quarta-feira, junho 27, 2007

Pobre Macau!

"Sete vidas
Coluna César Santos
Jornal De Fato

Mossoró (RN), Quarta-feira, 27.06.07
"Um puxão de orelha do leitor: "Ô César, foi o TSE, e não o STF, que manteve o prefeito no cargo." Referência ao comerciante Flávio Veras (PP, Foto), que ganhou liminar no Tribunal Superior Eleitoral para ficar no cargo, mesmo cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN), até o processo transitado em julgado. Essa notícia foi de domingo, aqui neste espaço, em que comentei os caminhos tortuosos das leis no País, com leituras desencontradas pelos juízes. Realmente, houve o equívoco. Trocamos o TSE pelo STF. Mas o que importa isso agora? Só o pedido de desculpa ao leitor. No mais, a notícia já envelheceu diante da "novidade". Ontem, Flávio Veras voltou a ser condenado pelo TRE do Rio Grande do Norte, pelos mesmos motivos das condenações anteriores: prática de conduta vedada a agente público, ou seja, crime eleitoral. Nas eleições de 2004, conforme provas inseridas ao processo, Veras comprou votos por valores entre R$ 150,00 e R$ 300,00, ainda distribuiu colchões, antena parabólica e pagou carnê de IPVA, além de outras práticas. Desta vez, a condenação foi criminal e mais apimentada: além da perda do mandato, três anos e dez meses de reclusão. Com a companhia da mulher, Erineide Veras, também condenada no mesmo processo. A decisão do TRE, porém, não acalenta os macauenses, que esperam por Justiça. O prefeito pode recorrer sem deixar o cargo, até o processo ser transitado em julgado. Ou seja, estaca zero, se levar em consideração os outros processos em que ele foi condenado e "dormem" nos tribunais superiores em Brasília (DF). A novela Flávio Veras, que poderia ter o título de "Sete Vidas", ainda reserva mais um capítulo na Justiça Eleitoral do RN. É possível que na pauta do TRE-RN de amanhã entre mais processo eleitoral contra ele. Tão grave quanto os outros que já foram julgados. A condenação é quase uma certeza, levando em consideração as provas anexadas. No entanto, pouco provável que o prefeito seja afastado do poder municipal. Coisas do Brasil. E assim continuará, até ele, o prefeito do fôlego de gato, concluir o seu mandato. Pobre Macau. Não merecia tamanho castigo. Nem o seu povo." (Texto)

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