sexta-feira, dezembro 08, 2006

Carta à Juíza Ellen Gracie

O que pensam Vªs Excelências, como estipulam seus estipêndios? De onde acham que saem os recursos que sustentam sua paralisada máquina? Afinal, para que tanta ganância? Porque um juiz da triste Nação Brasileira necessita ser milionário, quando a imensa maioria do povo humilde é miserável e passa fome, não tem saúde, não tem educação, não tem assistência JURÍDICA e não tem esperança?
Acaso tiveram em sua bela e generosa existência Vª Senhoria e seus pares a oportunidade de privar com o simples cidadão? O empregado da Indústria, o trabalhador rural, o peão de obra, a doméstica que levanta às 05h00 para chegar a tempo no seu modesto emprego e receber um salário vil e famigerado? Tenho certeza que não. Vossas Senhorias, todas, não sabem mais dos valores e das misérias da existência humana. A alegria e tragédia de um povo humilde, trabalhador, honrado, digno. Vªs Senhorias todos se perderam nos descaminhos viciados do imenso e fantástico poder que desfrutam e usam até o limite da tolerância da sociedade.
Que espécie de Nação pensam estar legando para a posteridade? O que Vªs Senhorias pensam do futuro de nossos filhos e netos? Até onde aguentará a paciência generosa do povo Brasileiro? Até quando?
Exma Sra Presidente Ellie Gracie, sou um simples cidadão, um pai de família, um funcionário público aposentado. Ainda assim trabalho para reforçar minha renda. Porque preciso, porque sei, porque gosto. Convivo diariamente com Homens, Homens com HHH maiúsculo. Peões de obra, assalariados, miseráveis, gente simples, modesta, inculta, pobre e desdentada - com suas roupas sujas, remendadas, com o cheiro inerente aos homens da labuta, o cheiro do suor, do trabalho. O cheiro inconfundível do progresso, da honra, da dignidade humana. O cheiro que certamente para as finas narinas de Vªs Senhorias seria intragável, para mim, que os conheço e respeito, é o cheiro da esperança de um futuro melhor, de uma nação mais próspera, de uma sociedade mais justa e igualitária.
Solicito respeitosamente a Vª Excelência, ou melhor, imploro Sra Presidente, como Brasileiro e cidadão, imploro humildemente do meu modesto e simples lugar: não destrua mais uma vez a esperança de milhões de compatriotas, não compactue com a ganância sem fim de seus pares, não sangrem mais a nação extenuada e prostrada até a última gota.
Deposito no Judiciário Brasileiro a última esperança, o derradeiro lamento, o último grito de socorro. Todos os demais poderes, corrompidos, conspurcados, indiferentes à sorte da Nação – deles, nada mais espero - senão vergonha, dor, tristeza e desesperança.
Respeitosamente
Gerson Marquardt – Cidadão, pai, avô. Brasileiro.
23 Novembro 2006

Nenhum comentário: