sábado, junho 09, 2007

Sua Majestade Inácio Lula...

"Antes de pensar no assunto, eu acreditava que classificar o nosso era moleza. Mas de pensar, como se sabe, morreu um burro e quase tal me aconteceu. Seria o nosso totalitário por meter o bedelho em tudo, desde nos forçar a votar para legitimar um governo que só se respeita por conveniência ou quando não se tem a posição sócio-econômico-política necessária, a nos ensinar como falar a nossa própria língua (sei que algo mente muito, mas algo sempre me diz que algum burocrata do governo, cansado de não ter o que fazer, guarda na gaveta uma cartilhinha de como nos devemos comportar sexualmente e alimenta a esperança de um dia implantá-la, com fiscais de transa e tudo)? Seremos uma cleptocracia (‘clepto’, em grego quer dizer ‘furtar’) aparentemente desordenada, mas muito bem estruturada e inculcada na nossa cultura?
Não, não, somos bem mais complexos. É verdade que nossa subserviência coletiva e individual, nosso puxa-saquismo atávico, já carregado há séculos, pois, ao contrário do que ocorre em Biologia, na sociedade os caracteres adquiridos são herdados, além do fato humilhante de que nos (des)governam por Medidas Provisórias e por uma burocracia diabólica, nos aproxima do totalitarismo. E é também verdade que a convicção geral é de que se rouba e se frauda em todas as áreas de atividade no Brasil, desde a churrascaria de estrada que, precisando dar notas fiscais para maquilar com verossimilhança seus lucros, pergunta qual o valor que o cliente quer que se dê à nota, para esse cliente tungar a empresa para a qual está a serviço, a membros graduados dos três poderes, cujos nomes não cito agora porque quem acaba indo em cana sou eu e tenho família para sustentar."

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