sábado, abril 19, 2008

As pragas de Macau

Sete pragas paralisam município de Macau
João Eudes Gomes

Em Macau, a história se repete, mas dessa vez como farsa. Ela era uma ilha paradisíaca, progressista, com muitas condições de se tornar autônoma, inclusive se relacionando internacionalmente, com Portugal, com a França, com a Inglaterra, a exportar produtos de sua pauta de comércio exterior, como sal, petróleo, gás, muitos crustáceos, camarão e peixe. Mas o povo, sob a influência maligna e perniciosa de seus governantes, foi ficando relaxado. Descrente. Indiferente. Apático. E se deu que, através de tramóias, de cambalachos, de compra e venda de caráter, do fluxo da propina, do roubo, de furto, de assaltos, deu-se a ascensão dos mandarins.
Então, aquela ilha próspera passou a ser um local tipo um chiqueiro de porco. Com ruas enlameadas, a fedentina tomando conta, empestando os ares, o povo doente, escravizado, sem cultura, analfabeto, roto, sem perspectiva, sofrendo toda a sanha dos governantes que se espelharam em quem? Nos faraós do Egito.
De modo que Deus, vendo essa indolência do povo, de só acreditar no poder do dinheiro – o bezerro de ouro -, das esmolas dadas para manter-se porcamente vivo, haja vista que Macau é a cidade onde o dinheiro mata e o dinheiro ressuscita, o dinheiro faz ver e o dinheiro cega, o dinheiro faz escutar e o dinheiro deixa surdo, e onde o dinheiro faz falar e o dinheiro faz calar, inclusive a voz da Justiça, mandou-lhe sete pragas. Todos puderam ver, há pouco, como Macau fez até o enterro da Justiça. Sepultou a Justiça. Deus vendo isto, fez uma nova edição das sete pragas do Egito. (Foto: Museu José Elviro)

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