segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Marcelus Bob: cobrança dos desaparecidos

Encartes - Agora, uma coisa: você, que tem amizades no Brasil inteiro, no mundo todo, você mandaria um negócio desses, uma obra dessas para um amigo? Ou mandaria, assim, com o coração apertado, para um amigo seu no exterior, na Bahia, ou mesmo aqui, em João Pessoa? A gente fala em termos da qualidade do livro. Porque nele tem obras que aparecem com quatro centímetros. E ninguém vê o que é aquilo.
Marcelus - Milímetros. As obras são representadas milimetricamente. É impossível. E além do mais, em preto e branco. Será que isso seria uma economia? Ou é falta de profissionalismo de quem estava direcionando a edição do livro?
Outra coisa que eu gostaria de chamar a atenção veementemente. É a respeito da construção da capa. Por que que não chamemos os artistas, façamos uma licitação pública, para o vencedor fazer uma supercapa para esse inventário? Não seria maravilhoso? E, aproveitando a oportunidade, chamaria a atenção da nossa Telemar para voltar com os prêmios de capas das Listas Telefônicas. Que era uma iniciativa muito legal. Muito legal mesmo.
Encartes - Fale sobre o que há escrito na última págima, sobre os responsáveis pela edição, que parece uma piada. (Na útlima página do livro "Inventários", registra-se: "Este livro foi produzido no escritório da UNA (celular 99882812), na praia de Ponta Negra, na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Neste trabalho, a UNA lembra Herbert Read: ‘A Arte é sempre perturbadora, permanentemente revolucionária’.")
Marcelus - Não esqueça de dizer na matéria os meus parabéns para a grande iniciativa da professora Isaura. Que é maravilhoso isso aqui, essa iniciativa. Inclusive, as pessoas que ficaram responsáveis pela edição do livro não possuem capacidades técnicas qualificadas para realizar uma obra de tamanha envergadura. Aí, inclusive, neste trabalho, a UNA, que é a empresa responsável, lembra Herbert Read: "A arte é sempre perturbadora; permanentemente revolucionária". E aí lembraram da arte, do não-sei-quê, mas não lembraram da "revolução", não lembraram da qualidade do livro para fazer essa "revolução". Entendeu? (Publicado no Encartes, Jornal de Natal, na edição de 29.01.2007.)

Nenhum comentário: