quarta-feira, julho 30, 2008

Natal pede Paz

Lemos os ensinamentos do Plano Diretor, adaptado e ainda tornado lei no período do prefeito Jorge Ivan, em 1974, tendo sido este precedido pela institucionalização do Complan (Conselho Municipal de Planejamento Urbano), sendo fruto de noites de insônia e preocupação vez que a poderosa Shell queria porque queria construir um hotel nas encostas da Av. Getúlio Vargas, em frente ao Tribunal de Contas do Estado, exatamente na área por onde passa hoje sua segunda pista de rolamento. Tome pressão no governador Cortez Pereira e este em Jorge Ivan, prefeito por ele nomeado. E o Complan foi criado por decreto, em setembro de 1973, pois nossa única saída para o não ou sim seria colegiar a responsabilidade, vez que o poder político municipal era frágil na sua própria natureza de então.
Ora, aquela idéia de Plano Diretor veio do então eleito e proscrito prefeito de Natal, Agnelo Alves, feito sob a liderança do urbanista paulista Jorge Wilhem; examinamos e estudamos os legados dos prefeitos Djalma Maranhão e Omar O'Grady, este um engenheiro formado em Boston, na década de 20, e que trouxe com ele o brilhante Palumbo. Daí convencemos o prefeito Jorge Ivan a apresentar projetos de financiamento ao Banco do Nordeste, programa Fundurbano, que envolvia a implantação dessas avenidas, todas implantadas ou iniciadas por ele, com exceção das Av. do Contorno, pois partes dos seus alicerces estavam feitos pelo prefeito Djalma Maranhão, e Via Costeira, estudada no governo Cortez Pereira, projetada no de Tarcísio Maia, construída no de Lavoisier Maia e transformada em zona hoteleira real no de José Agripino.
Parabéns merecem os governantes deste nosso Estado vez que eles, com algumas reclamações, continuam as obras uns dos outros, por vezes dizendo até que é deles. Mas do que importam essas mentirinhas se elas, as obras, chegam ao povo e ao seu desenvolvimento? Ora, o dinheiro é público e obra com dinheiro público somente tem um dono: o povo. O resto fica na democracia do dizer...
No final dos anos 80, eis que a eleita prefeita Wilma de Faria nos convida, outra vez, para o Planejamento de Natal. De novo usamos o compasso, colocando-o noutro ponto: na confluência da mesma Rua Jaguarari, desta feita com a Av. Capitão Mor Gouveia.
Natal já estava muito diferente e o compasso alcançou Extremoz, São Gonçalo do Amarante e Parnamirim, caracterizado plenamente o fenômeno da conurbação nas cercanias da Lagoa de Extremoz, no lado esquerdo da estrada Natal-Ceará Mirim e, também, em toda área à esquerda da rodovia Natal-Parnamirim, a partir de onde hoje está localizado o Pórtico da Entrada de Natal, pela BR-101.
Estes foram tempos muito difíceis pois a cidade vivia a sua afirmação política, no sentido da ocupação do seu espaço de poder, tendo inicialmente contra ela as administrações estadual e federal. A estratégia adotada foi, primeiro, fazer intervenções pontuais, principalmente resolvendo pequenos entraves urbanos, tipo "o asfalto subindo o bairro de Mãe Luiza". O dinheiro era pouco... e todas as torneiras eram travadas. (Foto, Porto de Natal)

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