quarta-feira, julho 30, 2008

Natal pede Paz

Natal passou a ser, definitivamente, a Grande Natal. Temos que pensar a cidade como integrante daquelas, de maneira estrutural e inequívoca. Caso contrário, estaremos criando guetos de cidadania, alguns melhores e outros nem tanto, cercados de sub-cidadãos.
Será que queremos apenas formar uma comunidade de "utentes, clientes e consumidores" (afirmação cética de José Canotilho, professor de Direito Constitucional da Universidade de Coimbra e pai filosófico, no meu olhar, das atuais Constituições Portuguesa e Brasileira) ou desejamos o exercício da cidadania política e social?
Lá nos anos 70, convidado pelo prefeito Jorge Ivan Cascudo Rodrigues, tivemos a idéia de colocar a perna de um compasso no cruzamento da Av. Alexandrino de Alencar com a Jaguarari e alcançando, com a outra, o Forte dos Reis Magos. Assim, fizemos um círculo no mapa da cidade e conseguimos ver Natal - inclusive fazendo-o por helicóptero - e seus enormes vazios geográficos de então, dando seguimento ao maior desafio que enfrentamos na vida: quebrar paradigmas históricos e geopolíticos. Natal era composta de dois eixos de desenvolvimento ocupacional: a) Rocas-Quintas, passando pelo Grande Ponto e com alguma extensão para o bairro do Tirol, basicamente limitado pelo Rua Apodi e cercanias; b) Rocas-Av. Salgado Filho, em busca da "Pista dos Americanos", hoje rodovia BR-101, assim passando por Petrópolis e parte do Tirol. Entre esses eixos básicos, um vazio de ocupação ou espaços parcialmente ocupados, com poucos entrelaçamentos. Ponta Negra? Uma praia de veraneio com acesso por uma estrada estreita de paralelepípedo. Zona Norte? Apenas o povoado de Igapó e o da Praia da Redinha, também de veraneio.
Ajuda essencial tivemos com as orientações do urbanista-chefe do Escritório Técnico do Plano Diretor da Prefeitura de Natal, então uma pessoa que coincidia com o cargo. O Plano Diretor era o sonho defendido e acalentado pelo grande arquiteto e professor Moacyr Gomes da Costa, o homem do cargo.
Ato seguinte, visitamos as ruínas dos alicerces da Av. do Contorno, que ficavam em frente ao Colégio Salesiano; como éramos aficionados por moto-trailer, trilhamos os morros e areias da hoje Via Costeira; do mesmo jeito fizemos nos areais das inexistentes Av. Bernardo Vieira, Av. Prudente de Morais (que terminava na Rua Apodi) e Av. Capitão Mor Gouveia. (Foto, o Grande Ponto)

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