terça-feira, dezembro 05, 2006

Operação Lupanares

Depois que foi colocada sob "segredo de justiça", a série de desmandos da governadora, ficou comprovado, a partir daquela época, que a justiça apenas servia à classe dominante. Se a justiça dizia encontrar jeito para dar prioridade ao processo do Foliaduto, onde foram indiciadas oito pessoas, inclusive o irmão da governadora Carlos Faria, ex-secretário do Gabinete Civil; e do Foliatur, além do superfaturamento na construção da ponte Forte-Redinha, como explicar a celeridade da justiça festejada pelo procurador do Estado Miguel Josino Neto, professor da FARN, ESMARN e UnP, que comemorou em artigo publicado no Jornal de Hoje o fato de ser "o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte, sem favor, um dos melhores do Brasil"? No artigo, o procurador dá um exemplo dessa rapidez dos serviços da justiça potiguar ao relatar um fato insólito:
"Hoje os processos andam. A informatização permite que os advogados e as partes acompanhem o andamento dos processos de qualquer lugar do mundo.Os juízes vão ao Fórum dois expedientes. Um Magistrado, que é meu vizinho, Dr. Luiz Alberto Dantas Filho, costuma trabalhar sábados e domingos no Fórum e até durante as merecidas férias não pára totalmente suas atividades, pois tenta, num esforço hercúleo, dar mais celeridade aos processos. É um extraordinário Juiz, preparado, culto, humilde e estudioso. Certo dia a COSERN cortou o fornecimento de energia de um amigo numa quinta-feira, final da tarde. Procurado pelo amigo ajuizei uma Ação e, diante da urgência, telefonei à Juíza comunicando-lhe que ajuizaria, na sexta-feira, uma ação. Ela disse: ‘Se o Sr. me trouxer hoje à noite ou mesmo durante a madrugada eu analiso o pedido imediatamente’. Fui deixar a petição no apartamento da Magistrada às 2 horas da madrugada e às 8 da manhã ela já havia apreciado a liminar e devolvido o processo ao Cartório. O nome da Juíza para se fazer justiça: Ana Carolina Maranhão."
O Rio Grande do Norte assistiu, nesse período, o triunfo inconteste e o poder absoluto de uma elite sinistra e gananciosa. Os donos de um Estado vergado sob o peso de seus sacos de maldade. Membros de oligarquias que se revezavam há décadas no poder de mando de um povo sem vez e voz. Como os imperados romanos, eles podiam tudo. E dessa forma agiam, não escondidos ou usando de subterfúgios. Mas à luz da lua, sob os holofotes. A lei potiguar, deles, a mídia, deles, as terras, bancos, indústrias, deles. Os três poderes da República sob o peso de suas histórias fantásticas. O funcionalismo, acéfalo, subjugado e sem voz, entregue ao jugo de seus caprichos. Com o florescimento da corrupção, que se sofisticara ao longo do tempo em todos os lugares, mas lembrando que sua condensação e atomização, a virtuosidade a que chegou nas mãos desses gestores, foi o ponto máximo e sem retorno da indecência e do descaramento.

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