhas.
A Praia de Camapum, devido à falta de manutenção nos últimos 12 meses, teve o seu paredão de alvenaria destruído pela força das marés. Atualmente, é considerada perigosa para crianças, devido à quantidade de pedras misturada à areia da praia. A força do mar já fez as marés avançarem nas orlas leste e oeste da praia. Os 16 barraqueiros e os três proprietários de pousadas na praia estão preocupados. Um comerciante já colocou sua pousada à venda. (Foto: Praia de Camapum, verbas federais desperdiçadas)

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