quarta-feira, junho 13, 2007

Uma cena política e seu viço

Eu ontem passei por uma experiência que me remeteu, de imediato, a uma cena do filme Operação França (The French Connection, 1971). Vinha eu do médico, a pé, através de Petrópolis, dirigindo-me ao Centro, quando, nas proximidades da Maternidade Januário Cicco, numa rua transversal, onde pululam muitos edifícios de luxo, o deputado seridoense Álvaro Dias (líder do PDT/RN), ex-presidente da Assembléia Legislativa, antes do atual presidente Robinson Faria, saiu de um dos edifícios pretos, revestidos de mármore. Ao se dirigir ao carro preto oficial, cuja porta o motorista já abrira, no seu aguardo, me nota na calçada, a uma distância de uns quatro metros. Numa fração de segundos, antes de entrar no veículo, o deputado, que carregava nas mãos algo como um envelope de documentos, deu uma volta no corpo e avançou em minha direção, pronunciando as seguintes palavras, à guisa de cumprimento:
- Mestre Paulo!
Apertei sua mão, que me foi estendida, desejei-lhe cortesmente boa sorte e ele adentrou no automóvel.
Passei direto, sereno, como vinha, cortando as ruas, para que chegasse logo ao Centro, driblando a impressão da distância que teria de percorrer. Meditei acerca da ocorrência, procurando traduzir o "mestre" que me fora dirigido, em meio à mesura do deputado.

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