segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Mais quatro anos de lambança

É claro que nem todos merecem o emplacamento e a pecha de astuciosos, de capadócios. Entre os elementos que irão representar a população potiguar por mais quatro anos na Assembléia Legislativa tem aqueles mais ambiciosos e vorazes. Basta dizer que o ex-governador, ex-senador e ex-deputado federal Lavoisier Maia, ex-marido da governadora, pai de Márcia Maia (PSB/RN), deputada também favorecida pela população, primo do senador José Agripino Maia (PFL) e de João Maia (PL), este paraibano também "abençoado" pelos eleitores com um mandato federal, o velho médico ginecologista paraibano agora outra vez alçado à condição de deputado estadual, por "generosidade" de nossos eleitores, e que tomava posse naquela mixórdia, quis abandonar o cenário político nacional em grande estilo, ganhando manchetes na imprensa brasileira. Isto por abocanhar em torno de R$ 100 mil apenas no mês de janeiro, como suplente de outra sumidade potiguar, na Câmara Federal. Conforme conta o repórter Marcelo Rocha, do Correio Braziliense, na edição de 25/01/2007:
"Suplentes de deputados empossados no início de janeiro para cumprir apenas 30 dias de mandato-tampão gastam o dinheiro público como se o Parlamento estivesse em pleno funcionamento. Prestação parcial de contas revela que alguns não precisaram de um mês para torrar toda a verba indenizatória de R$ 15 mil a que têm direito. Para trabalhar durante o recesso, os suplentes ganham ainda R$ 12,8 mil de salário, auxílio-moradia de R$ 3 mil e R$ 50 mil para gastar com salários de funcionários, além de oito passagens áreas.
"Dos 22 que tomaram posse, nove receberam ressarcimento até ontem. Lavoisier Maia (PSB-RN) usou cada centavo da verba indenizatória com despesas de viagens e combustíveis, segundo informação da Câmara. Só com gasolina, ele pediu para ser ressarcido em R$ 4,5 mil, o equivalente a 1,7 mil litros se considerarmos cada um a R$ 2,65. Desde 1º de janeiro, dia em que o potiguar tomou posse, se passaram 17 dias úteis. Isso significa gasto médio de 100 litros/dia. Se for levado como base um carro que faça 10 quilômetros/litro, o suplente rodou mil quilômetros diários ou 17 mil quilômetros durante o período — uma viagem à China. Talvez, por rodar tanto, é que Lavoisier apresentou documentos referentes a R$ 10,5 mil com despesas com viagem, como alimentação." Agora, o velho morubixaba entrega-se à faina doméstica, com suas aprontações na terrinha, onde a imprensa fecha sempre os olhos, a Justiça deixa suas cavilações em paz e tudo fica por isto mesmo — quem vai encarar!?!
Enquanto isto, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aplicou nova derrota aos desembargadores de sete tribunais de justiça, incluindo o do Rio Grande do Norte, que queriam manter salários acima de R$ 22.111. Eles resistiam ao enquadramento às normas da Constituição sobre o teto salarial. O CNJ rejeitou na quarta-feira passada as justificativas dos sete tribunais de justiça que queriam manter os supersalários e confirmou esse limite de remuneração dos desembargadores e determinou o corte das verbas excedentes na maioria dos casos. A situação salarial abstrusa se verificava, além do RN, em MG, MT, PB, MA, AC e AP. Foram detectadas irregularidades em todos eles. O CNJ decidiu abrir processos administrativos nos sete Estados para apurar responsabilidades pela omissão de informações e pela manutenção dos supersalários.
Enquanto isto, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aplicou nova derrota aos desembargadores de sete tribunais de justiça, incluindo o do Rio Grande do Norte, que queriam manter salários acima de R$ 22.111. Eles resistiam ao enquadramento às normas da Constituição sobre o teto salarial. O CNJ rejeitou na quarta-feira passada as justificativas dos sete tribunais de justiça que queriam manter os supersalários e confirmou esse limite de remuneração dos desembargadores e determinou o corte das verbas excedentes na maioria dos casos. A situação salarial abstrusa se verificava, além do RN, em MG, MT, PB, MA, AC e AP. Foram detectadas irregularidades em todos eles. O CNJ decidiu abrir processos administrativos nos sete Estados para apurar responsabilidades pela omissão de informações e pela manutenção dos supersalários.
(Publicado no Caderno Encartes, Jornal de Natal, edição de 05.02.2007.)

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