quinta-feira, julho 03, 2008

Impacto com a Justiça

Impacto fica 15 dias
nas mãos do MP
Diário de Natal
Quinta-feira, 03.07.08
O promotor Afonso de Ligório informou, através da assessoria de imprensa do Ministério Público, que deverá ajuizar uma ação civil pública - resultante das investigações feitas durante a Operação Impacto - daqui a 15 dias. O promotor utilizará o prazo legal para o pronunciamento, pois alegou que o relatório do inquérito policial é muito extenso. O documento, de nº 001.07.214711-4, foi repassado no início desta semana ao MP pelo delegado Júlio Rocha, titular da Especializada em Defesa do Patrimônio Público (Dedepp).
Os procedimentos judiciais, a partir de agora, segundo a assessoria do MP, podem seguir três caminhos: o arquivamento, o oferecimento da denúncia e, se o promotor achar necessário, a solicitação de novas deligências. A reportagem do Diário de Natal entrou em contato com o delegado Júlio Rocha e com o promotor Afonso de Ligório, mas os dois se negaram a falar do conteúdo do relatório, alegando que está em segredo de justiça.
O Ministério Público e a Polícia Civil deflagraram no dia 11 de julho de 2007 a Operação Impacto, que culminou de imediato em 16 mandados de busca e apreensão nos gabinetes parlamentares, residências e um escritório dos vereadores Dickson Nasser (PSB), Geraldo Neto (PMDB), Adenúbio Melo (PSB), Renato Dantas (PMDB), Emilson Medeiros (PPS), Júlio Protásio (PV), Salatiel de Souza (sem partido) e Sargento Siqueira (PV).
Os vereadores são acusados de receber propina para votar a favor da derrubada dos vetos do prefeito Carlos Eduardo Alves (PSB) ao Plano Diretor de Natal em sessão realizada no dia 3 de julho de 2007. Além de documentos, CD’s e computadores, foram apreendidos quantias em espécie no valor de R$ 77 mil na casa de Geraldo Neto, R$ 12,4 mil na casa de Emilson Medeiros e de R$ 5 mil embaixo do tapete do carro de Sargento Siqueira. Os vereadores são acusados de corrupção passiva e ativa, e formação de quadrilha.
As investigações tiveram por base denúncia de um suposto esquema de corrupção na Câmara Municipal de Natal feita pela procuradora do Município, Marise Costa à Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. Com a autorização da quebra de sigilo telefônico de 16 dos 21 vereadores, o Ministério Público conseguiu interceptar diversos diálogos nos quais os promotres acreditam que são tratativas da divisão do dinheiro relativo à propina acertada anteriormente.
Jussara Correia, DA EQUIPE DO DIÁRIO DE NATAL

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