sexta-feira, novembro 16, 2007

Zona Norte: a auto-exclusão como escolha

Atravessando quase 2.5km no Rio Tarn no Sul da França, o viaduto de Millau contou com o trabalho de 3 mil pessoas em todo o projeto, que custou cerca de 400 milhões de euros. Idealizada em 1987, para eliminar problemas no trânsito e para que se torne um destino turístico, teve a primeira pedra colocada em dezembro de 2001. A estrutura metálica se apóia na terra, sustentando-se em sete grandes pilares. A obra, que possui 2.460 metros de extensão, foi projetada pelo arquiteto britânico Norman Foster, que se inspirou na Torre Eiffel, e reúne em sua estrutura recordes e proezas técnicas. A Eiffage, o grupo encarregado da construção e manutenção da ponte pelos próximos 75 anos, afirma que ela "funcionará perfeitamente" nos próximos 120 anos. Mais de mil convidados e quase 800 operários e técnicos que participaram da construção da ponte compareceram à inauguração. Compare a Ponte de Millau com a Ponte Newton Navarro, e sinta a diferença.
Os volumosos recursos que custearam apenas a inauguração da Ponte Newton navarro davam para se solucionar, de uma vez por todas, pelo menos, o problema de saneamento da Zona Norte, principal entrave ao seu desenvolvimento urbano, já que os grupos imobiliários, os empresários e os investidores, em geral, por conta desse fato, hostilizam o setor.
Ao contrário de se conscientizar do seu valor, e reforçar sua auto-estima, recusando as migalhas do assistencialismo mais deslavado, e mandando pastar em outras freguesias as quadrilhas de políticos sobejamente conhecidos, essa área não se dá ao respeito, não preserva-se a si nem observa a herança que está deixando para os descendentes dos que ali residem.
Tirando uma chinfra de "pobre", curtindo o autocolante status de "excluída", gozando da pecha de "prima pobre" da Zona Sul, a poderosa Zona Norte de Natal apenas se faz de "lesada", já que possui, além de um potencial econômico-financeiro invejável, lideranças capacitadas, homens e mulheres de escol, profissionais liberais habilitados de todo gênero e espécie. Isto sem precisar citar ou recorrer a quaisquer de seus pululantes, finórios e vivaldinos "políticos", sabidamente uma súcia de malandros, uma reconhecida cambada de vadios.

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