quarta-feira, agosto 06, 2008

O Estado explora e maltrata

Um Estado que se especializou
em explorar e maltratar o cidadão

Jornal de Hoje
Hoje na Economia
Colunista: Marcos Aurélio de Sá
• Embora seja inaceitável, pode-se até considerar compreensível que as instituições estatais em nosso país sejam relapsas no atendimento e prestem serviços de má qualidade à grande parcela da sociedade que a elas recorre, tal como vemos diuturnamente nas áreas da saúde médico-hospitalar, da educação, da segurança, da previdência social e de tantos outros setores sempre procurados pelas multidões de desassistidos e desvalidos, sem recursos para recorrer à iniciativa privada. Afinal, entende-se que a capacidade estatal de atender às reivindicações e às necessidades públicas nem sempre é plena, mesmo nos países do primeiro mundo.
• Mas o que não dá para entender nem aceitar, de modo algum, é que até mesmo aquela pequena parcela dos cidadãos (os contribuintes de impostos declaratórios) que é chamada a pagar a conta das ações do Estado — mediante o recolhimento de tributos, taxas, contribuições, multas, etc. — seja também condenada a entrar em filas gigantescas nos postos de atendimento das repartições arrecadadoras federais, estaduais e municipais por esse país a fora, como acontece nos dias presentes.
• O non-sense da burocracia do Estado brasileiro tem batido todos os recordes de estupidez, a ponto de estar levando contingentes cada dia maiores do nosso povo para a informalidade econômica, para a submissão a governos paralelos (como no caso das favelas cariocas e paulistas, onde o poder que prevalece é o das milícias ou o dos narcotraficantes), para uma onda de violência e criminalidade generalizada e assustadora, para a desestruturação da família e a completa perda dos valores éticos no comportamento social.
• A partir da postura da maior parte dos agentes públicos estatais — do mais graduado ao mais modesto — que atua renegando os princípios da Constituição a que deveria estar subordinada, que não se preocupa em respeitar os direitos de ninguém nem em dar contas de suas atribuições, ainda mais atuando como se estivesse fazendo favor à sociedade que lhe paga, fica difícil acreditar em alguma possibilidade de mudança para melhor.
• O que se vê na quase totalidade das repartições públicas deste país é que só existem duas alternativas para um cidadão ser bem atendido e conseguir resolver com rapidez seus problemas com a burocracia do Estado: ter amizade pessoal com algum agente público que se prontifique a ajudar; ou pagar propina. Fora disso, haja desrespeito, humilhação, procrastinação e filas sem fim.
• O bom atendimento, a civilidade, o prazer em servir se transformaram em exceção à regra no serviço público, que escraviza o cidadão aos seus caprichos num país que, enganadamente, se considera democrático. Jornal de Hoje, 10.07.08, Hoje na Economia - Colunista: Marcos Aurélio de Sá. (Foto)

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