domingo, agosto 31, 2008

A vadiagem de Sarney...

Sebastião Nery
Tribuna da imprensa online http://www.tribunadaimprensa.com.br/
Coluna de Sebastião Nery
Rio de janeiro, sábado e domingo,
30 e 31 de agosto de 2008
O Zé Pequeno
Zé Pequeno era o líder dos carroceiros de João Pessoa. Comandava desfiles de carroças em homenagem ao interventor Argemiro Figueiredo e ao prefeito Fernando Nóbrega, na ditadura de Getulio Vargas.
De repente, Argemiro caiu, Nóbrega também. Zé Pequeno guardou sua carroça, plantou-se dentro de casa. Um dia, dois, ninguém o viu mais. No terceiro dia, engraxou os sapatos, vestiu a roupa de domingo, pôs a gravata e passou pela casa de Fernando Nóbrega:
- Chefe, vou ao palácio apoiar o novo interventor, Rui Carneiro.
- Por que tanta pressa, Zé Pequeno?
- Ah, doutor, três dias longe do governo é demais. Se eu ainda fosse um Zé Grande, mas sou apenas o Zé Pequeno.
Sarney
A "Folha de S. Paulo" fez mais uma de suas "sabatinas", nessa terça-feira. Desta vez, com o senador José Sarney (Foto). E contou, na primeira página: "O primeiro presidente civil após a ditadura repassou a sua experiência política nos últimos 50 anos. Sarney declarou desconhecer (sic) a prática de tortura no regime militar".
Lá dentro, a "Folha" repete: "Dizendo desconhecer (sic) a prática de tortura durante o regime militar brasileiro, o ex-presidente José Sarney, que foi governador do Maranhão entre 1966 e 71 (e senador, líder e presidente da Arena e do PDS, os partidos oficiais da ditadura, de 1971 a 85), afirmou que é contra a revisão da Lei da Anistia".
Torturas
Até "O Globo" se escandalizou. "Sarney garantiu que não tinha conhecimento (sic) das torturas praticadas pelos militares: `Não tinha conhecimento nenhum (sic), era governador do Maranhão'".
Como diriam os pregadores sacros de antigamente, isso clama aos céus! É preciso muita cara de pau para dizer isso diante da Nação. Primeiro, ele tenta esconder-se atrás do Maranhão, quando era governador. Ora, foi governador nos primeiros anos dos militares, quando a tortura ainda não era generalizada, como se tornou depois, sobretudo a partir de 69, após o AI-5.

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