segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Só Não Temos Princípios Éticos

No Brasil de hoje, político quer apenas se eleger; aumentar sua conta bancária (de preferência, no estrangeiro); cuidar do enriquecimento dos parentes e do afilhado da rapariga do delegado; beijar criancinha em campanha para ganhar votos dos incautos; fazer alguma falação comovente ou messiânica (de acordo com a ocasião) e deixar que os assassinados morram em paz, e suas famílias chorem e sofram bastante (desde que continuem votando nos corruptos, nos irresponsáveis, nos criminosos notórios e acreditando em suas promessas de ordem, segurança, emprego, moradia, saúde, educação).
Magistrado só quer ficar milionário em tempo rápido e delegados e policiais precisam se virar para ter um extra, pois não são nem magistrados e nem deputados ou senadores - e não são de ferro e também merecem alguma graninha por fora...
Afinal, somos uma democracia: temos que dar espaço para os criminosos e para suas vítimas; para os corruptos e para os que pagam impostos; para os menores assassinos e ladrões e para as crianças mortas pelo crime. O sol nasceu pra todos e ilumina o túmulo de quem está 7 palmos abaixo do nível do asfalto.
Somos uma democracia, temos espaço para todos - só não temos mais princípios éticos.
Sem problema. Quem precisa de princípios éticos?
Lula prometeu que seremos um país desenvolvido - mesmo que ele chame corruptos notórios de "companheiros", não vamos perder a esperança: Lula vai encontrar uma política de segurança pública, sem penalizar os monstros de menor idade, e nós vamos saber como seu filho ficou milionário em tempo recorde (sem invasão de privacidade, é claro!) e de onde veio a grana para a compra do dossiê fajuto contra os tucanos.
Lula vai conseguir explicar para os bandidos que mataram João e para os que queimaram pessoas (bom lembrar o caso do índio Galdino - claro que Lula não era ainda governo - o governo Lula já tem um bom catálogo de crimes/criminosos e não precisa dos crimes anteriores) e para todos os outros monstros, porque Bruno Maranhão não é bandido, embora seja tão parecido com outros bandidos, apesar de ter liderado a invasão e a depredação do Congresso Nacional.
Lula vai explicar os crimes que interessam ao governo (à governabilidade - palavra que provoca orgasmos no palanque e diante de Câmeras de TV) e vai explicar que há outros crimes que devem ser chorados pelas famílias das vítimas, pois os criminosos não devem ser penalizados e tais crimes não interessam à Presidência. Quando Lula teorizar tudo isso, do alto de seu palanque, teremos entrado na civilização ou mergulhado no socialismo petista, no qual os monstros do crime merecem sempre compreensão, pois são vítimas da sociedade.
Para ilustrar o que nos espera no futuro, seguem imagens recentes da violência da qual não somos vítimas, pois os bandidos não devem ser penalizados (Lula não quer perder os votos dos parentes dos criminosos - se ele vai salvar o Brasil, também há de salvar os monstros do crime como sua fala messiânica e todos serão livres).
No Brasil de hoje, João morreu porque nós quisemos que os monstros fossem monstros, apesar de sermos trabalhadores e pagarmos impostos para um governo incompetente e ineficaz - isso de pagar imposto é mesmo ser politicamente correto.
Toda solidariedade para com a família do menino João e para com as outras famílias vítimas do Brasil de hoje.
Sônia van Dijck é professora universitária aposentada.
Veja no blog Alerta Total.

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