quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O que se pode esperar da FJA?

JOTÓ - Artista plástico, Naif. Tem um ateliê à rua Vigário Bartolomeu, 526, Centro da cidade, o qual divide com outros artistas. Tem cerca de 10 anos na atividade.
01 - Sobre relações com a fundação, a gente não tem nada a contar. Porque a gente não tem apoio. Nunca veio nada de lá. Nem de cá. Se você chegar hoje na fundação não tem nem o meu nome nem o nome de Alan (sócio dele no ateliê).
02 - Para falar a verdade, eu não tenho impressão da fundação, porque eu não tenho um diálogo. Nunca ninguém veio aqui, nunca fomos lá. Então, eu não conheço a fundação. Aquelas baboseiras (Foliaduto) eu soube, mas nunca acompanhei nada. Sou longe da fundação.
03 - Como presidente, na verdade, é uma coisa que, não é dizer que eu não tenha essa capacidade. Mas se eu tivesse uma posição dessas, eu gostaria que todos também tivessem. As pessoas que não têm recursos. Dava oportunidades e cresceria mais esse aspecto das artes plásticas. Investiria, faria promoções, daria força a quem não tem. Eles não nos conhecem. E temos muitas propostas aqui. Também parece que eles não têm nada a nos dar. Nunca chegaram a esse ponto. O que eu quero aqui é o meu trabalho.
JOÃO EUDES - Produtor cultural. Ex-secretário municipal de Cultura de Macau.
01 - Vale salientar que eu conheço Crispiniano desde 1986, quando encontrei-me com ele pela primeira vez, num comício, lá na Serra do Mel. Acredito que não é de se esperar muita coisa, não. Porque, ele já entra engessado. Se a pessoa quiser saber o que esperar da FJA, não é você ouvir nos cafés, nos bares, nos restaurantes, nos teatros. Você tem que olhar no orçamento. O que é que o orçamento do estado destina para a cultura. Creio eu que o orçamento não tem a marca de Crispiniano. Porque ele está entrando agora, e o orçamento já foi aprovado no ano passado. Então, nesse primeiro ano ele vai trabalhar sob a influência de um orçamento feito pelos outros. Então, pouca coisa vai ser feita.
02 - A FJA, não é de hoje que eu tenho essa impressão: ela, realmente, vamos dizer assim, é uma tartaruga gigante. Ela nem influi nem contribui. É um negócio que foi feito para atender os interesses das pessoas que governam aqui o estado. Para empregar, para atender demandas. Com relação à cultura, ela está totalmente por fora.
03 - É muito fácil. Não precisa a pessoa fazer nada. Até porque, o gerente cultural messiânico, aquele que faz as coisas, esse não existe mais. O que eu gostaria, o que creio, acredito que Crispiniano vai ajudar a fazer, é fazer transparência. Acho que ele vai convocar a Primeira Conferência Cultural do Rio Grande do Norte para abrir o debate, para lancetar o tumor. Saber por quê essas instituições tão pomposas, tão cheias de labirintos, tão luxuosas e cheias de pompas, por que elas estão isoladas e tão distantes do povo. Então, eu espero. Acho que o que se pode fazer é isso: provocar o debate. Eu não gostaria que ele viesse a criar nenhuma ilusão, nenhuma expectativa de que ele fosse fazer. Eu queria somente que Crispiniano, como militante antigo do movimento popular, ele se lembrasse que, contra vampiro, existe a luz. (Caderno de Encartes, Jornal de Natal, 12 de fevereiro de 2007.)

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