domingo, março 09, 2008

Panorâmica do Estado delinqüente

Daí a importância da fala desimpedida e autorizada de François Silvestre, neste magnífico produto da safra do Sebo Vermelho, por ser ele, não efetivamente "alguém de dentro", mas um observador astuto e qualificado que pôde conviver nas entranhas do monstro que alimentamos – a política estadual –, nos presenteando com um retrato, ainda que esmaecido, afinal, uma noção acerca do Estado delinqüente em que estamos metidos, dando subsídios para clarear uma modalidade de crime que conta com a iniciativa e a liderança de agentes públicos.
O que faz François é narrar as tramas e os cambalachos, com as tintas e as letras da modernidade, uma desordem mantida a ferro e fogo e que remonta ao passado medieval, no trabalho transgressor das elites, de sempre usufruírem do Estado autárquico em benefício próprio. Um esquema que funciona desde os tempos da Colônia e do Império, sendo que a nova elite opera através de novos métodos uma verdadeira "apropriação legalizada de bens e recursos públicos".

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