domingo, outubro 21, 2007

Tempo ruim para os artistas potiguares

Entrando na briga mambembe, numa tentativa de solucionar o impasse, o Ministério Público Federal dera um prazo até o final de setembro para que a UFRN providenciasse a recuperação do imóvel, mas nada foi feito.
No dia 20 de setembro, a única proposta seria apreciada pelo Conselho de Administração (Consad), mas o encontro foi gorado, não havendo até agora qualquer acordo.
Instalados no prédio desde 1999, os membros do Grupo de Teatro Artes e Traquinagens tiveram que afastar todas as ziquiziras, desde então, a fim de que ali permanecessem trabalhando pesado, acumulando naquele local alegrias e tristezas, sendo onde ostentam uma carreira de prêmios e honrarias, que só alimenta o seu amor-próprio.
No bojo desse drama, palavra que configura "qualquer peça de caráter grave ou patético que representa ações da vida comum", os 230 artistas que compõem a República das Artes, entidade registrada há quatro anos como associação e que mantém viva a cultura potiguar em um local que ecoa nostalgia e abandono, fazem as vezes de marceneiros, eletricistas, encanadores e pedreiros, irmanados nos esforços para consertar e manter o prédio, sem permitir que o imóvel e seus sonhos possam desabar, uma vez que, de acordo com fiscais da UFRN, o prédio pode cair a qualquer momento.
Em desuso, no aspecto oficial, há mais de 20 anos, o prédio abriga desde então as mais significativas expressões de vida, com o desenvolvimento de atividades de teatro, dança, circo, poesia, literatura, fotografia e música. Com seu trabalho, os artistas pretendem sensibilizar a UFRN sobre a importância que tem o espaço, hoje sustentáculo das artes e dos artistas de Natal e do Rio Grande do Norte, segundo o fotógrafo Lenilton Lima.
Foto: Grupo de Teatro Artes e Traquinagens, residente no prédio desde 1999, e que tem dezenas de prêmios e tributos dentro e fora do estado, pelo trabalho desenvolvido neste período.

Nenhum comentário: